A arte como forma de inclusão

mar 29, 2018 | Leitura

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A arte está presente em nosso cotidiano. Seja no formato de um quadro pendurado na sala de recepção do médico, uma música que ouvimos na rádio enquanto vamos para o trabalho ou mesmo na apresentação teatral que assistimos para nos entreter no final de semana.

No universo infantil, não é diferente. O ideal é que as crianças tenham contato e compreendam a arte o quanto antes, pois isso pode ajudá-las no desenvolvimento. Além disso, a arte como forma de inclusão tem sido cada vez mais visada, entre adultos e crianças. 

A inclusão pela arte

Estar em contato com a arte desde cedo pode ajudar os pequenos a desenvolverem vários aspectos importantes, como o senso de criatividade, sensibilidade, além de potencializar as capacidades intelectuais e aprender a expressar as emoções.

Um exemplo de como essa relação pode ser benéfica é o da britânica Iris Halmshaw, de três anos. Diagnosticada com autismo aos 12 meses, a menina tem dificuldades em interagir socialmente e de se comunicar verbalmente. No entanto, descobriu um talento ao ganhar da avó um cavalete e tintas de pintura.

Além de funcionar como terapia, a pintura também se tornou algo mais: uma fonte de renda para o futuro da pequena. Hoje, Iris cria suas obras num estúdio montado especialmente para ela, e suas pinturas já foram adquiridas por mil e quinhentos dólares.

Promovendo a interação da arte com crianças

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Crédito: Karen Montija

Exemplos práticos mostram como a arte pode ser introduzida no universo infantil como forma de inclusão. Um deles é a exposição Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi, em cartaz no CCBB Educativo de São Paulo até 7 de abril.

Dentro da programação do evento, foi desenvolvido um roteiro especial para pessoas dentro do espectro autista, síndrome de Down, deficiência intelectual e com dificuldades de mobilidade.

A ideia central é a proposição de jogos e atividades lúdicas que facilitam o entendimento da linguagem e mensagens expressas pelo artista. Grupos de pessoas com deficiência visual ou baixa visão têm a oportunidade de participar de roteiros com experiências táteis e descrições afetivas das obras do autor. “Todos somos diferentes e essas diferenças precisam ser consideradas. Ao encontrar uma solução, esbarramos em duas novas questões, mas o importante é que nossa equipe está atenta”, explica a coordenadora do programa CCBB Educativo, Daniela Chindler.

Ela ressalta ainda que o local oferece também oportunidades de trabalho a pessoas com qualquer tipo de limitação. “É fundamental que o trabalho seja, não somente PARA as pessoas com deficiência, e sim COM elas, vivenciando suas particularidades e necessidades no dia a dia do projeto”, pontua.

Serviço

Exposição “Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi”

Data: 25 de janeiro a 7 de abril

Hora: Quarta a segunda, das 9h às 21 horas

Ingresso: Entrada franca

Classificação indicativa: Livre

Local: CCBB São Paulo (Rua Álvares Penteado 112, Centro. São Paulo/SP)

Acesso ao calçadão pelas estações Sé e São Bento do Metrô

Informações: (11) 3113-3651/3652

Foto de capa: Karen Montija

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Gabriela Bandeira

Jornalista e autora do livro-reportagem "Singularidades – Um Olhar sobre o Autismo", que conta histórias reais de mães de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. Acredita em um mundo mais inclusivo, e sabe que a educação é parte importante disso. *Gabriela é escritora e foi convidada pelo Blog Leiturinha para compartilhar sua opinião com as nossas famílias leitoras.

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