Sentir ciúmes é algo normal é humano. Inclusive é o suporte dramático de diversos livros consagrados, como “Otelo”, de Shakespeare e “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Se o ciúme não fosse algo tão natural da alma, provavelmente esses livros não teriam o mesmo sucesso. Nos exemplos falamos de ciúme em relações amorosas, mas na realidade, esse sentimento está presente em qualquer relação. No trabalho, na amizade e até mesmo com nossos filhos.
Pais ciumentos: qual o limite do ciúme?
Como toda emoção, o ciúme não é racional. Por isso, é particularmente desafiador domá-lo. Seu filho pedir para o pai colocá-lo para dormir ou para não ir embora da casa da tia, por exemplo, podem ser o estopim para uma onda de ciúmes tremenda.
Qual é o principal gatilho do ciúme?
O importante é manter a calma e tentar, a medida do possível, entender qual medo essa onda de ciúme tenta consertar ou contornar. Em geral, o ciúme é uma reação a uma ameaça. Que pode ser o medo de se sentir substituído, preterido ou não importante, por exemplo. Entender e enfrentar esse medo pode ser uma estratégia para levar uma vida mais leve e conseguir dividir um pouquinho o pequeno.
É necessário ressignificar a emoção.
É comum, associarmos o ciúme ao “tempero de amor”. Aquele tal ditado de “ciúme é bom, é uma forma de mostrar que eu me importo”. No entanto, essa é uma maneira um tanto romântica de olhar para um sentimento que pode atrapalhar a sua paz de espírito. Além de, se combinado a comportamentos abusivos, pode prejudicar o desenvolvimento saudável da criança. O ideal é que aos pouquinhos tentemos lidar melhor com essas crenças que são socialmente construídas, cultivadas e passadas de geração em geração e que muitas vezes não refletem a verdade.
Pode ter certeza de que seu filho vai se sentir mais amado se vocês dividirem um tempo de qualidade fazendo algo juntos. Muito mais do que se você o proibir de visitar algum ente querido por ciúme. Pensar que o elo é construído pela troca e pelo tempo de qualidade e não pela exclusividade, pode ser uma boa saída de olhar a cena de forma mais positiva.
Não existe substituto para os pais.
O ciúme muitas vezes é um reflexo de proteção, que pode culminar em ações que objetivam perpetuar a posição de ser amado. Frequentemente, atitudes nesse sentido acabam restringindo o contato da criança, e nesses casos, o ciúmes pode virar um problema sério. Afinal, crianças precisam de contato com diferentes pessoas e situações. Isso é necessário para a criação de vínculos e para entender as diferentes possibilidades apresentadas em cada relação. Qualquer iniciativa que restrinja isso, sem motivo claro, pode ser um problema. Uma forma de contornar tal situação é lembrar que nada é mais insubstituível que os pais, nada. Pode ficar tranquilo, não importa quantos sorrisos e momentos felizes seu filho tenha com outra pessoa, isso não vai diminuir a sua importância, apenas abrirá espaço para que o pequeno seja mais amado. Mais amor é sempre positivo.
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