Morcego Bobo: Um livro infantil sobre empatia
Um morcego chega no pedaço e a bicharada vai dar as boas-vindas. Mas, sempre que conversavam, o morcego falava cada coisas estranhas… O céu ficava embaixo, e a montanha em cima, por exemplo. Ele “enxergava tudo do jeito errado. Pelo menos era isso que os filhotes dos animais da floresta achavam”.
Este é o enredo de Morcego Bobo, de autoria de Tony Ross e Jeanne Willis, que retrata a história de um morcego mal compreendido pelos outros animais, só porque via o mundo de uma forma diferente. Os animais da floresta, sem compreenderem o morcego, diziam que ele era bobo, louco e, portanto, um tanto perigoso. Infelizmente, muitas vezes, a vida real não é tão diferente… É comum, especialmente em idade escolar, que os pequenos (e até nós, adultos) encarem o que é diferente de forma negativa, somente pelo fato de ser incompreendido ou desconhecido.
O crescente debate sobre o bullying tem apontado caminhos para debater sobre esse assunto, em que uns menosprezam ou excluem os outros pelo simples fato de não pensarem ou agirem da mesma forma. É consenso que a diversidade enriquece nossa sociedade, mas na prática, não é assim que acontece. Ainda temos muito o que amadurecer e caminhar para termos um mundo mais acolhedor e que respeite as escolhas dos outros.
Assim, para além do bullying, este livro é um convite a olharmos o mundo de ponta-cabeça, a sair da zona de conforto, a pegar emprestado o olhar de alguém diferente de você e, a partir dele, olhar novamente para as coisas corriqueiras – percebendo coisas que não eram percebidas antes e encarando tudo de um outro ângulo. Parece simples, mas não é nada fácil – sobretudo na correria do dia a dia.
Respeito às diferenças: Conversando e lendo com os pequenos
Os momentos de brincadeira em família, o próprio olhar desnaturalizante da criança sobre a vida e, especialmente a literatura, podem ser ótimos meios de fazer esse exercício e ampliar nossa visão de mundo sobre as coisas, pessoas e sobre nós mesmos!
Morcego Bobo coloca os pequenos leitores de cabeça para baixo junto com os outros animais, acompanhando a trama. Quando eles finalmente se colocam (literalmente) no lugar do morcego, os pequenos tem que virar o livro para ler, tendo uma experiência interativa com o livro. Nesse momento, texto e ilustração ganham novos sentidos construindo o desfecho da trama – Ao se colocar efetivamente no lugar do outro, em uma postura empática, não há como permanecer o mesmo.
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