Você conhece algum estabelecimento que escolheu proibir a entrada de crianças? A discussão envolvendo restaurantes, bares, hotéis e outros locais que não permitem a entrada de pequenos e pequenas tem ganhado cada vez mais força e dividido opiniões, principalmente nas redes sociais.
De um lado, estão aqueles que acreditam que não permitir crianças é uma preferência válida, pois defendem que “muitos pais não impõem limites” ou que “as birras atrapalham a tranquilidade dos lugares”. Do outro, estão aqueles que enxergam essa atitude como uma forma de intolerância à infância, o que também atinge os responsáveis pelas crianças. Sobretudo, as mães. Pensando nisso, vamos conversar sobre o movimento childfree e suas consequências? 💬
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A origem do movimento childfree
O termo childfree (que, em tradução livre, quer dizer “livre de crianças”) surgiu na década de 80, no Canadá e nos Estados Unidos. A princípio, seu objetivo era agrupar adultos que não tinham vontade de ter filhos e que se sentiam discriminados por isso.
Hoje em dia, o movimento childfree tem ganhado novos adeptos ao redor do mundo. No entanto, muitos deles vão além do “não quero ter filhos” para o “não gosto de crianças”. Mas, afinal, será que é possível afirmar não gostar de crianças ou de qualquer outro grupo social? 🤔
Proibir a entrada de crianças: direito ou intolerância?
Hotéis, bares e restaurantes que não aceitam crianças estão sendo questionados nas redes sociais. E embora esse assunto divida opiniões, até mesmo entre especialistas, ele merece a atenção de toda a sociedade. Isso porque se trata de uma discussão delicada e bastante sensível, que a impacta a vida de milhões de famílias em todo o país.
Ao determinarem que a entrada é somente permitida para maiores de 10, 12 ou até mesmo 18 anos, muitos desses estabelecimentos defendem priorizar o sossego e tranquilidade, sobretudo para pessoas que não têm filhos. Ou, então, para aqueles que desejam momentos de silêncio e paz longe dos pequenos e pequenas.
Para algumas pessoas, essa restrição é uma opção válida, já que atenderia determinado nicho da sociedade. Além disso, eles defendem que proibir a entrada de crianças não é um ato de discriminação, desde que a norma seja claramente estabelecida e previamente informada.
Por outro lado, defensores dos direitos infantis afirmam que, ao proibir a entrada de crianças, esses estabelecimentos estão promovendo o preconceito e intolerância contra um segmento da sociedade. Neste caso, as crianças. O que também abriria precedente para outras restrições, como contra idosos ou pessoas com deficiência, por exemplo.
“Se não conseguimos conviver com as crianças e entender suas necessidades, que sociedade queremos ter no futuro? Uma que confine as crianças apenas a locais específicos irá gerar adultos que não sabem se relacionar”, opina Isabella Henriques, do instituto Alana, em entrevista à BBC Brasil.
Já para a advogada Fabiola Meira, doutora em direito das relações de consumo e professora-assistente da PUC-SP, “há quem diga que pode haver preconceito, mas acho que locais privados podem adotar um modelo de negócios para um público diferente (que restrinja crianças), com base na livre iniciativa”, afirmou também à BBC Brasil.
E as mães e os pais, o que acham disso?
O aumento no número de estabelecimentos childfree impacta diretamente a vida de mães, pais e demais responsáveis que querem (ou precisam) sair com seus filhos e filhas. Seja por não terem com quem deixar as crianças ou, até mesmo, por desejarem vivenciar momentos em família. Porém, se estiverem na companhia dos pequenos e pequenas, esses adultos também podem ser impedidos de frequentar determinados locais.
Em uma sociedade como a nossa, onde a maior parte dos lares brasileiros são administrados por mulheres, essa restrição afeta especialmente as mães solo. Mulheres que, por sua vez, já costumam vivenciar o sentimento da solidão materna, se equilibrando entre trabalho, casa e criação dos filhos, em uma rotina bastante atribulada.
Na maioria das vezes, as mães solo têm justamente seus momentos de lazer na companhia das crianças. Então, será que esses estabelecimentos, que proíbem a entrada de pequenos e pequenas, não colaboram para tornar a maternidade ainda mais solitária?
Viver em sociedade é conviver com bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Por isso, a tolerância e o respeito são valores importantíssimos, que ensinamos para os nossos pequenos e pequenas desde cedo. No entanto, por que será que as pessoas ainda se incomodam tanto com crianças agindo com apenas como crianças? 👀
E você, o que acha dos estabelecimentos childfree? Será que a sociedade está se tornando cada vez mais egoísta e pouco empática ao não tolerar a convivência com crianças? Ou será que essa opção do mercado é válida e importante para outras pessoas? Se você já vivenciou alguma situação envolvendo a proibição da entrada de crianças ou se gostaria de deixar a sua opinião, compartilhe seu comentário com a gente!
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