O bullying nas escolas ao redor do mundo
Escolas públicas, particulares, educação infantil, ensino médio, Brasil, Estados Unidos ou Japão… Independente do contexto e do lugar, os ambientes escolares da maior parte do mundo têm casos de bullying, ainda que em diferentes medidas. Como já falamos aqui no Blog, o termo bullying deriva da palavra inglesa bully que significa brigão, valentão, e se refere ao ato de humilhar, ameaçar e intimidar alguém de maneira repetitiva. Com consequências já conhecidas para a vida e o desenvolvimento das crianças, o tema tem estado cada vez mais em pauta e em constante discussão, principalmente, entre pais e educadores, com o objetivo de buscar formas de minimizar e, até mesmo, eliminar de vez esse problema da vida de nossos pequenos.
Como combater o bullying: O projeto antibullying da Finlândia
Com um sistema de ensino que já é modelo no mundo, a Finlândia também não é isenta quando o assunto é bullying e, para combater essa questão, o país desenvolveu um projeto antibullying, que também já se tornou referência, chegando até à América Latina.
Desenvolvido na Universidade de Turku, no sudoeste do país, o projeto antibullying da Finlândia vem diminuindo consideravelmente os casos nas escolas, desde 2009, chegando a eliminar completamente os casos em até 80% das escolas e reduzindo a prática em outras 20%. O método, batizado de Kiusaamista Vastaan, que quer dizer “contra o bullying” em finlandês, é conhecido por de KiVa e já foi implementado em cerca de 20 países pela Europa e chegou até à América Latina, onde foi adotado por: Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Mas, afinal, no que consiste o projeto de combate ao bullying da Finlândia?
Amparando também as testemunhas
Para além do amparo e cuidado com as vítimas da prática, o método finlandês acredita que é fundamental conscientizar e trabalhar também com as testemunhas que, com seu silenciamento e/ou risadas, acabam reforçando o comportamento dos agressores. Para isso, quando um caso é identificado, uma equipe treinada trabalha seguindo um protocolo específico com a vítima, o agressor e as testemunhas de forma individual. O objetivo é que, com a mudança de comportamento de toda a turma, o agressor fique sem “público” e pare com a prática, uma vez que ela deixa de ser tão divertida para ele.
A importância da prevenção no combate ao bullying
Outro ponto fundamental do projeto antibullying da Finlândia é a prevenção. Mesmo sem identificar um caso de bullying, as escolas realizam lições e atividades duas vezes por mês, com duração de 45 minutos, onde não se fala de fatos particulares, mas de conceitos gerais. O intuito é criar um clima amigável e respeitoso entre os pequenos. Além de ensinar às crianças as diferenças entre um conflito aceitável e uma situação de bullying, que não deve ser tolerada. Dessa forma, os estudantes sentem-se mais confortáveis e confiantes para reportar este tipo de comportamento, sejam eles vítimas ou testemunhas da prática.
E na América Latina?
Ainda que o contexto seja diferente, com a adaptação de alguns aspectos, é possível aplicar a metodologia finlandesa em países latino-americanos. Afinal, há problemas básicos que são iguais em todos os países. A prova disso é que a Argentina, o Chile, a Colômbia e o Peru já implementaram o projeto antibullying da Finlândia e têm observado bons resultados. Uma diferença que se destacou é a colaboração das famílias, que nos países da América Latina ajudou a agilizar o processo e as transformações.
Na sua opinião, o Brasil também deveria adotar o método finlandês? Como você acha que o bullying é tratado nas escolas brasileiras? Compartilhe com a gente a sua opinião!
Confira: Um livro infantil para falar sobre bullying com as crianças