Éderson Flávio Ribeiro, um homem solteiro da cidade de Taubaté (SP), sonhava em ser pai. Literalmente, pois além de adorar ninar os filhos dos amigos e participar de campanhas de doação de brinquedos para crianças carentes, ele tinha sonhos frequentes em que via um garoto. Embora desencorajado por algumas pessoas por ser um homem solteiro, Éderson decidiu entrar nessa batalha e iniciar o processo de adoção.
Ele, então, passou a fazer visitas em abrigos e descobriu mais sobre a situação destas crianças e adolescentes no Brasil. Foi quando conheceu Anderson, um rapaz que estava prestes a completar 18 anos e não teria onde ficar após atingir a maioridade. “Ele não queria ser adotado, mas decidi acolhê-lo por um tempo” contou em entrevista à Uol. Foi neste mesmo abrigo que Anderson morava, que Éderson conheceu Eduardo, um menino de 13 anos que estava no abrigo desde os 6. Ao vê-lo, Éderson reconheceu o garoto de seus sonhos e, em pouco tempo, Éderson, Eduardo e Anderson formavam uma família. Mas ainda havia espaço no coração do recém papai!
Após a adoção dos meninos, Éderson continuou frequentando e colaborando com o abrigo. Foi quando recebeu uma ligação dos funcionários, contando sobre Jean, um garoto de 4 anos que estava sofrendo bullying. Após perguntar aos filhos sobre o que achavam de ganhar mais um irmão, Éderson se tornava pai não só de Jean, mais também de seus dois irmãos biológicos: Bruno, de 11 anos e Rafael, de 13. Agora já eram 5 filhos!
Sua experiência com os meninos o levou a abraçar a causa da adoção tardia e a se tornar palestrante. Foi em uma palestra em São Paulo, que Éderson ficou sabendo de dois meninos de Guarapuava (PR): Luiz Fernando, 18, e Rodrigo, 14. Eles haviam passado por experiências doloridas e tinham sido devolvidos. Após o aval dos 5 filhos, uma viagem de 15 horas e a longa espera de 6 meses do processo de adoção, Éderson ganhava mais dois filhos. Mas ainda tinha espaço para mais um! Ao completar 18 anos, Rodrigo levou o pai para conhecer o abrigo que havia morado. Ao chegar lá, Éderson foi abordado por Kelvin, um garoto de 15 anos, que contou sua história e pediu para ser adotado também. Assim, a família recebeu mais um integrante!
Em sete anos, Éderson não só realizou seu sonho e se tornou pai, mas superou as dificuldades e preconceitos e adotou 8 filhos com idades e histórias de vida distintas. “Homem também tem instinto paterno” afirma o paizão que hoje, apesar de solteiro, tem uma família grande e feliz! <3
Foto: Arquivo pessoal (reprodução)
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