Crianças e livros: como mediar essa relação?

set 17, 2019 | 0 - 3 anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Dicas, Leiturinha

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O tempo da criança e sua relação com os livros

Você já ganhou um livro que não gostou, ainda que seja o livro preferido da pessoa que lhe tenha dado? Isso acontece o tempo todo, e não poderia ser diferente com os pequenos leitores e pré-leitores. Já bebês, os pequenos apresentam suas preferências… Querem mais uma brincadeira do que outra, riem de coisas que outros bebês não riem e têm medo de coisas diferentes também. Da mesma maneira, um livro pode despertar risadas em um bebê e choro em outro. Esta diversidade faz parte da construção da personalidade e se manifesta a todo o momento, a cada coisa que escolhemos e dedicamos atenção, mas também a cada não ou rejeição.

O poder e o papel da literatura

Os livros mexem com nossa imaginação e nos provocam muitos sentimentos, positivos e negativos. A literatura, enquanto arte, mexe conosco e, por isso, nos humaniza. Enquanto lemos algo, aparentemente nossa postura é de passividade. Mas, na realidade, estamos dialogando o tempo todo com o conteúdo que nos chega, respondendo a ele, de alguma forma. As crianças também são assim, ora rejeitam um livro, ora têm medo dele, ora se apegam. Porque aquela história está dialogando com ela, a cada momento de um jeito diferente.

Nossa leitura é diferente a cada vez que pegamos um livro, pois nós mesmos já não somos os mesmos. Um livro é uma obra atemporal: um bebê pode se encantar por um conteúdo mais elaborado, assim como as obras ilustradas, relacionadas ao universo infantil, atraem a nós, adultos. É preciso dar tempo ao livro para que ele nos conte outras histórias e para que possamos ouvi-las de forma diferente. Isso enriquece nossa experiência literária e nos enriquece enquanto seres humanos, ampliando nossa forma de ver o mundo.

Portanto, quando os pequenos demonstram certa rejeição por algum livro, ou sentimentos como tristeza, raiva ou medo, é importante respeitar isso e até usar a seu favor, aproveitando do que o livro suscitou para conversar com seu pequeno sobre seus sentimentos. Mas não deixe de oferecer o livro novamente em outro momento. Ter a oportunidade de se reaver com opiniões e sentimentos passados, de forma a observar e reafirmar mudanças em si mesmo contribui para o amadurecimento de cada um.

Dando “tempo ao livro”, seu conteúdo pode ser melhor elaborado e, futuramente, fazer novos ecos dentro de nós.

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Sarah Helena

Mãe de Cecília e de Olívia, psicóloga, escritora, especialista em filosofia e mestre em educação profissional e tecnológica. Sempre trabalhou com famílias, especialmente com os pequenos. Por esse amor ao universo afetivo infantil, hoje, na Leiturinha, integra o time de Curadoria e colabora fortalecendo o vínculo das famílias leitoras através da experiência da literatura.

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