Diabetes na infância e na adolescência

nov 6, 2019 | 10+ anos, 7 - 10 anos, Criança, Saúde

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A realidade do diabetes na infância e na adolescência 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo são portadoras de diabetes. No Brasil 10 milhões de habitantes convivem com a doença e, destes, cerca de 10% são crianças e adolescentes.

A Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à OMS, afirma que o Diabetes Mellitus (DM) tipo 1 cresce cerca de 3% ao ano em crianças na fase pré-escolar. Já o segundo tipo da doença (tipo 2), tido no passado como uma doença de adultos, atualmente cresce de maneira alarmante em crianças e adolescentes. Principalmente, por conta do aumento do sedentarismo, da obesidade e de maus hábitos alimentares.

Mas como acontece o diabetes na infância e na adolescência?

Nas pessoas que não tem diabetes, o açúcar de uma refeição rica em carboidratos (arroz, massas, doces, leite, frutas) é convertido em glicose no intestino. A glicose é então absorvida para o sangue. A partir do sangue, a glicose deve ser transportada para dentro das células para fornecer energia. A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, é o transportador da glicose do sangue para dentro das células.

Em crianças com DM-1, o pâncreas não consegue produzir insulina. Portanto, a glicose não pode entrar nas células para fornecer-lhes energia e a taxa de glicose torna-se muito elevada no sangue (hiperglicemia).

Crianças e adolescentes são a faixa etária mais afetada pela DM1, sendo esta uma das doenças crônicas mais comuns da infância. Aproximadamente 20 de cada 100.000 crianças e adolescentes podem desenvolver DM1 a cada ano.

Por que isso acontece?

Não se sabe exatamente o motivo que leva algumas crianças a pararem de produzir insulina, mas sabe-se que há uma tendência hereditária associada a algum agravo ambiental como, por exemplo, uma infecção viral. Neste caso, é possível que o corpo, na tentativa de eliminar o vírus, cometa um erro e comece a destruir suas próprias células, que no caso são as células do pâncreas, produtoras de insulina. Isto caracteriza uma doença auto-imune (o corpo destruindo suas próprias células).

A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) acomete geralmente adultos, mas pode ocorrer em adolescentes com obesidade. Nestes casos, o adolescente é capaz de produzir insulina, mas a obesidade provoca uma resistência das células à ação da insulina. Isto é, a insulina é ineficiente em transportar a glicose para dentro das células e então essa glicose se acumula no sangue, causando hiperglicemia.

Quais são os sintomas da diabetes?

– A criança come muito e, apesar disso, emagrece ou não ganha peso.

– Apresenta muita sede e urina com frequência e em grande quantidade, chama a atenção dos pais que a criança passa a urinar demais, inclusive durante a noite.

– Pode ter queixa de visão embaçada.

– A criança sente-se fraca ou sem disposição para realizar as atividades diárias, cansa fácil nas brincadeiras.

– Existe uma forma mais grave que se apresenta num quadro mais agudo, no qual a criança passa a ter muitos vômitos, fraqueza e emagrecimento rápido, e que pode levar à cetoacidose, com taxa glicêmica muito elevada. Estes casos geralmente tem o diagnóstico feito em Pronto Socorro e necessitam de internação para controle clínico.

Quando os sintomas sugerem diabetes, deve-se procurar o médico ou serviço de saúde, para que o médico solicite os exames necessários e adequados para o diagnóstico.

Diabetes tem cura?

O diabetes não tem cura, mas com tratamento adequado, será uma doença controlada, e não terá complicações.

É uma doença crônica e o tratamento para estes pacientes é obrigatório e contínuo. Além da insulina a ser aplicada diariamente, o tratamento requer dieta adequada, atividades físicas regulares, apoio psicológico e social. É importante que as crianças e adolescentes diabéticos sejam acompanhados em centros especializados, pois terão uma equipe multiprofissional para as orientações necessárias inclusive para os familiares. Assim a criança poderá se integrar com outras crianças que também sofrem da doença, sentindo-se acolhida para aprender mais sobre o assunto e a importância do autocuidado.

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Elisabeth Amstalden

Médica Pediatra e Sanitarista, com formação em Terapia Comunitária, Psicanálise e PNL a fim de esclarecer sobre alguns assuntos do mundo da infância. *Elisabeth é especialista em pediatria e foi convidada pelo Blog Leiturinha para compartilhar sua opinião com as nossas famílias leitoras.

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