Colo, afeto e atenção: Conheça a criação com apego

nov 21, 2017 | 0 - 3 anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Família, Parentalidade

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Dar colo e atenção, amamentar em livre demanda, acalentar na hora do choro e embalar na hora de dormir são alguns pontos importantes da chamada criação com apego. Ou seja, uma criação baseada em carinhos, beijinhos, abraços, aconchego e muito afeto. Indo contra a ideia de que atenção demais torna os pequenos mais dependentes e até mimados, a criação com apego prega que fortalecer o vínculo emocional com os filhos, colabora para que eles cresçam mais seguros, empáticos e felizes!

Uma criação baseada no vínculo e no afeto

O termo criação com apego (originalmente “attachment parenting”), foi cunhado e difundido pelo pediatra americano William Sears, baseado nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento. De acordo com essa teoria, uma forte ligação emocional com os pais durante a primeira infância é fundamental para relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta. Com base na criação com apego de Sears, a organização sem fins lucrativos Attachment Parenting International (API), fundada em 1994, criou oito princípios, que funcionam como ferramentas para esse estilo de criação. Segundo a API, esses princípios não devem ser encarados como regras, mas como orientações para um apego saudável e seguro entre os pequenos e seus pais/tutores, fundamentado em um “vínculo firme”, uma “receptividade coerente e sensível” e uma “disponibilidade física e emocional”.

Os 8  princípios da criação com apego

1. Preparando para a gestação, nascimento e criação

Este primeiro ponto é o início de tudo e, por isso, considerado muito importante. Mais do que buscar um parto humanizado, se preparar para a chegada do pequeno envolve muitas outras coisas. Tais como, resolver questões acerca da sua própria infância para que possíveis traumas não sejam passados adiante, estudar diferentes filosofias de criação, opções de parto e amamentação, considerando uma doula para o parto e/ou pós-parto, pesquisar questões sobre as rotinas de cuidados com o recém-nascido, definir expectativas realistas para vocês e o bebê e sempre conversar e discutir com o parceiro(a) sobre as possibilidades, sendo flexível.

2. Alimentando com amor e respeito

Por meio da alimentação é possível criar e desenvolver fortes vínculos. A amamentação, uma alimentação equilibrada e consciente e refeições como momentos de união em família, fortalecem os laços de afeto. Por isso, a criação com apego ressalta a importância de uma alimentação pautada pelo amor e respeito. Entre as orientações, estão: amamentar em livre demanda, de acordo com as necessidades do bebê, avaliar alternativas ao uso de mamadeira e chupeta e, se as utilizar, associá-las com o colo e atenção exclusiva ao bebê, para que não se tornem objetos de transição. Introduzir os alimentos sólidos apenas quando o bebê der sinais de que está pronto e não com base na faixa etária, deixar que o pequeno desenvolva seu paladar naturalmente, continuar a amamentar mesmo depois da introdução alimentar e, se precisar desmamar antes que o filho dê sinais de que está pronto, fazer isso gentilmente.

3. Respondendo com sensibilidade

Este é um ponto fundamental para a criação com apego. Ter sensibilidade nas respostas às necessidades do bebê é a base de um vínculo de apego seguro e saudável, onde valores como empatia e compaixão são aplicados no dia a dia. Ao contrário do que se diz a respeito do colo excessivo mimar o pequeno, este estilo de criação encara que é perfeitamente normal que bebês queiram contato físico constantemente, pois sentem-se seguros assim. Portanto, é importante não ignorar o pedido por afeto. O choro do bebê é a forma como ele tem de comunicar suas necessidades e as birras representam emoções reais que também devem ser levadas a sério. No momento de uma explosão de raiva, o ideal é que os pais dêem conforto e aconchego ao filho, ao invés de brigar ou punir. Mesmo depois, com o filho mais velho, é importante manter uma conexão baseada no respeito aos sentimentos da criança, buscando entender as necessidades por trás de seus comportamentos.

4. Usando o contato afetivo

O momento da amamentação, o uso de slings, abraços, aconchegos, carinhos e massagens são apenas algumas formas de atender a necessidade do toque. O contato pele a pele traz inúmeros benefícios para o pequeno, tais como o estímulo dos hormônios de crescimento, a melhora do desenvolvimento intelectual e motor, melhor regulação da temperatura corporal, batimentos cardíacos e padrões de sono. Além disso, bebês que recebem contato afetivo têm mais chances de ganhar peso mais rápido, mamar melhor, chorar menos e serem mais calmos.  Sem falar que carinhos e beijinhos só colaboram para fortalecer ainda mais o laço de afeto entre você e seu pequeno.

5. Garantindo um sono seguro, física e emocionalmente

A criação com apego prega que os bebês precisam da garantia de pais amáveis para se sentirem seguros durante a noite. Neste tipo de criação, é incentivado a prática de técnicas como o Cosleeping (termo usado para pais que dormem próximos aos filhos). Isso pode ser feito por meio da cama compartilhada, quando pais e bebê dorme sobre a mesma superfície, ou com o berço, cama ou moisés acoplado à cama do casal. Independente da escolha, o objetivo é tornar as rotinas noturnas mais relaxantes, criando hábitos de sono mais saudáveis. Outros pontos importantes são: ajudar o pequeno a entender os sinais do próprio corpo, reconhecendo sinais de cansaço e, quando chegar a hora da criança passar para a própria cama, fazer essa transição gentilmente, respeitando e respondendo aos possíveis sentimentos de medo e tristeza que podem surgir.

6. Cuidado consistente e amoroso

É muito importante saber que o cuidado diário e as interações amorosas constroem fortes laços de afeto entre pais e filhos. Portanto, se nenhum dos pais têm disponibilidade de cuidar do bebê em tempo integral, é importante que ele fique aos cuidados de alguém que, mais do que amoroso e afetivo, tenha uma ligação com ele. Também é importante desenvolver novas rotinas em que seja possível incluir o pequeno. Quando for necessário separar-se do filho por curtos períodos, é fundamental que os sentimentos do pequeno sejam respeitados e que os pais dediquem certo tempo na volta para se reconectar com ele. Mudanças frequentes de cuidadores podem prejudicar o processo de criação de vínculos, portanto é importante tomar cuidado com isso também.

7. Praticando a disciplina positiva

Ao contrário da disciplina autoritária, punitiva e, até mesmo, agressiva que muitos pais tiveram na infância, a disciplina positiva tem como regra de ouro tratar os pequenos da maneira como gostaríamos de ser tratados. Portanto, respeito, empatia, gentileza e afeto guiam a educação dos filhos. A disciplina positiva envolve o uso de técnicas como prevenção, distração, e substituição para guiar gentilmente os filhos para longe do perigo, ajudando as crianças a explorar o mundo, com segurança. Para isso, é importante entender necessidades não atendidas, trabalhar em conjunto em busca de soluções, criar um ambiente saudável que propicie o “sim” e evitar apelidos ou pedidos usando afirmativas. Conversar, ouvir e pedir desculpas são pontos fundamentais para essa disciplina baseada no respeito e na sensibilidade.

8. Mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar

Este é o último ponto (mas não menos importante): entender que as necessidades de todos são importantes e devem ser atendidas, na medida do possível. Quando há esse equilíbrio, os membros da família são mais capazes de ser emocionalmente compreensíveis. Portanto, é importante compreender que é impossível dar conta de tudo sozinha e que uma rede de apoio é fundamental neste momento. Outros pontos importantes são: traçar metas realísticas, priorizar pessoas e momentos ao invés de coisas, não ter medo de dizer não, reservar tempo para si mesmo, buscar e pedir ajuda sempre que preciso, evitar se sobrecarregar, sair de casa, cultivar amizades e entender que tudo passa!

Informações: Blog Paizinho Vírgula!

E aí? Você já conhecia a criação com apego? Pratica ela em sua casa ou conhece alguém que pratica? Compartilhe com a gente suas opiniões e experiências na criação do seu pequeno!

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Ana Clara Oliveira

Jornalista e editora do Blog da Leiturinha, é fascinada por tudo que envolve o mundo da leitura, da educação e da infância. Acredita que as palavras aproximam pessoas, libertam a imaginação e modificam realidades. Gosta de escrever, viajar e aprender sempre.

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