Sobre O Menino e o Mar: um mergulho na literatura

abr 13, 2020 | Leitura

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Dizem que as histórias mais poderosas nascem das verdades que carregamos. Desde muito pequena, eu sentia uma paixão tão desmedida pelo mar, que, quando boiava, era como se eu me tornasse mar também. Ali eu me perdia. Ali me encontrava. Nascida na Bahia, meu “lar, doce lar” era, na verdade, salgado de lamber os beiços. Depois de 37 anos deixando que o mar encharcasse os meus dias mais felizes, não resisti à vontade de escrever sobre ele. Havia de ser como um mergulho: um fôlego e um pulo de cabeça. Assim, surgiu o livro O Menino e o Mar.

Qual foi a origem da história do livro? 

Suspeito que toda a história brotou deste diálogo: “Você vai mergulhar no mar?” “Eu não. Eu tenho medo de mar.” Eu queria que o livro nascesse deste encontro. Do medo com a coragem; do temor com o encantamento. Só quem pode apresentar o mar (e a própria vida!) para alguém que está preso aos seus medos é quem tem um olhar diferente, um olhar de amor. Assim nasceu a personagem do livro, uma menina que, mesmo sem enxergar, apresenta ao menino toda a beleza que ele não é capaz de ver.

 

A sensibilidade… 

Dentre todas as dificuldade humanas, a deficiência visual sempre me tocou. Quando criança, eu não podia imaginar a vida sem o deslumbramento trazido pelas cores, pelas paisagens. Mal sabia eu que para se encantar com a vida só precisávamos de um olhar aberto: o da sensibilidade. Já imaginou atravessar os seus dias sem perceber a grandeza que mora nas delicadezas? Sem enxergar o amor que se esconde em cada encontro? É o que sentimos que dá forma e beleza ao que está diante de nós.

Uma história de reflexão!

O curioso é que na maioria das histórias o personagem que tem uma deficiência física é sempre o que necessita de ajuda. Ao ler este livro, vale a pergunta: quem estava preso às suas limitações, o menino ou a menina? Quem verdadeiramente precisava de ajuda para superar a si mesmo? São duas crianças nos lembrando que temos algo a acrescentar uns aos outros. Independente da nossa condição.

Desejo que nós tenhamos esta grande coragem, como o menino teve: a de experimentar a vida pelo olhar da sensibilidade, da poesia. Que a gente se lembre que a única cegueira capaz de nos paralisar é a do coração.

Bom mergulho.

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Ana Clara Oliveira

Jornalista e editora do Blog da Leiturinha, é fascinada por tudo que envolve o mundo da leitura, da educação e da infância. Acredita que as palavras aproximam pessoas, libertam a imaginação e modificam realidades. Gosta de escrever, viajar e aprender sempre.

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