Já falamos por aqui que bibliotecas devem ser como feiras de legumes e verduras. Nelas é preciso encontrar de tudo um pouco (afinal, nem só de maçãs vive uma pessoa). Sabendo disso, em uma biblioteca é importante ter livros e histórias diversas. Desde histórias com ponto final, até narrativas que terminam com reticências ou ainda aquelas que nem foram criadas. Afinal, nem todo livro irá contar o final daquela aventura. Algumas obras vão pedir que você, leitor, conte a história. Entre elas, estão aqueles livros que fazem esse convite através de imagens! São livros diferentes, que para leitores acostumados com as histórias contadas por palavras escritas, podem produzir um certo estranhamento. Mas com um pouquinho de curiosidade, nós descobrimos as belezas que moram entre a imagem e a cabeça do pequeno leitor!
Por que é importante conhecer outros formatos de livros?
Experimentar novas experiências nem sempre é algo fácil, e com os livros não é diferente. Por isso, estranhamos qualquer leitura ou livro que fuja ao que estamos acostumados. O estranhamento é natural, o problema é quando nos privamos de experiências enriquecedoras pelo receio. Afinal, só se cultiva criatividade e pensamento crítico no encontro com o que é diferente. Só assim surge a chamada inovação!
Então aqui faço um convite ao leitor adulto (porque as crianças já fazem isso muito bem): Coloque de lado o que você acha que é um livro e como se deve contar uma história. Esteja aberto às leituras ou provocações que um livro imagem pode produzir. Não se preocupe em “entender” a história. Primeiro, namore as ilustrações, aprecie as cores, os traços, as formas… Curta o livro!
Uma coleção de livros ilustrados para crianças
Nessa pegada de livros que convidam, queremos apresentar uma coleção que nasceu na cabeça da escritora e ilustradora brasileira Gabriela Gil. A coleção, indicada para pequenos curiosos, apresenta ao leitor as Primeiras Cores, os Primeiros Números e as Primeiras Palavras. Cada um dos livros contém uma proposta diferente, mas o fio condutor que conecta as histórias são as palavras únicas, ou melhor, a ausência de frases.
No livro das Primeiras Cores, por exemplo, conhecemos um pinguim que começa a história com apenas um chapéu verde e termina o livro com um chapéu verde, duas botas vermelhas, um casaco azul, dois óculos laranja e, por último, um guarda-chuva amarelo. Um verdadeiro conto cumulativo de imagens!
Já no livro das Primeiras Palavras, as imagens nos levam para uma casa, um parque, uma escola, uma cidade e uma praia. Cada um desses cenários pode ser palco de uma história diferente, ou ainda, podemos pensar numa história que costure esses ambientes. Que tal imaginar, que há um passarinho azul que visitou todos esses espaços?
Como contar essa história?
Sabe aquela frase “se te derem um suco, faça uma limonada”, a ideia é a mesma. A diferença é que no lugar de limões você está recebendo palavras. Pois bem, então façamos delas uma história!
Para quem não tem o hábito de viajar pelo universo imaginário, criar uma história pode ser uma tarefa difícil. Então lá vai uma dica que pode ajudar: faça perguntas ao livro. Onde será que o pinguim do livro está? Se está na Oceania, o que por lá ele estaria fazendo? Se ele precisa de uma guarda-chuva é porque logo vem um temporal.
Viu só? Fazer perguntas ao livro, ajuda a imaginarmos um cenário na nossa cabeça. Sabe o melhor? Podemos fazer as mais variadas perguntas, assim cada leitura vira uma história diferente.
Para receber livros incríveis como esse e incentivar a leitura em sua casa desde cedo, faça parte do Clube Leiturinha!