Nesta coluna vamos falar sobre algo que vem crescendo muito no Brasil, mas ainda traz dúvidas aos pais. As escolas bilíngues! Apesar de parecerem todas iguais, elas podem ser bem diferentes em relação ao tempo e à maneira de trazer o inglês no dia a dia das crianças. Mas antes de falar sobre vantagens e desvantagens das escolas bilíngues em relação ao inglês em casa (ou em uma escola de idiomas), eu preciso mostrar as diferenças entre as escolas. Então vamos lá?
Quais vertentes de escolas bilíngues existem?
Existem algumas nomenclaturas que são importantes para vocês conhecerem: Projeto Bilíngue, Programa Bilíngue, Bilíngue e Internacional. Cada um dos tipos de escola apresenta o bilinguismo de uma maneira diferente para o aluno.
1. Projeto Bilíngue
No primeiro caso, o projeto bilíngue, significa que é um primeiro passo, literalmente um projeto implantado com o foco de apresentar o inglês aos alunos. Geralmente, possuem uma carga horária de 2 a 4 aulas (40 ou 50) minutos por semana.
2. Programa Bilíngue
O programa bilíngue é algo um pouco maior e tem a ideia de ampliar o conhecimento que já foi adquirido previamente na primeira língua. Nesse caso, a carga horária semanal pode variar entre 3 a 10 horas semanais, além de fazer parte de um currículo extra.
3. Escola Bilíngue
Já no caso da escola bilíngue, entre 30% a 50% do conteúdo e carga horária deve ser ministrado em inglês.
4. Escola Internacional
E, por fim, a escola internacional, que segue parte do currículo do Brasil e outra parte do país que é trabalhada essa língua (pode ser americano, britânico, canadense, etc.), além de o aluno ter dupla certificação e, geralmente, ter professores nativos ou que já trabalharam/estudaram fora.
As vantagens e desvantagens das escolas bilíngues
Ufa, quanta coisa, né? Mas é super importante vocês saberem dessas diferenças entre escolas bilíngues. Agora, vamos falar sobre as vantagens e desvantagens?
Em casa, nós temos as vantagens de termos o contato com nossos filhos, já conhecermos e conseguirmos trabalhar e trazer o inglês no dia a dia. Porém, nem sempre conhecemos tão bem o idioma ou as estratégias para continuar estimulando o inglês em casa (mas já falei sobre elas anteriormente aqui!).
Na escola, temos as vantagens de, dependendo do tipo de escola, a criança ter uma aprendizagem mais ampla, por bastante tempo e termos profissionais que devem conhecer bem o idioma e as estratégias. Porém, não necessariamente todas as crianças falam o idioma entre si e são muitos alunos para administrar. Ou seja, cabe a cada família conversar com a escola e analisar bem os prós e contras.
Então, como escolher?
Dois artigos científicos muito interessantes propõem algo que, para mim, seria a fórmula perfeita. Krashen (1988), Snow (2007) e Torregrossa (2021) trazem a conclusão de suas pesquisas que, para um bom desenvolvimento a longo prazo, o estímulo em casa, mesmo com o apoio de escolas bilíngues, é muito importante para um resultado efetivo e a longo prazo (lembrando que é uma sugestão, ok?).
E, por fim, a minha experiência de 8 anos vivendo o inglês em casa e já ter passado por escola bilíngue, programa bilíngue e internacional, no total de 3 anos, é que é sempre bom a gente auxiliar a escola e manter um ambiente bilíngue em casa (que também já falei sobre aqui).
E vocês? Depois de lerem essas informações, qual seria a sua opinião em relação às escolas bilíngues?
Leia também:
Bilinguismo infantil: mitos e verdades