Incentivar a leitura na infância é muito importante para o desenvolvimento das crianças e para nossa formação como seres humanos. Ela nos ajuda a sermos mais empáticos, sensíveis, solidários e abertos às diferenças. Pensando nisso, nossa colunista e autora do Original Leitor Desconfiado, Índigo Ayer, trouxe um pouco de sua experiência em se apaixonar pelos livros quando ainda era criança. Quem sabe sua experiência não te inspire e traga algumas ideias!
Os livros que marcaram uma infância
Quando criança, morando na Inglaterra, visitei muitos castelos. Eu entendia perfeitamente que, em tempos passados, eles tinham sido habitados por pessoas reais.
Se bem que para mim, que era uma criança bastante observadora, a presença de ogros, fantasmas, gnomos e príncipes encantados aprisionados em estátuas de pedra era perfeitamente reconhecível. Num desses passeios a castelos eu ganhei um livro sobre… Castelos, naturalmente. No entanto, tinha um detalhe. O livro era um castelo!
Era, na verdade, um livro pop-up. Encostando a capa na contra-capa, montava-se um castelo com todas as divisórias. Tinha o salão, a cozinha, os aposentos do rei, a masmorra, o estábulo, o salão dos banquetes, a torre. Tinha os habitantes, os criados, os animais domésticos. O livro era um mundo em si.
Eu me lembro das infinitas vezes em que abri esse livro e simplesmente caminhava dentro daquelas páginas, atenta a cada detalhezinho. Não tinha nada a ver com leitura. Tanto que hoje, escrevendo esse texto, eu nem lembro se o livro tinha texto. Talvez tivesse. Talvez eu tenha lido. Mas o que ficou é a lembrança de ter sido uma frequentadora daquele castelo. Ele foi um dos meus brinquedos favoritos.
Lembro também, dessa mesma época, do Ursinho Puff. Esse tinha texto. Era todo rimado. Eu sabia de cor. Esse também me transmitia a sensação de estar sendo transportada para outro mundo. Eram experiências de abdução, praticamente. Eram alternativas a sair para brincar com as amigas.
Nessa época o livro era um tipo de brinquedo e, para mim, esse era um conceito muito óbvio. Eu lia para me divertir.
Ziraldo tinha um mantra: “Ler é mais importante que estudar”.
Eu complemento: “Ler é uma forma de brincar”.
Dica Leiturinha: títulos para incentivar a leitura na infância
Neste livro se esconde uma traça – 3 a 6 anos
Você já foi pegar uma roupa e viu que ela estava com um furinho? Quem faz isso é a traça, que come tudo pelo caminho! Aqui neste livro uma traça se escondeu. Será que você consegue achá-la, ou daqui ela já correu? Abra depressa e leia sem demora. Porque ela vai devorar tudo e o texto vai sumir agora!
Escovando os dentes – 1 a 4 anos
Escovar os dentes e mantê-los limpinhos é fundamental para a saúde bucal. Nesse livro, uma banda de rock traz o tom dessa música que atravessa gerações.
Oficina da Beca – 1 a 2
Beca é uma menina muito criativa que transforma os mais variados materiais do dia a dia em peças únicas. Ao transformar materiais que seriam descartados, Beca nos conduz por um mundo onde a magia da imaginação e da criatividade ganham vida. Explore a magia escondida nos detalhes cotidianos. Aqui, a inventividade e a magia se entrelaçam, proporcionando uma aventura cativante guiada pela adorável e criativa protagonista. Uma narrativa simples, mas envolvente que inspira crianças e adultos a desbravarem os territórios da criatividade e a descobrirem o extraordinário nas coisas mais simples.
Octávio – 5 a 10 anos
O doutor Octávio é especialista em aconselhar seus pacientes e ajudá-los a se livrarem dos espinhos que causam incômodo. Sempre acompanhado pelo fiel Eurico, numa certa cacta-feira, Octávio segue para mais um dia de trabalho, mas sente uma coisa esquisita… Era como se algo estivesse para acontecer, ele só não sabia o quê. Dona Cactarina manda entrar um paciente, depois outro, e Octávio continua com aquela sensação de borboletas no estômago. Depois de resolver muitas situações espinhudas, dos mais variados tipos, parece que o dia terminou. Até que o doutor precisa se deparar com o maior espinho de todos! Ih, onde foi parar Octávio? Você consegue encontrá-lo por aí?