Já imaginou levar seu filho ao médico ou ao psicólogo e, ao invés de uma receita cheia de remédios, o profissional receitar livros? Sim! A prescrição de livros – para adultos e crianças – tem até nome: biblioterapia. Entenda o que é isso e como pode ajudar seu pequeno, e você também!
Biblioterapia: os livros podem curar?
Na realidade, todo leitor é, quando lê, o leitor de si mesmo.
Marcel Proust
Sabe quando um livro te dá os melhores conselhos possíveis? Ou quando uma história te marca tanto a ponto de ficar ansioso para saber o final? Ou ainda criar outros rumos para a trama? Pois bem, já dá para perceber que a leitura literária mexe com a gente, ficamos ansiosos, entusiasmados, alegres e reflexivos. Um livro que não desperta esse mix de sensações não captura a nossa atenção e é logo deixado de lado.
Os livros produzem efeitos em nós. E assim como uma pessoa não pode se banhar duas vezes no mesmo rio, um leitor não lê duas vezes a mesma história, ou seja, depois de um livro uma mudança ocorre em nós. Em alguns momentos essa mudança pode ser terapêutica. Isto mesmo, a leitura de um livro pode trazer grandes benefícios para a saúde mental dos leitores! Quando profissionais prescrevem obras literárias com essa finalidade, a prática é chamada de biblioterapia.
Efeitos terapêuticos, como assim?
Sabe aquela ideia que fantasia e realidade são dimensões opostas, pois é, não é bem assim. Fantasia e realidade podem e devem andar de mãos dadas! Ao ler um livro, por exemplo, não estamos apenas navegando pelo universo das letras, mas também estamos vivendo. E assim como na vida, nas histórias nos identificamos com personagens (pessoas), situações, ambientes… A diferença é que no livro há um desfecho certo, ou seja, diferente da vida, no livro o futuro já está escrito.
Acompanhar o começo, meio e o desfecho de uma história contribui para ampliar nossa visão de mundo, afinal cada livro apresenta uma maneira de olhar para as experiências humanas. E ampliar a visão de mundo significa estar mais aberto às diversas possibilidades que cabem dentro de uma vida! Assim vamos aprendendo a olhar de forma mais criativa e sensível para o nosso cotidiano e para as pessoas que nos cercam, incentivando assim a empatia.
Desenvolver e estimular a sensibilidade, o autoconhecimento, a flexibilidade, a criatividade e a inteligência emocional é o objetivo de muitos processos terapêuticos. E olho só, os livros contribuem muito com isso!
Biblioterapia na infância
Com os pequenos os livros também podem ter efeitos terapêuticos? Com toda a certeza! Assim como os adultos, os leitores mirins também vivem as histórias, se emocionam, se identificam com os personagens, ambientes e enredos.
A prática da Biblioterapia é muito utilizada com crianças hospitalizadas, é o caso de um estudo desenvolvido no Hospital Pediátrico da Universidade Federal de Santa Catarina, no qual as pesquisadoras esclareceram o quanto o desconforto e a dor dos pequenos cediam lugar às risadas ante as passagens divertidas das histórias.
Uma dose de literatura e algumas gotas de boas histórias…
No entanto, não é preciso esperar que algum profissional receite livros para você ou seu pequeno! A prática da biblioterapia pode ser explorada em muitos outros espaços, inclusive em sala de aula e em casa com a família. Para isso basta ter em mãos um bom livro, uma criança e um mediador!
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