Sortudo ou azarado? Um livro infantil sobre a forma como escolhemos ver a vida

ago 23, 2018 | 4 - 6 anos, Palavra da Curadoria

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Como você vê a vida?

Se tem uma coisa que a literatura faz por nós é nos trazer uma nova perspectiva, um outro olhar sobre as coisas. Por vezes, este jeito de ver o mundo é parecido com o nosso mas, na maioria das vezes, nos tira da zona de conforto, coloca em cheque aquilo que acreditamos, deslocando-nos para ver as coisas de outro lugar.

Michel, o carneiro que não tinha sorte: um livro sobre a forma como escolhemos ver a vida

Michel, o carneiro que não tinha sorte

Em Michel, o carneiro que não tinha sorte esta mudança de perspectiva é apresentada a cada página de forma inusitada. O livro ilustrado de Sylvain Victor publicado pela editora WMF Martins Fontes, traz esta mudança de perspectiva de forma concreta para que os pequenos se questionem, desde cedo, sobre suas certezas, fazendo-os perceber que sempre há uma outra forma de encarar os fatos.

O livro, selecionado pela Equipe de Curadoria da Leiturinha e enviado aos pequenos leitores, apresenta, simultaneamente, duas versões de uma mesma história: através do texto escrito, ouvimos sobre a história de Michel, sua maneira de ver o mundo e os acontecimentos ao seu redor. Como as coisas nunca saem como o esperado por ele, Michel acredita que nunca tem sorte!

No texto ilustrado – as imagens – vemos uma história totalmente diferente daquela narrada no texto escrito. Vemos Michel sendo salvo a todo momento! Sempre que o carneirinho sortudo ia se meter em uma enrascada, alguma coisa acontecia e o livrava daquela tragédia.  

A genialidade da obra está na ambivalência dos conteúdos apresentados, ainda que de forma oposta ou antagônica. Essa manobra do autor provoca nos leitores uma grande quebra de expectativas, o que a torna uma tragicomédia da vida cotidiana.

Aprendendo a rir de nós mesmos…

Este livro vem a nos dizer muitas coisas. Para mim, fica a pergunta diante dos acontecimentos negativos: o que posso tirar de bom daqui? A capacidade de rir das próprias desventuras é um grande poder que poucos utilizam, mas todos temos como potencial.

Este é um passo além daquela história do “copo meio cheio ou meio vazio”, pois, mais do que ver ou procurar o lado bom da vida, precisamos aprender a passar pelos contratempos de forma mais leve. Ver poesia nas pequenas desventuras e tirar as vendas (quase inevitáveis) para os novos caminhos possíveis.

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Sarah Helena

Mãe de Cecília e de Olívia, psicóloga, escritora, especialista em filosofia e mestre em educação profissional e tecnológica. Sempre trabalhou com famílias, especialmente com os pequenos. Por esse amor ao universo afetivo infantil, hoje, na Leiturinha, integra o time de Curadoria e colabora fortalecendo o vínculo das famílias leitoras através da experiência da literatura.

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