9 dicas para uma relação positiva com a comida

ago 19, 2019 | 0 - 3 anos, 10+ anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Bebê, Criança

GANHE PRESENTE DUPLO! Crescer com Leiturinha é mais divertido! Mas é por tempo limitado! Mochila da Iara + Régua do crescimento grátis no 1º kit! Botão: ASSINAR LEITURINHA

Se você é pai, mãe, educador, provavelmente a alimentação do seu pequeno faz parte das sua lista de preocupações diárias. E essa é uma inquietação que não tarda a nascer, afinal a introdução alimentar começa por volta dos seis meses de vida da criança e a alimentação dura a vida toda. Então, surgem as dúvidas de diferentes naturezas, ora porque o filho come demais ou come de menos, ou exagera nos doces ou ainda, se recusa a diversificar a alimentação. Mas como ajudar as crianças a terem uma relação positiva com a comida?

Qualquer que seja o motivo, o alimentar-se exige atenção diária. E não é por menos, a alimentação, de fato, é a fonte nutritiva que faz o corpo funcionar, que promove o bom desenvolvimento e a má nutrição pode desencadear diversos problemas, como no desenvolvimento da linguagem, por exemplo..

Além desses fatores, constata-se o aumento de transtornos alimentares em crianças cada vez mais jovens. E cabe reforçar que a incidência de síndromes como a bulimia e a anorexia praticamente dobrou nas nas últimas duas décadas (Morgan, Vecchiatti & Negrão, 2002). Na mesma linha, um estudo desenvolvido na cidade de Porto Alegre mostrou que 38,1% de crianças com peso adequado se consideram “gordas”, entre elas especialmente meninas de 11 anos de idade, com maior IMC (índice de massa corporal), menor autoestima e meninas que pensam que seus pais gostariam que fossem mais magras (Pinheiro & Giugliani, 2006). 

Para te ajudar,  reunimos nove dicas para que seu pequeno crie uma relação positiva com a comida. Confira:

1. Cuidado com falas constantes sobre dietas e peso.

Crianças são impactadas pelos modelos sociais, então, temos que nos atentar com o quanto reforçamos esses padrões sociais de magreza e corpos perfeitos dentro de casa. Falar sobre dieta hoje é tão comum quanto falar sobre futebol. Então precisamos tomar cuidado com a frequência que falamos sobre “engordar”, “barriga”, “fofinho”, e outros comentários gordofóbicos que reforçam um padrão de beleza. Mesmo que seu filho não tenha essa compreensão de forma profunda, muito disso fica no inconsciente da criança, que reforça uma relação de “medo” com os alimentos. Ao mesmo tempo, atenção aos apelidos e comentários sobre o peso da criança. Acompanhe o crescimento do seu filho, junto ao pediatra de confiança.

2. Ressignifique brinquedos, esportes e padrões.

Alimentação saudável é muito bem-vinda, agora levar isso a um extremo pode ser bastante prejudicial. Existem alguns brinquedos que reforçam uma imagem ideal nos meninos e meninas, como barbies, bonecas, e bonecos de super-heróis. Assim como exagerar na frequência e cobranças com esportes, como judô, natação e ballet, em prol de um padrão físico pode ser prejudicial. Vale conversas francas com as crianças sobre padrões, saúde e auto-imagem.

3. Promova uma introdução alimentar fluida.

As crianças, principalmente até dois, três anos têm limites de saciedade e sinais de fome muito claros e estabelecidos. Então é preciso que os pais entendam e leiam esses sinais, e evitem forçar mais alimentos do que o que a criança precisa. Ensine e estimule a criança a comer quando tem fome, e mostre, por meio do exemplo e das conversas, que a alimentação é algo gostoso e divertido. 

4. Cuidado com uma má leitura do aumento de apetite.

Se você tem um pequeno entre 7 e 9 anos, é provável que note um aumento de apetite na criança. Esse aumento é natural, pois é uma reserva que a criança faz para o estirão da adolescência. Muitas crianças nessa fase acabam com sobrepeso. É importante acompanhar esse possível sobrepeso com o médico de confiança. Mas cuidado com a forma de direcionar esses assuntos. Evite termos pejorativos, e tente manter o cuidado e o respeito nas conversas. Lembre-se que a autoimagem da criança impacta sua autoconfiança, principalmente para os anos futuros. 

5. Crie momentos de alimentação sociais.

O momento da refeição deve ser um momento social e agradável. Ninguém gosta de comer com brigas ou em ambientes hostis. Evite brigas na hora da comida e brigas sobre o comer ou não comer. Outro ponto, o ideal é que a criança se alimente dos mesmos alimentos que seus pais. Não faz sentido ela ter que comer vegetais enquanto os pais dividem um pizza. Se você quer que seu filho coma legumes, é importante que a família toda adquira esse hábito.

6. Evite a ânsia pela alimentação super saudável.

Evite extremos, como condenar todos os alimentos com açúcar ou refrigerante. A criança pode associar que doces e refrigerantes são iguais a doença. O papel dos pais é delimitar quando e quanto desses alimentos a criança pode comer, quais momentos e em qual quantidade que aquele alimento cabe. Manter uma relação equilibrada e boa com a comida favorece a saúde. Afinal, um docinho de vez em quando é uma delícia.

7. Explore a variedade de sabores.

Use e abuse das cores, texturas, cheiros e sabores. De acordo com pediatras, o ideal é focar em uma alimentação variada e rica em nutrientes como proteínas, carboidratos e gorduras, e também ferro, zinco e vitaminas. Ou seja, reunir os quatro grupos alimentares principais: hortaliças e frutas, carnes e ovos, cereais e tubérculos e grãos. E para isso, nada mais divertido do que experimentar formas diferentes de trabalhar o mesmo alimento. A batata é um bom exemplo, temos purê de batata, batata assada, em pedaços, picadinha, inteira com recheio, chips. Podemos usar esse exemplo para outros nutrientes 

8. Procure contar da onde os alimentos vêm, como eles crescem e são colhidos.

É interessante fazer uma hortinha caseira para plantar alguns vegetais e acompanhar o seu desenvolvimento até chegar ao nosso prato. Essa relação com o alimento e cuidado pode servir para o seu filho iniciar uma história com o cultivo e um relacionamento saudável e respeitoso com a comida.

9. Envolva a criança na rotina e na preparação das refeições.

Nada como se colocar no lugar do outro para entender o esforço. Essa premissa é válida para que seu filho entenda e valorize a comida preparada. Envolver os pequenos nesse processo é um passo interessante para empoderamento infantil, participação na rotina familiar e envolvimento com os momentos das refeições. Convide seu pequeno para te ajudar a lavar os legumes e frutas, ou bater a massa, colocar a mesa. Afinal, cozinhar com as crianças é uma delícia! Práticas como lavar as mãos antes de comer também ajudam a criar a atmosfera ideal para a refeição.

Leia também:

Nathalia Pontes

Mestre em Psicologia da Educação, educadora e escritora, acredita que aprender é uma combinação entre autoconhecimento, troca e curiosidade pelo novo. É apaixonada por educação, desenhos, viagens e literatura.

    Acompanhe nossas redes sociais