A ciência é muito importante em nível mundial. É através dela que temos remédios para doenças, vacinas, sabemos mais sobre a história do nosso país e do mundo, sabemos sobre a origem do universo, que os dinossauros existiram e tantas outras descobertas importantes. Porém, não ouvimos muitos nomes femininos na ciência e muito menos, nomes brasileiros. Que tal conhecer as cientistas brasileiras que foram pioneiras na ciência em nosso país?
Acesso restrito à educação
Em uma época em que poucos tinham acesso à educação superior (ainda menos que nos dias de hoje) e que as mulheres tinham menos acesso ainda, elas desafiaram as probabilidades. Essas cientistas foram as primeiras a realizar um doutorado em suas respectivas áreas e são exemplos para nossos pequenos, principalmente as meninas.
Vamos lá, prontos para conhecer quem foram essas mulheres tão importantes?
1. Bertha Lutz (1894 – 1976)
Bertha foi uma bióloga muito conhecida e com especialização no estudo de anfíbios. Ela realizou seu ensino superior na Europa e se formou em Ciências Naturais pela Universidade de Paris em 1918, o que por si só já é um grande feito. Imagine naquela época então? No mesmo ano, ela voltou para o Brasil e começou a trabalhar no setor de Zoologia do Instituto Oswaldo Cruz. No ano seguinte, se tornou a segunda mulher brasileira a fazer parte do serviço público no país, sendo nomeada Secretária do Museu Nacional. Virou chefe de departamento de Botânica no Museu e ali ficou até se aposentar, em 1964. Em 1965, recebeu o título de professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
2. Sonja Ashauer (1923 – 1948)
Sonja foi a primeira mulher brasileira a concluir o doutorado em física e a segunda a se graduar em física no Brasil, através da Universidade de São Paulo (USP). Em 1945, ela recebeu uma bolsa na Universidade de Cambridge, onde trabalhou por três anos sob supervisão de um ganhador do Prêmio Nobel. Apesar de sua morte precoce, aos 25 anos, Sonja foi uma mulher revolucionária tanto na física quanto dentro do mundo acadêmico.
3. Graziela Maciel Barroso (1912 – 2003)
Graziela foi uma grande naturalista e botânica brasileira. Ela casou-se com apenas 16 anos com um agrônomo e por conta disso, viaja muito por todo o país. Em 1946, percebeu sua paixão pela botânica e foi a primeira mulher a fazer o concurso para ser naturalista do Jardim Botânico. Ela passou na instituição, porém não possuía curso superior. Aos 47 anos resolveu ingressar no curso de biologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e aos 60, defendeu seu doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela então se tornou a maior taxonomista de plantas do Brasil, publicando livros considerados referências internacionais no tema. Hoje, é conhecida como a Primeira Dama da Botânica no Brasil. Que orgulho, não é mesmo?
4. Alice Piffer Canabrava (1911 – 2003)
Alice foi uma grande historiadora brasileira. Ela se formou pela USP em 1937 em Geografia e História, iniciando o doutorado em 1942. No ano de 1946, resolveu tentar a cadeira de História da América para ser professora e obteve a maior média no conjunto de provas, ficando a frente de muitos colegas. E mesmo assim, a banca de examinadores deu o cargo a um concorrente homem. Não desistiu e em 1951, se tornou a primeira professora da USP, na cadeira de História Econômica Geral do Brasil.
5. Elza Furtado Gomide (1925 – 2013)
Elza foi uma famosa cientista matemática brasileira. Começou a carreira se formando em física pela USP, porém, descobriu o gosto pela matemática. Em toda a história brasileira, foi a primeira a concluir um doutorado pela disciplina em 1950. Depois disso, trabalhou por cerca de 50 anos na USP, até se aposentar.
6. Johanna Dobereiner (1924 – 2000)
Johanna nasceu na antiga Tchecoslováquia, porém fugiu com a família após o final da Segunda Guerra Mundial e foi naturalizada brasileira. Foi uma das únicas brasileiras indicadas para um Prêmio Nobel, sendo indicada para o de Química em 1997. O seu trabalho mais famoso revolucionou a produção de soja no nosso país.
Essas mulheres fantásticas são inspirações para nossos pequenos. Precisamos valorizar nossa ciência e nossas mulheres. Conta para a gente, você tem um pequeno (a) cientista na sua casa?
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