Dor e sofrimento: um tema tabu para tratar com as crianças?

set 5, 2019 | 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Palavra da Curadoria

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Procure pelo seu corpo, quais marcas te trazem lembranças do tempo da infância? Certamente algumas são marcas de uma infância bem vivida, outras podem não trazer boas lembranças, mas todas elas, à sua maneira, te tornaram quem você é hoje, não é mesmo? 

Conversando sobre assuntos difíceis com as crianças

Assim é a vida, as belezas e as dores compõem a paleta de cores da vida, tornando-a mais viva e intensa. Então, nada mais justo que não tratar o tema como tabu diante dos pequenos, nada mais justo que falar com naturalidade e delicadeza sobre este assunto tão humano: os tombos que levamos, as dores que sentimos, o medo que criamos, e todo aquele pacote de emoções e sentimentos que os acontecimentos da vida nos despertam.

Assim, ao encarar de frente os momentos tidos como “difíceis” ou “negativos”, não nos escondemos de nós mesmos, nos conhecemos melhor e compreendemos nossos limites e sobretudo nossa força e potência. Dar palavra para a dor é uma possibilidade de a ressignificar, ou seja, transformá-la em algo novo. Assim, ao dar lugar e acomodar a dor, abre-se um caminho para seguir adiante, mais leve e mais forte que antes.

Falar sobre as cicatrizes, sobretudo aos pequenos, mostra a eles que estas vivências fazem parte do curso natural das coisas e que ao passar por elas sempre saímos diferentes, não melhores nem piores, mas diferentes Isso é crescer. 

Crescer dói

Além disso, crescer dói – basta ouvir os lamentos dos pequenos: aiai minha perna… meu pé. As dores do crescimento nem mesmo esperam aquela brincadeira no asfalto, ou aquele pulo com o pé meio torto, não esperam os desequilíbrios dos primeiros pedais na bicicleta sem rodinhas ou ainda o subida na árvore, que não deu certo. 

Crescer simplesmente dói. E não é só no corpo. As angústias começam cedo e nos acompanham: por que eu nasci? Por que morremos? Por que não posso fazer tudo o que quero? Só que essas dores não deixam marcas ou cicatrizes. Ou melhor, essa marca é o próprio amadurecimento.

Aaahhh! e Cicatriz: dois livros lindamente doloridos

Então, para celebrar os infortúnios e dar a eles um estatuto de “fazedores de amadurecimento”, a Equipe de Curadoria da Leiturinha selecionou dois livros lindamente doloridos, para rir e chorar, recordar e compartilhar os momentos mais intensos que a vida te proporcionou até agora. 

Aaahhh!
Editora: Harper Collins

Crianças são uma mega potência. Tanto na hora de fazer folia, quanto na hora de liberar aquele choro que só os pais conseguem ter dimensão. Sabendo que a melhor forma de conversarmos com os pequenos é por meio do bom humor, o autor e ilustrador Guilherme Karsten fez esse livro para falar do barulho mais alto já medido no Planeta Terra… E eu tenho certeza que você sabe qual é. 

Cicatriz
Editora: Cia das Letrinhas

Escrito por Ilan Brenman e ilustrado por Ionit Zilberman, o livro conta a história de uma garotinha que, certo dia, cortou seu queixo e teve de ir dar pontos no hospital. O que ela não previa era que tantas histórias poderiam surgir a partir deste machucado e das lembranças dos adultos sobre as cicatrizes que carregavam. Este é um livro que fala sobre a presença desses momentos em nossas vidas e como eles podem ser vistos de diferentes formas. 

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Sarah Helena

Mãe de Cecília e de Olívia, psicóloga, escritora, especialista em filosofia e mestre em educação profissional e tecnológica. Sempre trabalhou com famílias, especialmente com os pequenos. Por esse amor ao universo afetivo infantil, hoje, na Leiturinha, integra o time de Curadoria e colabora fortalecendo o vínculo das famílias leitoras através da experiência da literatura.

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