Imagine só se um dia, as pessoas se isolassem em suas casas, morando a uma distância segura um do outro, e só se comunicassem por mensagens, sem se verem, sem se falarem ou se tocarem. Essa situação soa familiar? Neste momento de quarentena e distanciamento social, a história “Ô de Cima” cai como uma luva. Essa história convida as crianças a repensarem a importância da coletividade e da convivência.
“Ô de cima”
A história da ilustradora suíça Popy Matigot, foi publicada em 2019. Ela não tem relação direta com a pandemia que se espalhou pelo mundo neste ano. O livro conta, na verdade, que os moradores da vila “Ô de Cima” escolheram se isolar por vontade própria em suas casas. Os motivos também são diferentes dos nossos e bem intrigantes. Eles não queriam ter que lidar com os jeitos e manias uns dos outros. Os barulhos, as conversas dos vizinhos, os hábitos esquisitos, enfim, aceitar as humanidades estava fora de questão!
É nesse cenário tão segregado que um menino esperto e brincalhão, o Piu, aparece e se destaca. Ele vira o garoto de recados da Vila, subindo de casinha em casinha para fazer a comunicação entre os vizinhos. Até o momento em que ele começa a brincar com a sua tarefa, como toda criança, e cria uma enorme confusão.
A importância da convivência é o tema principal
As crianças percebem logo de cara que esse é o tema principal. Mas, para além do texto, vale prestar atenção ao que acontece nas imagens. As “casas-poleiros”, que parecem tão organizadas e funcionais no início, dão lugar a um caos. É um sobe e desce de escadas, um vaivém de recados, gritos de um lado e de outro. Tudo isso em uma tentativa frustrada de comunicação entre as pessoas. Se por um lado é uma bagunça engraçada, por outro é comovente perceber que a vida não é possível sem as nossas trocas e sem a inclusão uns dos outros.
Um livro que ensina a valorizar as pessoas e as particularidades
É Piu que, com uma de suas ideias maluquinhas, encontra a solução para o problema. Quando os moradores de “Ô de Cima” finalmente se reencontram ao vivo (não para discutirem, mas para se ouvirem e se conhecerem melhor) nós, os leitores, respiramos aliviados. Isso porque nós também estamos ansiosos pelo dia em que poderemos voltar às ruas. Para poder reencontrar nossos amigos, dar as mãos e voltar a viver em comunidade.
Quem sabe, depois dessa reflexão, a gente traga um novo olhar para as relações. Valorizando as particularidades de cada pessoa e admirando, até mesmo, as suas manias!
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