Caçadores de Lobo Mau: e quando o pequeno tem medo do livro?

jan 15, 2020 | 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Palavra da Curadoria

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Você escolhe um livro e senta para ter aquele momento prazeroso de leitura com seu filho. E aí, no primeiro momento tenso da história… ele fecha os olhos e demonstra logo que tem medo do livro, seja de algum personagem ou da própria história. Se você já viveu algo parecido, logo sabe: há livros que despertam sentimentos controversos como o medo e curiosidade. 

Livros são lugares seguros para se ter contato com todos os sentimentos

Aliás, medo e curiosidade são impulsos muito amigos! Basta ver como o medo surge de elementos, na maioria das vezes, imaginários, criados pela própria pessoa em momentos de muita criatividade. Assim, toda história pode fornecer muitos elementos, tanto para as brincadeiras de faz de conta, como para dar corpo, voz, formato, cor e cheiro para um medo possivelmente guardadinho no imaginário, pronto para se manifestar de qualquer maneira.

Mas o que fazer quando os pequenos têm medo do livro?

Se você tem um livro que provoca, instiga ou causa medo nos pequenos isso quer dizer que este livro é verdadeiramente significativo para ele. Pois dialoga diretamente com elementos presentes em seu imaginário, que estavam “guardados” e prontos para sair. E, se o medo é despertado por um livro: ótimo! Dessa forma você tem a oportunidade de dar voz a este medo de forma segura, em um ambiente em que a imaginação é aliada. Inclusive, para se criar formas de superar e ressignificar este sentimento. 

Caçadores de Lobo Mau: um livro sobre o medo e a coragem

Este é o contexto do livro Caçadores de Lobo Mau, um livro Original Leiturinha, escrito por Anna Claudia Ramos e ilustrado por Vanessa Prezoto. A história aborda o tema do medo e da coragem de forma divertida e lúdica. O livro mostra, com muita beleza, a magia do território da infância, em que as fronteiras entre real e o imaginário são muito sutis, por vezes, inexistentes.  

O enredo versa sobre uma sala de aula, uma professora e seus alunos e a relação deles com a literatura clássica, os bosques da imaginação. Todos os dias, a professora, ao contar histórias de lobo mau, via alguns de seus alunos com medo e outros, valentes, querendo caçar o lobo. Então, junto com eles, ela criou uma receita para caçar lobos maus. Um dos itens da receita era ler, todos os dias, todas as histórias de lobo mau!

Como foi o processo de criação do livro?

Anna Claudia Ramos acredita que “a leitura de Caçadores de Lobo Mau vai despertar nas crianças a vontade de enfrentar seus próprios medos, porque o medo do Menino, personagem da história, é real, por mais fantasioso que possa ser. E ele enfrenta o medo do Lobo no dia a dia, na escola, brincando ou lendo histórias até gastar o medo. Até que esse medo some e um novo surge e começa tudo outra vez, novos desafios e novos enfrentamentos.”

Para a autora, “os medos de qualquer criança podem estar concentrados neste Lobo Mau, que pode significar tanta coisa. O Lobo pode ser sinônimo de muitos outros medos das crianças. Então, a possibilidade de expressar seu medo e poder ‘caçar’ lobos pode dar às crianças a oportunidade de cada uma enfrentar seus próprios medos interiores. A leitura de histórias nos protege e nos ajuda a enfrentar os desafios que a vida nos apresenta. Na medida em que o leitor perceber que Menino e seus amigos descobrem uma maneira de enfrentar o Lobo, ele também poderá se inspirar na história para enfrentar os seus lobos, ou seja, os seus medos.”

Para ilustrar os diferentes sentimentos existentes nessa obra, Vanessa Prezoto diz ter transitado entre o real e o imaginário de forma bem fluida. Além disso, em suas palavras “as ilustrações mantém um suspense no início, não fica muito claro se de fato há a presença do Lobo no ambiente da escola. Mas no desenvolvimento das imagens, se torna evidente que todo o desenrolar da história se passa num mundo imaginado pelas crianças, a escolha da paleta de cores vem para reforçar a magia desta potência da vivência do coletivo, remetendo à fantasia, ludicidade e liberdade de explorar os mistérios da narrativa que criam num ambiente de criatividade estimulada.”

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Sarah Helena

Mãe de Cecília e de Olívia, psicóloga, escritora, especialista em filosofia e mestre em educação profissional e tecnológica. Sempre trabalhou com famílias, especialmente com os pequenos. Por esse amor ao universo afetivo infantil, hoje, na Leiturinha, integra o time de Curadoria e colabora fortalecendo o vínculo das famílias leitoras através da experiência da literatura.

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