Phubbing: você ignora os outros para ficar no celular?
Cá entre nós, quem nunca se desligou completamente do mundo ao redor para dedicar total atenção ao celular? Desde que estes pequenos dispositivos, em especial os Smartfones, surgiram, eles têm se tornado cada vez mais presentes em nossas vidas e dia a dia. Com isso, tudo ficou mais fácil e à mão, não há como negar. Mas também trouxe uma dependência que tem ficado cada vez mais comum. Não raro nos sentimos completamente perdidos e isolados quando esquecemos o tal aparelhinho em casa ou quando a bateria acaba, não é?
Também não é difícil presenciarmos cenas em que grupos de amigos, casais e até famílias se ignoram durante um encontro para ficarem cada um em seu mundo particular e virtual. Aliás, de tão comum, este ato de ignorar ou deixar de conversar com alguém para ficar navegando no celular já tem até nome: phubbing! O termo, tão recente quanto o hábito, vem da junção das palavras phone (celular) e snubbing (esnobar), e surgiu por volta de 2007. E como se pode imaginar, o phubbing é um comportamento cada vez mais frequente e capaz comprometer as relações pessoais, principalmente quando o fazemos com as crianças.
Lembre-se, o uso consciente da tecnologia começa com você
O uso da tecnologia pelas crianças é uma pauta cada vez mais em voga. Mas será que quando nos preocupamos com o quanto ou como nossos pequenos usam os celulares/tablets, nós refletimos sobre nossos próprios hábitos também? De acordo com a psicopedagoga Nathalia Pontes, “De nada adianta os pais priorizarem o celular quando estão com seus filhos e chamarem a atenção de seus pequenos quando são eles que “não saem do celular”. Acho que o maior desafio da educação é se educar primeiro.”. Ou seja, mais uma vez o melhor caminho é o exemplo!
Além disso, ao darmos mais atenção aos aparelhinhos do que aos nossos pequenos, podemos impactar negativamente em sua formação, deixando-os mais inseguros, por exemplo. “Principalmente com crianças de até três anos, que ainda estão formando o seus pilares de relacionamento, essa dinâmica constante pode impactar o senso de confiança da criança, que pode se sentir preterida em relação ao aparelho. O número de interrupções não pode atrapalhar a percepção de necessidades atendidas do seu filho”, afirma Nathalia.
Como minimizar o phubbing entre pais e filhos?
Sabemos que, em muitos casos, nós, adultos, precisamos dos celulares não só para o “lazer” e os momentos de descontração, mas também para o trabalho. Mensagens, ligações… Estamos o tempo inteiro antenados e conectados, mas será que tudo é assim tão urgente sempre ou não passa de um vício?
Sobre como minimizar o phubbing em família, Nathalia Pontes dá a dica: “Acredito que o primeiro ponto seja se perceber: com qual frequência você tem usado o celular quando está com seu filho? Qual sentimento te invade quando ouve o alerta da mensagem? Reconhecendo o problema você consegue criar estratégias para contorná-lo, como desligar o celular quando estiver com seus filhos, usar o método pomodoro, de 15 minutos de atenção, 5 de navegação, 15 de concentração, ou compartilhar o aparelho para aproximar a família, para todos juntos jogarem ou assistirem a um vídeo. O bacana é sempre selecionar momentos para que todos estejam lá, presentes, livres de interrupções.”.
Vocês também podem estabelecer regrinhas em família, como: nada de celular durante as refeições, um dia (ou mais) na semana em que ninguém pode usar o aparelho ou nada de celular depois de determinado horário em casa. Assim, vocês vão acabar descobrindo como existem mil possibilidades para ter momentos de qualidade em família!
E aí na sua casa? Como é uso dos celulares? Como vocês fazem para se policiar e não praticar o phubbing?
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