Contar histórias e ler histórias são práticas intimamente relacionadas, mas cada uma tem suas características e potencialidades únicas, especialmente quando direcionadas para bebês e crianças pequenas. Ambas oferecem a oportunidade de estar no literário, mas compreender as nuances entre elas pode colaborar a engrandecer ainda mais os momentos em torno da Literatura com bebês e crianças pequenas.
Mas, afinal, qual é a diferença entre contar e ler histórias? Isso é o que a gente vai te contar (ou ler?) hoje!
Ler histórias: a conexão com o livro
Quando lemos histórias com bebês e crianças pequenas, seguimos um texto escrito, geralmente acompanhado de ilustrações. A leitura de um livro permite que a criança se familiarize com a estrutura do texto, o ritmo das palavras e a narrativa visual. O livro oferece uma base estável e repetível, o que possibilita o bebê e a criança pequena a desenvolverem o repertório de palavras e a compreensão de histórias com início, meio e fim. A leitura de livros também cria momentos profícuos de interação, pois o bebê e a criança pequena irão se expressar à sua maneira (apontando, sorrindo ou até andando!) e a pessoa mediadora irá estabelecer o diálogo sobre a leitura.
Contar histórias: imaginação e criatividade
Contar histórias, por outro lado, é uma prática mais flexível e muitas vezes envolve a criação ou adaptação de uma narrativa de forma oral, sem o suporte de um livro. Nesse formato, a pessoa contadora de histórias tem a liberdade de ajustar a narrativa, responder às reações dos bebês e das crianças e até envolver elementos do cotidiano ou do ambiente imediato na trama. A oralidade permite que a pessoa adulta brinque mais com a entonação, os gestos e o ritmo, tornando a prática mais performática e interativa. Essa abordagem pode ser mais personalizada, pois o contador pode adaptar a história de acordo com o que percebe que desperta o interesse ou a curiosidade do bebê, ou da criança pequena. Contar histórias é uma prática ancestral que desperta a imaginação de forma mais direta, sem o apoio visual de um livro, desafiando a criança pequena a visualizar a narrativa em sua mente.
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Por que contar histórias para bebês e crianças pequenas?
Além dos benefícios emocionais, sociais e cognitivos, contar histórias promove uma experiência sensorial e afetiva particular. Ao usar a voz, a pessoa contadora adapta a narrativa de acordo com as reações da criança, criando um momento íntimo e de interação. Essa prática ajuda a desenvolver a atenção e a criatividade.
Contar histórias também permite uma maior liberdade de improvisação e adaptação. Se a criança se interessa por um tema específico — como animais, objetos ou mesmo situações do dia a dia — ao contar, a história pode ser moldar, tornando-se mais relevante e envolvente para a criança ouvinte.
Estimule a contação de histórias no cotidiano!
Se você já tem o hábito de ler histórias com bebês e crianças pequenas, que tal começar também a contar histórias? Além de ofertar uma variedade nos momentos literários, contar histórias ajuda a desenvolver a criatividade tanto da criança pequena quanto dos adultos. Não é necessário ser um especialista em narração; muitas vezes, basta observar o ambiente ao redor ou se inspirar em momentos do dia a dia para criar uma história. Use brinquedos, objetos e até vivências cotidianas como material para a sua narrativa. Bebês e crianças pequenas adoram ouvir a sua biografia, quando nasceram, como nasceram, como o nome foi escolhido, as suas preferências e assim por diante.