Dados apontam que o número de crianças em idade escolar com problemas de visão tem aumentado nos últimos anos. Mas, afinal, como saber se precisa usar óculos?
Pode ser difícil para pais, educadores e até os próprios pequenos identificar a necessidade do uso. Por experiência própria, foi só aos oito anos, que comecei a usar óculos. Até então, acreditava que era normal enxergar o mundo àquela maneira, afinal, sempre tinha sido assim. Entretanto, quando passei a não enxergar o quadro em sala de aula, meu rendimento escolar despencou e as dores de cabeça chegaram, fui fazer uma visita ao oftalmologista e, logo em seguida, à ótica. Esta é uma realidade de milhares de famílias. Por isso, aqui neste texto, vou te dar algumas dicas de como saber se seu filho precisa usar óculos e se, de fato, existe prevenção.
As crianças estão usando mais óculos?
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o CBO, em um estudo de 2016, 20% das crianças em idade escolar têm problemas de visão.
Alguns anos antes, em 2010, a taxa de pequenos com problemas de vista em idade escolar era de 12%. Este aumento, em um espaço de tempo tão curto, tem uma razão segundo a comunidade médica: o mau uso da telas. Nós já falamos aqui no Blog sobre a importância da mediação para um uso saudável da tecnologia. Afinal é sempre importante lembrar: a tecnologia é benéfica, quando usada com equilíbrio e bom senso – e isso vale para crianças e adultos.
Além disso, alguns outros números chamam atenção: 80% das crianças antes do ensino fundamental nunca fizeram exames de vista. E, já na escola, 57% dos pequenos que têm alguma patologia de visão, são considerados desatentos. Para não haver confusão com o diagnóstico – como o TDAH, ou crises de enxaquecas, por exemplo -, a visita ao oftalmologista é fundamental. Tanto para o pequeno, quanto para os familiares e escola.
Sinais de que seu filho precisa usar óculos
Agora que você já sabe a importância de visitar um especialista para saber se seu filho precisa usar óculos, vou te contar os sintomas que você deve observar para, talvez, adiantar a consulta:
Até os dois anos de idade
– O pequeno não se interessa pelas pessoas e pelo ambiente;
– Muita sensibilidade à luz;
– Olhos vermelhos e com alguma secreção – este também pode ser um sintoma de conjuntivite;
– Lacrimejar em excesso e constantemente;
– Olhos muito grandes com reflexos, com a cor tendendo para o cinza ou mais apagada.
Acima dos dois anos de idade
– Dores de cabeça ou nos olhos com frequência, principalmente na região frontal da cabeça, ou seja, na testa;
– Dificuldades na alfabetização;
– Baixo desempenho na escola;
– Esfregar os olhos com frequência;
– Forçar os olhos para enxergar, ou seja, apertar um pouco quando quer muito ver algo. Ou, também, tampar um dos olhos com a mão no mesmo caso;
– Dificuldades com a leitura: principalmente quando, mesmo depois de completamente alfabetizado, o pequeno ainda usa um dedo para guiar a leitura, passando-o por baixo das palavras. E, também, traz o livro muito próximo ao rosto na hora de ler;
– Ficar muito próximo às telas para conseguir assistir, seja a televisão, computador, celular ou tablet;
– Tender a fechar muito os olhos em lugares muito iluminados;
– Andar olhando para o chão, com a cabeça muito baixa ou cair a todo momento;
– Virar ou inclinar a cabeça para um dos lados;
– Olhos virados para o nariz ou para as orelhas;
– Dificuldade para reconhecer pessoas ao longe;
– Bater o rosto e o corpo em portas e paredes;
– Não conseguir enxergar objetos muito pequenos;
– Evitar atividades esportivas ou brincadeiras em que há a necessidade de enxergar à longa distância.
E, além de tudo isso, se pelo menos um dos pais tiver problemas de visão, o pequeno tem uma tendência maior a desenvolvê-los. Então, é ainda mais importante ficar atento se este for seu caso.
Afinal, existe prevenção?
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a SBO, em metade dos casos de crianças com estrabismo, astigmatismo, hipermetropia e miopia, sim.
Não é muito comum ver pais levando seus bebês em consultas oftalmológicas. Entretanto, nestes casos em que se há prevenção, é necessário que o bebê faça exames específicos até os doze meses de idade. O ideal é levar o pequeno com três meses para uma primeira consulta e, depois, aos seis meses, para uma nova verificação. Depois disso, o acompanhamento pode ser apenas uma vez por ano, caso não haja nenhum diagnóstico contrário.
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