5 dicas para passar longe da superproteção

Quando os pais exageram na dose de cuidado

Guardar os brinquedos espalhados pela casa, quando o pequeno já sabe fazer isso sozinho; preparar um lanche tarde da noite, porque a pequena não quis jantar; não deixar que os filhos corram, brinquem ou subam em algum brinquedo por medo que se machuquem… Na ânsia de proteger os filhos de possíveis sofrimentos e frustrações, pais e mães exageram na dose de cuidado, não deixando que os pequenos façam as coisas por si mesmos. Ainda que, na maioria das vezes, a superproteção aconteça involuntariamente, o excesso de cuidado não permite que as crianças aprendam a lidar com as possíveis consequências negativas de suas decisões e aprendam com seus erros.

Papai/mamãe coruja na medida certa: Como a superproteção pode prejudicar as crianças

O cuidado, o afeto e a atenção dos pais são fundamentais para a vida e para o desenvolvimento dos pequenos. Afinal, a família é o primeiro contato social da criança e este vínculo é muito importante para que ela aprenda o que é certo e o que é errado, e para que desenvolva sua independência, segurança e autoestima. No entanto, nós, adultos, precisamos ficar atentos na dose de cuidado e proteção.

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Ao fazer tudo pelos filhos, resolvendo seus problemas e antecipando suas ações, os pais não permitem que os pequenos tornem-se independentes e responsáveis por suas atitudes e escolhas. Isso é prejudicial, uma vez que os pais não estarão sempre por perto e, em algum momento, o pequeno terá que tomar decisões por si mesmo. Além disso, crianças superprotegidas tendem a se tornar pessoas mais inseguras, dependentes e com baixa tolerância às críticas. Portanto, é importantíssimo cuidar, dar carinho, ouvir, conversar, abraçar e beijar (muito) os pequenos, mas sem esquecer de ensiná-los a cuidarem de si mesmos também!

5 dicas para passar longe da superproteção

Para ajudar mães e pais que, às vezes, exageram na dose de cuidado, a psicóloga, curadora na Leiturinha e mãe, Sarah Helena, elencou 5 dicas para passar bem longe da superproteção! Confira:

1. Não fazer pela criança o que ela pode fazer sozinha

Seja subir em um sofá, calçar um tênis ou fazer uma lição da escola, cada ação tem sua importância no desenvolvimento infantil. Toda vez que um adulto faz algo pela criança, tira dela a oportunidade de aprendizado naquela situação. Ficar atento aos limites dessa ajuda é importante para garantir a autonomia e a independência do seu pequeno.

2. Suportar o choro é necessário

Quem tem criança em casa sabe como é difícil aguentar o choro sem titubear, sem ceder aos seus caprichos. Mas o choro é um sintoma passageiro diante do efeito que ele provoca a longo prazo. Chorando a criança alivia suas tensões imediatas e tem o tempo necessário para aprender a lidar com suas angústias e dificuldades momentâneas.    

3. Sustentar o não

Se o “não” foi dito é importante sustentá-lo, de modo que a mensagem do que é permitido ou não seja clara e coerente. Superproteção não é só impedir que algo aconteça, como cair ou se machucar, mas também não deixar que o pequeno tenha contato com limites e frustrações. O “não” é tão importante quanto o “sim”, enquanto um dá asas e possibilidades, o outro ensina sobre a realidade; o “sim” aponta para o céu e o “não” para as paredes, trazendo foco e organização para os estímulos que chegam. São nos momentos de frustração que as crianças aprender a criar soluções para seus problemas e ter independência e responsabilidade diante da vida.

4. Encorajar para que o pequeno atue em outros espaços

Quando estiverem por sua conta e risco, em ambientes que não são familiares, os pequenos têm a oportunidade de colocar em prática conhecimentos adquiridos, testando-os e criando suas próprias referências de vida, sua identidade.

5. Permitir o brincar livremente

Todo tipo de brincadeira e atividades devem ser supervisionadas, especialmente quando se trata de bebês e crianças menores. Supervisão implica um ambiente seguro, mas o brincar deve ser sempre livre. Cair, ralar o joelho, tropeçar, perder no jogo, magoar-se, frustrar-se, tudo isso faz parte da vida e da nossa constituição enquanto pessoas. As cicatrizes, como diria o autor Ilan Brenman sobre seu livro A Cicatriz, “são marcas dos acontecimentos na vida das pessoas” .

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