Há alguns anos que me deparei com uma situação que causou bastante desconforto entre pais e alunos de uma escola de educação infantil.
Coluninha | Por Pamela Greco.
Após um caso de divórcio dos pais de uma das crianças de uma turma de quatro anos de idade, o assunto começou a aparecer nas brincadeiras e nas conversas. A professora decidiu interferir e explicar para as crianças o que era o casamento, explicando-o como a união de duas pessoas pelo amor que sentiam uma pela outra.
Após uma breve explicação, apenas o necessário pra que em seguida ela pudesse explicar sobre a “separação”, dois meninos da turma decidiram que pela afinidade que tinham deveriam se casar.
O casamento
É claro que a associação que fizeram foi a de que se amavam, e sabemos que há várias formas de amor, e que, portanto queriam ficar juntos. Naquele momento não se tratava de um assunto sobre “orientação sexual”, muito embora, de qualquer forma, não devêssemos nos preocupar. No entanto, a repercussão do problema foi imensa, acabando com pais ofendidos na porta da direção da escola.
Papais e mamães, deixando de lado a discussão do preconceito e do direito a liberdade de seus filhos, vamos entender um pouco mais tudo isso!
Não é preciso paranoia!
Seu filho brincar com boneca, brincar de casinha ou usar rosa não define nada sobre ele. Na minha opinião, isso nem deveria ser um problema, mas estou aqui pra falar especificamente sobre impactos das escolhas de brincadeiras e brinquedos. Sua filha andar de skate, brincar de carrinho, odiar bonecas e usar bonés também não implica determinada orientação sexual.
No caso dos amigos que me referi no relato acima, eles sequer entendiam o que era, de fato, um casamento.
Ninguém deve limitar o universo exploratório das crianças pela preocupação com a futura opção sexual delas. Vocês vão perceber, se já não perceberam, que muitas coisas estão fora de nosso controle.
Os fatores psicológicos e sociológicos envolvidos na construção da sexualidade da criança estão muito além de “deixá-las brincar com brinquedos de menino ou menina”. Privá-los de experiências enriquecedoras é uma escolha muito ruim.
Brinquedo só precisa ser de criança
Em uma iniciativa super interessante relacionada ao assunto, uma empresa de brinquedos dos EUA chamada GoldieBox criou uma propaganda incentivando novos tipos de brinquedos para meninas. Elas precisam de mais possibilidades! Chega de só rosa, só bonecas… vamos ofertar mais pra elas?
Nossos filhos são, antes de mais nada, seres humanos livres. Ensine-os a serem responsáveis, ensine-os a importância da felicidade, o respeito por si mesmo e pelas outras pessoas… Isso sim é o que fará diferença.