A automedicação é a prática de ingerir medicamentos sem o aconselhamento ou acompanhamento de um profissional de saúde qualificado. É a ingestão de medicamentos por sua própria conta e risco. Segundo pesquisas brasileiras, cerca de 77% da população costuma fazer isso. Porém, os riscos da automedicação são muitos.
Um ato perigoso…
Se automedicar já é perigoso em tempos normais, que dirá diante de uma situação como a que estamos vivendo. Estamos lidando com uma doença nova, um vírus que ainda não é completamente conhecido pela comunidade científica. Por isso, neste momento, o nosso autocuidado é muito importante, e qualquer medicamento pode ser perigoso. A ingestão de determinados medicamentos por conta própria pode mascarar os sintomas do novo coronavírus. Além disso, interações entre medicamentos também podem ser prejudiciais ao paciente, por conta dos efeitos colaterais, que podem causar intoxicação e até mesmo morte.
“A dose correta é o que diferencia um veneno de um remédio”
Paracelso dizia isso e é verdade. Um simples analgésico, quando tomado em excesso e sem orientação médica ou farmacêutica, pode causar desde reações alérgicas até sérios problemas para o sistema digestivo. Além de mascarar problemas mais graves. Alguns medicamentos podem causar resistência bacteriana, como os antibióticos, e outros medicamentos podem causar dependência, como os calmantes. O problema é tão grave que o Ministério da Saúde, apenas nos últimos cinco anos, registrou mais de 60 mil internações por automedicação.
Quais são os riscos da automedicação?
O risco mais grave da automedicação e do uso indiscriminado de medicamentos é a intoxicação. Os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam.
É importante reforçar ainda o risco do aumento da resistência de bactérias no uso indiscriminado de antibióticos. Também, de eventos adversos relacionados a dificuldades de monitoramento de doenças “silenciosas”, como colesterol, hipertensão e diabetes. Dessa forma, a utilização do medicamento em doses acima das indicadas, a administração por via inadequada ou o uso para fins não indicados podem transformar um inofensivo remédio em uma substância tóxica perigosa.
E em tempos de coronavírus?
O coronavírus ainda está sendo estudado, bem como a COVID-19, que é a doença causada por ele. Desta forma, ainda não temos como afirmar qual medicamento pode ajudar ou atrapalhar a saúde do paciente. É importante ressaltar que a automedicação pode intensificar a gravidade de enfermidades existentes ou mascarar os sintomas da COVID-19.
Precisamos tomar cuidado com as fake news…
As redes sociais estão cada vez mais inundadas de notícias falsas. Isso, somado à gravidade da pandemia, acaba formando um cenário perigoso para as pessoas que acreditam facilmente no que recebem em seus celulares e computadores. Entre tantas fake news, tem aparecido até receitas para serem manipuladas. Algumas com uma mistura mirabolante de vitaminas, outras até com mistura de antibióticos. Todas trazem a promessa de que se a pessoa ingerir essa mistura de vitaminas, não pegará a COVID-19.
Ainda não existem medicamentos contra o coronavírus!
É importante esclarecer que não existe nenhum medicamento que impeça de alguém se contaminar pelo coronavírus. Existe sim uma diferença de imunidade entre as pessoas. Mas, até o momento, não existe nenhuma publicação científica que determine que pessoas com imunidade considerada normal não irão adquirir a doença em sua forma grave. Os cientistas estão correndo para tentar mapear a doença, conhecer melhor o vírus e seus pontos fracos. Buscam também criar evidências científicas com clareza de informação a fim de trazer benefícios para a sociedade.
Lembre-se: não é recomendado tomar qualquer medicação sem prescrição médica, principalmente na quarentena! Use máscara e fique em casa!
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