Ler por prazer – Por mais fantasia e imaginação!
O hábito de imaginar histórias fantasiosas é algo comum na infância mas que, com o passar do tempo, tende a diminuir. Aos poucos, conforme chegamos à idade adulta, as histórias infantis parecem perder espaço em nossas vidas. De acordo com a quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro, ler por gosto representa apenas 25% dos que se consideram leitores, sendo que são as crianças (5 a 10 anos) e os adolescentes (11 a 13 anos) os que mais leem por gosto, representando 40% e 42%, respectivamente. O que acontece ao envelhecermos, afinal? Quando a literatura perde o espaço na sociedade?
Tove Jansson – Em tempos sombrios, Literatura!
Com uma infância e juventude recheadas de histórias, influenciada pelos autores Júlio Verne e Collodi, Tove Jansson (1914 – 2001) tornou-se uma das melhores escritoras, artistas e cartunistas finlandesas. Sua vasta obra é lida pelo mundo todo e sua mais famosa criação, a série sobre Os Moomins, foi traduzida e lida em mais de 15 línguas. Sua escrita, marcada por elementos lúdicos e fantasiosos, encanta crianças e adultos, aproximando gerações através do seu “Era uma vez”. Entre vários prêmios de literatura que Tove Jansson recebeu, está o mais importante deles: o Prêmio Hans Christian Andersen, em 1966.
Seus livros infantis de aventura sobre os Moomins são perfeitos para os pequenos que, ao atingirem maior maturidade e fluidez na leitura, buscam por aventuras e sagas com elementos fantasiosos que dialoguem com a avalanche de sentimentos, próprios desta fase da vida, lhes permitindo uma viagem literária completa! Este é um livro fácil e delicioso de se devorar! Em algumas pausas no dia é possível visitar um mundo inteiro, e, depois disso, ter assunto de sobra para bater um papo em família ou com os amigos.
O papel humanizador da literatura
Segundo a autora, o primeiro livro da série, Os Moomins e o Dilúvio, selecionado pela Curadoria da Leiturinha para integrar o kit dos pequenos, foi concebido em 1939, ano marcado pelo contexto de guerra, em que o mundo todo estava voltado para questões políticas e sociais emergentes e urgentes. Nas palavras de Tove Jansson, no prólogo deste livro: “O trabalho dos artistas estava parado, parecia inútil tentar pintar quadros. Talvez por isso eu tenha sentido uma vontade repentina de escrever algo que começasse com ‘Era uma vez…’ ”. Assim, com o sentimento de esperança que a literatura tem o poder de nos dar, um personagem começa a ser criado, para alimentar a mente, enquanto a realidade era muito dura.
Dessa forma, Tove reafirma o papel humanizador da literatura que, mesmo (ou especialmente) em momentos de crise, é capaz de dialogar de forma significativa com o leitor, ora fonte de pequenos prazeres, ora como um meio de visitar e se colocar em outras realidades, em outras peles e sob outros pontos de vista. Em momentos de crise, nada melhor do que a necessária reflexão para seguir em frente de maneiras diferentes, com os horizontes alargados e a imaginação fértil, povoada de novos finais.
Os Moomins e o Dilúvio: os livros de aventura na infância!
Os Moomins e o Dilúvio, é uma história recheada de suspense e aventuras! Os personagens principais dessa trama são criaturas mágicas da floresta, inspiradas em seres da mitologia nórdica, que vivem um dilúvio. Em meio a tanto alvoroço na mata, o pequeno Moomintrol e mamãe Moomin saem à procura de Moomin Pai. O que eles não sabiam era que fariam tantos novos amigos pelo caminho e também encontrariam seu novo lar: o Vale dos Moomins. Este livro infantil, publicado pela primeira vez em 1945, é o primeiro de uma série de outros livros sobre os Moomins, que Tove Jansson criou. |
Por que nossa Equipe de Curadoria da Leiturinha indica este livro?
Perante todos os acontecimentos da atualidade, parece ser irrelevante ou trivial falar sobre faz de conta, mas é isso que vai servir de alimento para que coisas melhores aconteçam no futuro. É preciso uma Intervenção literária para que, mesmo nos lugares e situações mais obscuras, possibilidades possam ser vislumbradas! A literatura dá esperança. Era uma vez… pode ser qualquer coisa que quisermos, mas precisamos alimentar nossa imaginação para idealizar e construir um final feliz. Pensar em um mundo diferente e melhor pressupõe uma imaginação capaz de sonhar as melhores histórias.
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