“Há muito o que se comemorar; há muito, ainda, a ser feito!”

abr 1, 2016 | 0 - 3 anos, 10+ anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Criança, Saúde

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Coluninha | Por Luciana Mendina.

Hoje, 02 de abril, é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e se é uma data para comemorarmos, é também uma data para reflexão. Precisamos pensar no que foi feito até agora, houve avanços significativos tanto no diagnóstico quanto no tratamento, mas também focar no futuro: há muito ainda a ser feito!

Do ponto de vista legal, a Lei 12.764/12, conhecida como Lei Berenice Piana, trouxe importantes conquistas para os autistas, como a possibilidade de um acompanhante especializado no ambiente escolar e o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis. Além disso, prevê a capacitação de professores do ensino regular para a integração desses alunos nas classes comuns, o que merece aplausos, pois significa a efetiva inclusão social.

Meu filho Bernardo foi diagnosticado com autismo quando tinha um ano e onze meses. De lá para cá foram mais de sete anos de tratamento ininterrupto até a alta, em dezembro de 2009. Hoje, com 15 anos, meu filho não apresenta nenhum dos sintomas incapacitantes do autismo, tais como isolamento, ecolalias, dificuldade na linguagem, recusa a alimentos, ansiedade, recusa em manter contato visual, rejeição ao toque e agressividade.

Muito pelo contrário. Bernardo está bem adaptado socialmente, tem amigos, estuda em um dos melhores colégios de Brasília, tira notas altíssimas, praticou judô até o ano passado, ganhando medalhas de prata e de ouro, fala português fluentemente e quase com a mesma fluência fala inglês e espanhol. Não apresenta mais nenhum daqueles sintomas que tanto o angustiavam e angustiavam toda a família. E o mais importante: voltou a ser um menino sorridente, participativo, feliz!

No dia de hoje, gostaria de deixar para vocês, que lutam pelo melhor tratamento para seus filhos, que acreditam na cura deles, seja parcial ou total, uma mensagem de esperança: é possível vencer o autismo em muitos casos, é possível superar aqueles sintomas que impedem seus filhos de ter uma vida plena e independente. Para tanto, considero três ferramentas fundamentais: o diagnóstico precoce (de preferência, até os três anos de idade), o tratamento médico (no caso do Bernardo, foi o tratamento psicanalítico) e a inclusão social.

Bernardo sempre estudou em colégios regulares. Teve algumas dificuldades no começo? Teve. Contudo, essas dificuldades só o tornaram mais determinado, mais maduro. Elas foram contornadas com a ajuda dos professores, das diretoras dos colégios, dos próprios colegas e de nós, sua família. E valeu a pena esse investimento: ao optar por um colégio regular, optamos pela inclusão, a verdadeira inclusão, em que pessoas com deficiências, com características diferentes se unem em prol de uma vida comum, aprendendo a se amar e a se respeitar nas suas diferenças.

Passados tantos anos, percebo que houve muita dor e muita angústia no caminho. Houve também muitas dúvidas, mas o saldo final é muito positivo. Por isso, pais, não desanimem em meio às adversidades. Façam a parte de vocês e confiem e, acima de tudo, nunca desistam de procurar a cura para seus filhos!

Conheça mais sobre o Transtorno do Espectro Autista e seus diferentes quadros em Autismo: Informar é preciso!


Luciana Mendina é jornalista e autora do livro “O autismo tem cura?”, publicado pela Editora Langage.

Luciana Mendina

Jornalista e autora do livro "O autismo tem cura?". *Luciana é escritora e foi convidada pelo Blog Leiturinha para compartilhar sua opinião com as nossas famílias leitoras.

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