Isso não é coisa de criança: os limites e possibilidades do diálogo familiar

mar 19, 2019 | 0 - 3 anos, 10+ anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Família, Parentalidade

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Doença, morte, separação, brigas, violência, política, problemas familiares, perda de emprego, crise financeira, mudanças… Esses são assuntos complexos de lidar e conversar, até mesmo para nós, adultos. Por este motivo, no momento em que os pequenos querem saber o que está acontecendo e sobre o que estão conversando, muitos pais lançam aquela famosa frase: “Isso não é coisa de criança!”.

Mas, afinal, existem assuntos que não devem ser falados com as crianças?

É claro que tudo tem o seu tempo e, sim, algumas questões são demasiadamente complexas ou difíceis para serem tratadas com crianças muito novas. No entanto, infelizmente, nós não temos controle sobre tudo na vida (na verdade, sobre quase nada, não é?) e pode acontecer de sermos pegos de surpresa com situações difíceis, em momentos que menos esperamos. Como a doença de um familiar próximo, a morte de um parente (ou até de um animalzinho de estimação), um problema sério na família ou um acidente, por exemplo.

Quando isso acontece, é muito difícil esconder da criança, pois, por mais que possamos pensar que não, ainda novinhas, elas já estão atentas a tudo e, ainda que não entendam bem o porquê, vão perceber que algo não vai bem.

Por isso, esconder algo que está acontecendo em casa, na família ou na escola, nem sempre é a opção mais indicada, pois uma hora ou hora o pequeno vai descobrir. Assim, a melhor forma é introduzir o assunto aos poucos, respeitando o tempo e a idade da criança. Não é preciso contar tudo. Mas também não é legal mentir. O ideal é contar a verdade, ou parte dela, que a criança consegue e precisa compreender naquele momento. Por exemplo, se a avó está muito doente, você não precisa dizer qual a doença ou explicitar o quão séria ela é, mas é importante contar à criança que, sim, a avó não está bem, para prepará-la para possíveis acontecimentos. Bem como, se os pais decidem se separar, não é uma boa ideia dizer apenas que “o pai vai viajar”, porque em algum momento o filho perceberá que o pai não vai voltar a morar ali.

Diálogos familiares: fortalecendo os vínculos de afeto e confiança com seu pequeno

Quando as crianças ficam sabendo de alguma situação complicada pelos próprios pais, elas podem até ficar tristes, com raiva, com medo, chateadas ou bravas, mas com diálogo e paciência, elas vão conseguindo lidar com este sentimento. Agora, quando elas descobrem por si mesmas ou por terceiros algo que os pais “esconderam”, elas tendem a ficar duplamente chateadas, sentindo-se, muitas vezes, traídas e inseguras.

Outra coisa que é muito importante entender é que hoje em dia, com internet e tanta informação por toda parte, é impossível controlarmos 100% os nossos filhos, principalmente quando ficam maiores. Por isso, mentir ou fugir de um assunto difícil, quando perguntados, não é a melhor opção. Se você não responder sua questão, com certeza ele vai buscar essa resposta de outra forma. Por isso, novamente, considerando a idade da criança, tente sanar suas dúvidas e curiosidade, ainda que isso possa ser uma “saia justa” para você.

Lembre-se: é melhor seu filho conhecer e aprender aquilo por você e com você, do que sozinho. Isso, além de sanar suas mil e uma curiosidades sobre o mundo, também fortalece a relação de confiança e afeto entre vocês, construindo uma base sólida para que, até quando a criança crescer e começar a entrar na adolescência e juventude, saiba que sempre poderá contar com você!

Caso o assunto ou acontecimento seja mais sério e os pais não consigam dar conta sozinhos, sempre é válido a procura de um psicólogo, que pode auxiliar tanto as crianças, quanto os adultos a passarem por este momento de forma mais tranquila.

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Ana Clara Oliveira

Jornalista e editora do Blog da Leiturinha, é fascinada por tudo que envolve o mundo da leitura, da educação e da infância. Acredita que as palavras aproximam pessoas, libertam a imaginação e modificam realidades. Gosta de escrever, viajar e aprender sempre.

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