Apesar de pensarmos que se alimentar é algo intuitivo e automático, a realidade é bem diferente disso. A alimentação é uma atividade extremamente complexa que envolve não só habilidades orais de mastigação e todas as questões sensoriais envolvidas, mas também é importante lembrar das questões anatômicas. E o que as texturas alimentares tem haver com tudo isso?
Para quem não sabe os dentinhos e o tipo de mordida fazem toda a diferença na alimentação, nas texturas e consistências! Alguns problemas alimentares podem, inclusive, ser causados por uma mordida cruzada, por exemplo. Ou então, por um determinado tipo de arcada dentária ou uma boquinha que ainda não está preparada e não tem condições estruturais de funcionar direitinho. Alguns tipos de alimentos são difíceis de serem degradados. E dependendo da arcada dentária, o pequeno pode não ter condição muscular e óssea de conseguir triturar com eficiência esse alimento.
O que são as texturas alimentares?
Cada alimento tem uma textura diferente que está associada à percepção que ocorre durante a mastigação. Como por exemplo, a deformação, a mistura, a hidratação com a saliva e mudanças de tamanho, temperatura, forma e rugosidade dos alimentos. A papinha, por exemplo, é pastosa e algumas vezes até líquida e o biscoito de polvilho é crocante e faz um determinado som quando é mastigado.
Os diferentes tipos de introdução alimentar exploram essas texturas de maneiras também distintas. O mais importante é identificar em que fase do desenvolvimento esse pequeno está. Dessa forma, a introdução alimentar pode ser uma experiência gostosa, que vai despertar interesse na criança, vai trazer descobertas, desafios possíveis e vai refinando a boquinha do bebê naturalmente, no tempo individual de cada um.
Pontos importantes para levar em consideração
Então, temos sempre que pensar que mais importante do que se preocupar com como começar a introdução alimentar, ou seja, se vai ser BLW, participativa, amassadinho ou batido, é entender em que fase do desenvolvimento o pequeno está e ir evoluindo com as texturas. O importante é não ficar estagnado. O tipo de alimento precisa evoluir, mesmo que não seja no mesmo tempo do que outras crianças que esse pequeno tem convívio.
Vale lembrar que na infância é comum as crianças preferirem determinados tipos de alimentos, mas com o passar do tempo é preciso diversificar. Se for observado um padrão na hora de escolher alimentos sempre restringido à aparência ou textura da comida, é um sinal de restrição alimentar.
Procure um profissional se precisar de ajuda
Para avaliar e tratar restrições ou recusa alimentar é preciso procurar um profissional de fonoaudiologia especializado. Assim seu pequeno poderá seguir o desenvolvimento infantil sem grandes atrasos e prejuízos.
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