Amigos são parte fundamental das nossas vidas. E, que boa notícia, saber que essa parte pode (e deve!) começar bem cedinho. A amizade na infância com outras crianças de mesma idade é super importante para o bom desenvolvimento. Essa troca faz com que a criança se identifique com o outro e se reconheça através da interação. Além disso, abre espaço para as habilidades interpessoais essenciais para a vida coletiva, como a construção de relacionamentos, a convivência, a lealdade, a confiança, a empatia, entre outras.
Conforme as crianças crescem, a amizade em geral, ganha camadas mais estáveis. Isso possibilita maior apoio emocional, coleguismo e compartilhamento. Também motiva conversas mais amplas e mais profundas, diversão e até mesmo o movimento físico.
Quais os benefícios da amizade na infância?
As crianças que têm pelo menos um amigo próximo, em geral, melhoram suas capacidades de comunicação. Além da forma de encarar problemas e resolver conflitos. As relações de amizade são interessantes pois ensinam a criança a lidar com sentimentos bons. Ao passo que possibilitam o contato com competitividade, desavenças e diferentes opiniões, questões que as ajudarão a encarar de forma mais assertiva todas as relações futuras. Ou seja, até os conflitos são importantes e contribuem para uma formação sólida. O interessante é que as desavenças entre amigos são, em geral, mais facilmente resolvidas do que as desavenças com colegas e pessoas não próximas. Isso acontece pelo interesse em manter a relação, o que aumenta a probabilidade de resolução.
Quem são considerados amigos pelas crianças?
Um estudo sobre o tema, elaborado pelos autores Agnaldo Garcia e Paula Pereira e publicado na Revista de Psicologia Vetor Editora, elucida que as crianças consideram amigos alguém que não é da família, em geral de mesma idade. No entanto, quando são perguntadas, elas mencionam entes próximos como amigos também. De fato, as interações com as crianças de mesma faixa-etária cumprem uma outra necessidade, muito importante para a infância.
Qual é essa necessidade?
O mesmo estudo também mostra que as atividades feitas com os amigos são brincar, jogar bola e conversar. Tais atividade estão relacionadas aos marcos fundamentais da infância. A brincadeira é a forma de apresentar o mundo e a realidade aos pequenos, é a forma que a criança interage, parte integral da infância, inclusive, um direito assegurado. Jogar bola mostra a relação com as atividades físicas. Estas são precursoras do desenvolvimento da coordenação motora, e recomendadas pela OMS (órgão defende que a movimentação ocorra durante o dia, através de caminhadas, jogos, brincadeiras, corridas, escaladas). O conversar evidencia o olhar da criança para si mesma, uma vez que ela compartilha a sua visão de mundo, e para o outro, já que a amizade engloba sentimentos de entendimento, acolhimento, diálogo e construção. Ou seja, a receita certa para o desenvolvimentos integral e saudável.
Como possibilitar que os pequenos façam amigos?
De forma geral, as crianças se mostram muito interessadas e abertas para se relacionarem. Assim, a amizade se dá de forma bastante natural. O que é interessante para pais e educadores, é possibilitar que esses encontros aconteçam, por exemplo, levando os pequenos para ambientes frequentados por crianças: como a escola, aulas extras, o pátio do prédio, parques próximos, vizinhança, entre outros.
É crucial ter a consciência tranquila ao saber que seu filho se beneficiará dos diferentes tipos e durações de amizades. Como evidenciado no estudo sobre o tema, todo o tipo de amizade influencia o processamento cognitivo e afetivo. Até a eventual perda ou afastamento entre amigos, compõe o repertório emocional da criança, capacitando-a para outras relações futuras.
Assim, em tempos de isolamento, vá no sentido oposto, incentive a amizade dos pequenos em todos e quaisquer formatos. Converse sobre a importância do contato com outras pessoas. Cultive momentos de socialização e aproveite todos os benefícios que a amizade proporciona!
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