Não há dúvidas de que a rotina de grande parte das famílias foi alterada devido às medidas de isolamento social. Atualmente, as entidades e institutos que atuam na atenção prioritária de gestantes e puérperas estão estudando melhor esses grupos da população. Esse estudo tem o propósito de investigar quais são os impactos psicológicos em gestantes e mães de bebês gerados a partir do cenário de pandemia em que nos encontramos.
Pesquisa realizada sobre os impactos psicológicos em gestantes e recém-mães
Uma pesquisa realizada pela Escola de Profissionais da Parentalidade (EPP) durante a pandemia do novo coronavírus, divulgou dados preliminares acerca dos impactos psicológicos em gestantes e mães de bebês neste período de isolamento.
A pesquisa em questão contou com a participação de mais de 1.000 mulheres em todo o país. Entre as gestantes e mães no pós-parto, os principais receios apresentados são:
- 79% com medo de não ter acompanhante na sala de parto.
- 73% com medo de ocorrer transmissão vertical (quando o bebê é contaminado ainda na barriga da mãe).
- 66% com medo de má-formação.
- 64% das gestantes e 58% das mães de recém-nascidos têm medo de não poder amamentar.
Qual é a realidade?
- O direito ao acompanhante durante o parto continua garantido por lei e não sofreu mudanças durante a pandemia.
- Em relação à transmissão vertical, cientistas apontam que ainda é cedo para afirmar se o vírus pode ou não ser transmitido pela mãe durante a gestação.
- Não há estudos que comprovem a presença do vírus no cordão umbilical ou no líquido amniótico ou indícios que mostrem que este possa causar aborto ou má formação.
Em relação às lactantes, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) diz:
- Não há evidências científicas de que o leite materno transmite o vírus para o bebê.
- A recomendação é que as mães diagnosticadas com a COVID-19 continuem amamentando devido aos benefícios que o leite materno oferece ao bebê.
- Cuidados como o uso de máscaras, higienização adequada dos seios e das mãos (da mãe e do bebê) antes e após a amamentação ou ordenha do leite materno permanecem.
- Para aquelas diagnosticadas com a COVID-19, se estiverem tossindo muito, indispostas ou não se sentirem seguras, a recomendação é tirar o leite e entregar para um cuidador saudável alimentar o bebê.
É importante sempre estar atento às novas atualizações
No mês de abril, gestantes e mulheres com bebês de até dois meses foram incluídas no grupo de risco para o coronavírus pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Porém, é importante que tais grupos fiquem atentos às novas atualizações.
A atenção se estende aos cuidados redobrados com a saúde mental dessas mulheres. Compreender como elas articulam o cenário atual e os aspectos emocionais relacionados à gestação ou pós-parto, contribui para entender como percebem e enfrentam este momento.
Fortalecer a família, companheiro ou companheira que estarão junto dessa mulher, também é essencial para ampliar os recursos e fornecer suporte adequado para as angústias e superação dos medos e dificuldades encontradas.
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Estou gestante (26 semanas), tenho lido tudo sobre as orientações sobre o vírus e as gestantes. Nesse momento a prevenção é o melhor remédio. Sou professora e minha rotina é bem intensa com planos de aula, busca de material para confecção, gravação aulas. Portanto, não sofro muito com o isolamento,pois a rotina é bem intensa. Espero que esse momento passe e eu tenha mais segurança em parir na maternidade sem receio de contaminação.