Você já parou para pensar que tomar banho é uma das atividades que mais repetimos ao longo da vida? Imagina só: quantos minutos você já passou debaixo de um chuveiro? Essa atividade é tão importante e relaxante que não surpreende que a hora do banho seja um dos momentos mais gostosos com as crianças! Por isso, nós resolvemos entrar nessa conversa com o livro Banhinho é Bom!, um Original Leiturinha assinado pelo músico e compositor Hélio Ziskind e pela ilustradora Tamilis Oliveira. 🚿❤️ Vamos lá?
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Quem não se lembra do ratinho que tomava banho no Castelo Rá-Tim-Bum?
Para algumas famílias, a questão do banho se torna dramática quando as crianças não veem com bons olhos o momento de encarar a água. Já para outras, esse momento é vivenciado com leveza desde o princípio, não é mesmo?
Independente de como a sua criança se relaciona com essa atividade tão importante, o livro Banhinho é Bom! é um Original Leiturinha que vai certamente exercer um impacto para lá de positivo na rotina da sua família. Isso por que une o tema do banho a elementos lúdicos, artísticos e repletos de diversão!
Além de tudo isso, essa leitura também vai te trazer grandes memórias nostálgicas… Afinal, o livro apresenta para os pequeninos e pequeninas a canção “Banho é Bom”, de Hélio Ziskind, que ficou bastante famosa na época do tão amado Castelo Rá-Tim-Bum. 🐭🛁 E permanece no nosso imaginário até hoje!
Agora, com ilustrações de Tamilis Oliveira, essa música ganhou novas cores. E você vai poder vivenciar momentos inesquecíveis em família: lendo ou, melhor, cantando esse Original Leiturinha com as novas gerações! 😍 Incrível, não é mesmo?
E não para por aí: em agosto, o livro Banhinho é Bom! fez parte dos nossos envios para os assinantes do Clube Leiturinha, mas já está disponível para compra na Loja Leiturinha! Ou seja, é uma oportunidade maravilhosa para presentear os sobrinhos, sobrinhas, afilhados, afilhadas e muito mais!
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Entrevista com Hélio Ziskind, autor de Banhinho é Bom!
Blog Leiturinha: Como foi o processo criativo de compor “Ratinho Tomando Banho”, um grande sucesso e que hoje se torna texto do livro infantil “Banhinho é Bom!”?
Hélio Ziskind: A composição começou com o vídeo pronto e mudo. A TV Cultura me enviou o vídeo (sem som), e eu teria que criar uma canção que funcionasse em sincronia com as imagens. O vídeo fazia parte do pacote “noções de higiene” do Castelo Rá-Tim-Bum.
Desde o início, imaginei criar uma letra que percorresse a “lista” de partes do corpo que a criança não deveria esquecer de lavar. Já de saída, eu tinha em mente que a canção não deveria conter uma ordem (“vá tomar banho!…”), nem uma “lição” (“banho é importante…”). Eu queria que a canção funcionasse como um brinquedo que a criança gostasse de levar para o banho.
Apesar de, na imagem, aparecer um ratinho de massinha, eu queria que a letra acompanhasse a criança no seu movimento de passar a mão pelo próprio corpo. Surgiu aí o desafio de como me referir às partes íntimas dos meninos e das meninas… Eu não queria que a letra pulasse essa parte do corpo. Depois de dias de procura, acabei chegando no “fazedor de xixi”, que além de “unissex” parecia divertido. Foi uma vitória da canção incluir essa parte do corpo.
Um outro ponto que se revelou muito importante e marcante para mim foi o verso “Meu pé, meu querido pé, que me aguenta o dia inteiro!”. Isso porque, justamente nesse ápice de humor do desenho, em que a cabeça do personagem mergulha na banheira e vemos seu pé sendo lavado, a letra coloca um “agradecimento afetivo ao corpo”.
Em vez de uma ordem para ir tomar banho, a canção conduz a criança a estabelecer uma relação afetiva de agradecimento afetivo ao próprio corpo e, em especial, ao pé que a sustenta. Do ponto de vista sonoro, é também o ápice da melodia, de caráter expansivo, que brinca com a ideia de alguém que solta a voz cantando no banheiro.
Ou seja, a canção achou seu caminho, evitando uma atitude disciplinadora ou impositiva. O caráter lúdico aliado à maestria da animação se combinaram de uma forma muito forte.
Tempos depois de lançada no programa da TV Cultura, eu e meu amigo e ilustrador, Marcello Araújo, quisemos fazer uma nova versão da canção. Desta vez, sem a presença do Ratinho, utilizando crianças desenhadas.
Queríamos que o “fazedor de xixi” aparecesse de fato nas imagens, pois não há motivo para tratar essa parte do corpo como um tabu, como algo que não pode ser mostrado para crianças. Por isso, a nova versão (imagem e som) foi batizada de “Banho é Bom”. A mesma canção ganhou um segundo nome!
Blog Leiturinha: O que você diria do poder de uma letra, um personagem e uma história, ao tratar de um tema considerado sensível, como a relação da criança com o banho?
Hélio Ziskind: A letra tem poder porque explicita uma ideia, joga luz sobre ela. Mas é a melodia que estabelece um modo de dizer. A canção que nasce dessa junção entre texto e melodia tem poder para criar um vínculo afetivo com o que está sendo cantado.
No caso dessa canção, além da união texto melodia ter sido feliz, a ideia de não dar uma ordem nem impor uma razão adulta para tomar banho foi acertada. A premissa de uma atitude não impositiva abriu espaço para uma canção verdadeiramente lúdica.
Também foi importante querer tocar no “fazedor de xixi”, de não querer pular essa parte. Essas ideias deixam transparecer uma visão sobre a infância, uma visão do que eu, como adulto, considero bom para as crianças. O sucesso do vídeo e da canção mostram que muita gente gostou e também concorda.
Blog Leiturinha: Essa letra marcou toda uma geração de brasileiros. Como você imagina a recepção desse novo público à obra?
Hélio Ziskind: É curioso criar canções para crianças. O público se renova espontaneamente, porque os adultos gostam de apresentar para as gerações seguintes o que foi importante para eles. Algumas famílias iam aos meus shows com 3 gerações de filhos ou netos. Já me apresentei para professores em Mogi das Cruzes que utilizavam minhas canções em sala de aula e que foram crianças na época do Castelo Rá-Tim-Bum.
Me sinto muito recompensado ao perceber essa permanência das minhas canções. Mesmo o “Banho é Bom”, na versão que lançamos há 3 anos no nosso canal do YouTube (o nome do canal é “Zis”) já ultrapassou 2,6 milhões de visualizações. Ou seja, o interesse sempre se renova!
Blog Leiturinha: O que diria aos pais que cresceram com “Ratinho Tomando Banho” e agora poderão ler “Banhinho é Bom!” com seus pequenos e pequenas?
Hélio Ziskind: Desenvolver o afeto da criança pelos livros, dedicar um tempo sem pressa pra folhear o livro com uma criança, identificar seus desenhos no corpo real, dar nome às partes do corpo… Acho tudo isso muito bom.
Tenho acompanhado minha primeira netinha de 1 ano com seus livros (muitos deles da Leiturinha!). Pude acompanhar o seu contato com os livros, com as figuras e as palavras. Rafaela brinca de ler mesmo antes de falar. Fica folheando o livro, reconhecendo figuras e se referindo a elas com as palavrinhas que ela inventa. Não vejo a hora dela fazer isso com o “Banhinho é Bom!”, um livro sobre o próprio banho e seu próprio corpo.
Já vi o texto dessa canção pintado em paredes de salas de aula, já vi essa letra impressa em plástico e colada no box de um chuveiro. Mas a consagração vai ser encontrar essa letra em um livro para crianças pequenas. Como uma flor de cores vivas a chamar o passarinho… Acho que os pais que brincam com suas crianças tiram grande proveito disso. Quero ver os pais soltando a voz com o livrinho na mão…
Que emocionante ver a trajetória dessa canção e como as diferentes gerações se unem com este Original Leiturinha! Mas ainda não acabou: vamos conferir o que a ilustradora Tamilis Oliveira trouxe para nós?
Entrevista com Tamilis Oliveira, ilustradora de Banhinho é Bom!
Blog Leiturinha: Você é da geração que era criança quando veio à tona “Ratinho Tomando Banho”, que se tornou um grande sucesso. Ao ilustrar “Banhinho é Bom!”, que tem essa letra como enredo, as recordações atuaram de alguma forma?
Tamilis Oliveira: Sem dúvida. No momento em que recebi o convite para ilustrar o “Banhinho é Bom!”, passou um filme na minha cabeça. Lembrei de mim pequeninha, lá em Belém do Pará, cantando a música com minhas irmãs no chuveiro, sem nem imaginar tudo que aconteceria até aqui.
Durante o processo criativo, reli a letra várias vezes e nunca consegui passar por uma estrofe sem que minha mente desse ritmo a ela. Às vezes, estava trabalhando no projeto e do nada me pegava cantarolando. Nessa horas, é como se a minha parte criança, lá dos anos 90, pegasse o lápis da minha mão e pedisse pra desenhar um pouco também.
E lá estávamos nós duas, misturando trabalho e técnica com nostalgia e diversão. Tenho certeza que essas muitas conexões e o carinho pela representação original fizeram diferença no desenvolvimento do projeto!
Saber que tantos anos depois aquela menina que adorava o ratinho ia poder recontar uma história tão especial pros novos pequenos, me deixa muito contente e grata pela confiança que o Hélio e a Leiturinha depositaram em mim.
Blog Leiturinha: O que você diria do poder da ilustração ao tratar de um tema considerado sensível, como a relação da criança com o banho?
Tamilis Oliveira: Eu acredito muito no poder não só da ilustração, como também da literatura, música e da arte como um todo no processo de desenvolvimento infantil. Poder unir tudo isso nos deu muitos caminhos criativos para explorar.
A ilustração entra aqui como um fiozinho que amarra texto, imagem e melodia, mas não só isso. Ela conversa nas entrelinhas e cria novas histórias que não estão diretamente ditas, convida a criança a imaginar e ir além do que já existe ali.
Blog Leiturinha: Suas escolhas artísticas trouxeram uma nova dimensão à obra “Banhinho é Bom!”. Como foi o processo criativo de ilustrar esse livro e de que forma traços e cores ampliam a narrativa?
Tamilis Oliveira: Foi uma responsabilidade muito grande ressignificar algo tão clássico e que deu tão certo. Logo de cara soube que seria um grande desafio substituir o tão amado ratinho.
O caminho que escolhemos seguir para dar novos significados à narrativa, foi manter um bichinho como mascote, mas dessa vez trazer mais foco para a criança e esse momento de cuidado consigo mesma. O gatinho entra aqui como o amiguinho que não gosta muito de água, meio desconfiado no começo e que vai sendo convencido pela personagem a curtir o momento ao longo da história.
Já na construção da personagem principal, focamos em trazer representatividade e mostrar a autonomia da criança. Por isso, a figura da pessoa adulta aparece de forma muito sutil, mostrando apoio e deixando espaço para que a criança seja protagonista nesse momento.
Também criamos um segundo nível de leitura para a geração de papais e mamães que conheceram e guardam lembranças afetivas da obra Ratinho Tomando Banho. Para isso, inserimos pequenas referências ilustradas ao longo da narrativa (inclusive, o ratinho!) para que esse público se conecte com sua própria infância. Acho que essa ponte entre as gerações torna a obra ainda mais especial.
Blog Leiturinha: Como você imagina a recepção do público à obra?
Tamilis Oliveira: Eu imagino que as crianças irão se divertir. Desenvolver essa noção de autocuidado durante o momento do banho é muito especial e eu espero que elas descubram isso de um jeito leve, brincando e cantando, como foi comigo lá atrás.
Também acredito que será uma oportunidade de dar espaço para que crianças pretas se enxerguem e se reconheçam. Além de criar referências mais diversas para uma nova geração de banhadinhos! 🛁🧼
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