Afinal, castigo funciona para educar um filho?

mar 25, 2020 | 0 - 3 anos, 10+ anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Bebê, Criança

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Outro dia uma mãe me fez essa pergunta: qual a sua opinião sobre castigo para educar o filho, você acredita que o castigo funciona? Sem sombra de dúvida que funciona, respondi para ela. Afinal de contas, castigamos a criança ou adolescente quando o comportamento que eles estão apresentando está em desacordo com o que esperamos que eles façam. Em geral, a grande maioria interrompe o comportamento quando recebe o castigo. 

Mas, o que desejo ensinar ao meu filho?

No entanto, a pergunta que deveríamos nos fazer é:  o que eu desejo ensinar ao meu filho? Castigos funcionam no curto prazo. Porém, não trazem empatia ou compreensão do porque acreditamos que aquilo que o filho fez está errado. A criança para de fazer porque tem medo de perder algo, de apanhar ou de ser punida. Não porque compreendeu que o seu comportamento pode ter prejudicado outra pessoa ou a ela mesma. 

O que acontece com as crianças educadas através do castigo?

Geralmente, as crianças que são educadas através do castigo só se comportam da forma como desejamos quando estão sendo vigiadas. Ou seja, quando não estamos por perto, voltam a agir como antes. Há casos em que a criança não aceita o castigo e tenta driblá-lo. Os pais acabam por aumentar cada vez mais os castigos tentando impor limites aos filhos. Em outros casos, a criança passa a buscar culpados para o atitude que teve e, em consequência, não se sente responsável por nada. 

Eu não sei você, mas eu conheço alguns adultos que não se sentem responsáveis por nada, inclusive pela condução das suas vidas. Estão sempre colocando a responsabilidade pelas coisas que dão errado com eles no governo, na família, no trabalho, no vizinho e assim por diante.  Esse comportamento é criado na infância. 

Por que castigamos?

Castigamos porque nos sentimos ameaçados como pais, questionados em nossa autoridade. Porque temos medo que nossos filhos não sejam pessoas boas no futuro.  Mas se o objetivo é fazer com que a criança consiga entender e aplicar a regra mesmo quando estiverem sozinhas, o castigo se torna nosso inimigo nessa tarefa.

Como educar então, se não devo castigar meu filho? 

Na minha opinião, há um jeito simples e eficaz. Porém, exige de nós uma mudança de visão de mundo, autocontrole e um respeito imenso por si próprio e pela criança. As crianças aprendem através do nosso exemplo e também através do vínculo que têm conosco. Quanto melhor for a qualidade desse vínculo, maior será nossa influência sobre ela. Quanto mais o seu filho se sente ligado a você, mais ele confiará e lhe respeitará. Simples assim. 

Como formar essa conexão com nossos filhos?

Esse é o grande desafio. Para isso, é preciso paciência, tempo e compreensão de que não temos poder sobre o outro. Também é necessário saber ouvir e falar. Pai e mãe são os melhores professores que os filhos podem ter. Portanto, se o seu filho não está agindo como você gostaria, pare, respire e avalie como você tem agido com você mesmo e com ele. Faça aquilo que você fala. Se fala que vai fazer algo, faça. Se fala que não irá fazer algo, não faça. Se fala que gosta de estar com seu filho, fique com ele. Ou seja, aquilo que você faz grita tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz. 

O castigo muitas vezes é utilizado como uma ferramenta educativa. Mas, como escreveu a Magda Gomes Dias em seu livro Crianças Felizes, “educar é algo que é positivo, é bom. Castigo tem associado a si a palavra sofrer.” 

Educar é um ato de amor. Se é assim, a criança precisa sentir-se amada. Você pode até acreditar que o castigo é um ato de amor.  Mas se gera sofrimento, no mínimo devemos nos questionar sobre outras possibilidades de educação. Elas existem. Estão aí. Basta tentar. Topa?

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Gabriela Braun

Consultora educacional, educadora parental e mãe do Rafael. Ajuda mães e pais a lidarem com comportamentos desafiadores dos filhos através da educação consciente. *Gabriela é especialista em educação parental e foi convidada pelo Blog Leiturinha para compartilhar sua opinião com as nossas famílias leitoras.

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