3 motivos para vivenciar a literatura em casa

maio 16, 2024 | Atividades, Criança, Desenvolvimento, Dicas, Família, Leitura, Literatura, Livros, Parentalidade

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Vivenciar a literatura em casa com um cantinho da leitura é o tipo de sonho que cada vez mais famílias têm conseguido realizar.

É ótimo ter um espaço aconchegante para desenvolver o hábito da leitura desde cedo e apresentar diferentes histórias.
Lentamente, a cada nova história, a casa toda pode passar a ser um cantinho da leitura. Aposto que algum leitor aqui já leu no quintal, na cozinha e até no banheiro, confere? 🤭

A partir dessa ideia, no artigo de hoje queremos convidá-los para dar um passo a mais e pensar juntos na construção de um ambiente literário em casa.

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Ambiente literário

Podemos entender que a ideia de um ambiente literário em casa é continuar a vivenciar e conversar sobre as histórias mesmo depois que já se tenha fechado o livro.

Ainda não entendeu o conceito? Então vamos de exemplos:
Alguns adultos adoram conversar sobre o jogo de futebol depois que apitaram o fim da partida. O mesmo acontece com o capítulo da novela ou com um filme, e a m motivação dessas conversas é buscar entender as escolhas dos jogadores e personagens, quem teve sorte, quem foi prejudicado, como poderia ter sido diferente se….
Ou seja, é completamente normal, e divertido, criar histórias paralelas, interpretar fatos, levantar hipóteses, discutir os olhares a respeito disso!

Fazer isso é se comunicar, socializar, algo essencial a nós humanos. Então, que tal também fazer isso com as leituras em casa? E já nos adiantamos em afirmar que dá sim para fazer isso com as leituras para todas as idades, é só seguir as nossas dicas!

3 motivos para vivenciar a literatura em casa

1. Compartilhar olhares
Sejamos honestos: ter o cantinho da leitura é legal, o espaço físico, porém o incentivo, o exemplo das famílias leitoras e o afeto em torno das leituras são conexões potentes e precisam ser destacadas.

O que eu mais ouço, enquanto escritor, de famílias ou crianças, é que não gostam de ler por preguiça ou desinteresse. No caso, nenhuma história parece “interessante”. Na maioria dos casos que escutei, faltava exatamente o incentivo e o afeto no ato da leitura, uma troca de ideias.
Por isso, ler uma obra com a criança e depois conversar a respeito é enriquecedor.

Ler por obrigação, para simular ou qualquer coisa parecida, pouco ajuda. E para o adulto, será um tormento também.
Ler com uma criança é um ato de amor! E conversar com ela sobre a história, ouvir o que ela achou, acrescentar algumas camadas de interpretação, falar de ilustrações, do título, dos nomes de personagens, do tema.

Tem tanta coisa para fazer aquela resenha gostosa. E não precisa ser de uma vez, o assunto pode ir e voltar de acordo com a rotina da casa, por exemplo, perguntar “lembra daquela parte? Eu achei engraçada”, e comentar de outras que se lembram.
Do mesmo modo, enquanto estão a caminho da escola, por exemplo, lembrar se leram recentemente outro livro de tema parecido.

Logo, será natural a criança ganhar confiança e vontade de também compartilhar sua visão, o que achou. Ela também pode puxar um assunto e relacionar com outras histórias.
Quanto mais esse tipo de conversa, de papo, atenção e carinho for normalizado, melhor. Todo mundo sai ganhando!

2. Leitores críticos
Se no ponto anterior os pontos-chave foram a formação e fortalecimento de vínculos com as crianças, o convite para ler e conversar com ela, além de aconchegá-la na troca de ideias, aqui destacamos como essas trocas são benéficas para auxiliar as crianças a tornarem-se leitoras críticas.

Ou seja, a cada nova história e conversa, as crianças (e os adultos) vão ter mais bagagem, mais acesso à compreensão do mundo e das narrativas que estão na sua frente.

Com a variedade cada vez maior de livros sendo publicados, um dia a família pode ler uma fábula tradicional, enquanto no outro ler um conto de mitologia africana. E, acredite, existe muita diferença há entre esses universos!

Não é questão de ser melhor ou pior, mais legal ou mais chato. Na terceira ou quarta fábula, a criança possivelmente conseguirá entender as características desse tipo de história e o mais importante: terá espaço para sua voz, compartilhando as questões de gênero que aparecem, o que é ser herói e a concepção de final feliz.

Do mesmo modo, ler diferentes contos indígenas ou do folclore oriental faz todo leitor conhecer um pouco mais de outra cultura. O mesmo vale para histórias ambientadas em cidades grandes, cidades pequenas e em situações contemporâneas, seja falando de um vizinho ou de um passeio na praça, ou no parque.

Desenvolver o ato de refletir, analisar a história não precisa ser feita de modo mecânico, com perguntas prontas ou cobrança. Jamais!
Essa troca, como já falamos, é algo que acaba vindo naturalmente. É uma conversa, uma observação da vida, só que no caso a vida que aconteceu no livro. O interesse em ouvir, em perguntar, em saber como a criança se sentiu puxa o assunto e o fio do papo.
A reflexão da criança e sua aprendizagem como leitor crítico, e com isso, cidadão crítico, a partir das histórias nos leva ao terceiro ponto deste artigo.

3. Emoções
Todos os pontos atuam juntos! O ambiente literário em casa auxilia nas relações de afeto entre as famílias e são excelentes no processo de encaminhar as crianças a adquirir pensamentos reflexivos e questionar a respeito do que leram.
Portanto, podemos entender como essas construções e momentos acabam sendo importantes na personalidade de cada criança.

Podemos olhar, no mínimo, por duas vias:
A primeira, naturalmente, é a da criança se reconhecer em alguns personagens, se identificar com seus medos, desejos e fantasias. Ou no caso das situações e problemas que precisa lidar. A literatura, assim como outras formas de arte, são grandes companheiros na viagem do autoconhecimento.
A segunda é pensar a literatura como suporte nas conversas entre as famílias. Caso a criança esteja frustrada com alguma coisa, sentiu medo, ficou em dúvida, qualquer questão, a partir de tudo o que conversamos, é possível compreender como a conversa terá outra densidade.

Pensar num ambiente literário familiar é pensar que a criança recebeu carinho, ela se sente amada, se sente acolhida, se sente uma pessoa. Com isso, ela conquista confiança e alegria.
Do mesmo modo, com as conversas ela pode ter opiniões diferentes e aprender a diferenciar os sentimentos, entendendo a lidar com a frustração e aceitar outras ideias respeitosamente. Ela perceberá que tudo bem mudar de opinião, a partir de argumentos e conversa, e não para imitar o outro com receio de ser deixado de lado.

Adultos, vamos vivenciar a literatura ao lado das crianças!

Destacamos aqui os benefícios para as crianças, porém, enfatizamos mais uma vez como os adultos também vão ficar mais positivos com esses ambientes literários familiares em casa.

Afinal, as gerações anteriores ou não tinham tanto acesso, ou informação, ou qualquer coisa. Enfim, o mundo, de algum modo, mudou, evoluiu. Agora temos mais informações e acessos. E estudos de pediatras e psicólogos aos montes apontam alguns dos benefícios que tratamos aqui.

Então, adulto, que tal desacelerar um pouco? Crie esses momentos com as crianças!
Deixe longe o celular e a televisão desligada. A conexão com sua criança será linda. E, suspeito, com sua criança interior, que talvez também precise desse acalanto. 🫂💕

Marcelo Jucá

Autor, jornalista e doutorando em literatura. Participa de projetos especiais da Leiturinha e publicou os Originais Leiturinha "Alguém viu o meu chapéu?" e "Eu sou Assim, Assim é Você". Nesta coluna, escreve sobre cultura, infâncias e sociedade, sempre no intuito de provocar curiosidade, reflexões (quem sabe algumas risadas) e novas histórias.

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