Todos os pais, principalmente os de primeira viagem, se veem diante deste dilema: usar ou não a chupeta, deixar ou não a criança colocar o dedo na boca. A insegurança pode ser grande, os medos e as dúvidas são comuns e são tantas opiniões diferentes (profissionais de saúde, tia, madrinha, avó, vizinha) que a grande maioria dos pais se pergunta: “Qual delas está certa? Qual está errada? Qual devo seguir?”.
Mas por que será que os bebês e as crianças pequenas colocam tudo na boca?
Exames de ultrassonografia feitos pelas mães enquanto ainda estão grávidas mostram que, já na barriga, o bebê aparece chupando o dedo ou com a mãozinha na boca, mais ou menos na metade da gestação. Nos recém-nascidos, esse hábito aparece quase como um instinto.
Isso porque nessa fase, que vai de 0 a 18 meses, a criança tem maior necessidade de sucção. É um momento de grande importância para o desenvolvimento nutricional e emocional do bebê, e sua boca é a primeira parte de seu corpinho que começa a se relacionar com o mundo. Durante a amamentação, ele recebe o alimento, mas também o carinho e afeto de sua mãe. É a partir dessa boquinha que a criança começa a perceber que tem necessidades (como a fome, por exemplo) e que pode ser satisfeita.
Ao mamar, a criança se acalma e tem suas tensões aliviadas, e assim vai aprendendo a se controlar. É a fase em que grande parte da energia vital se concentra na região da boca, e por esse motivo sugar torna-se extremamente prazeroso.
Até que idade isso acontece?
Com o passar do tempo sugar já não é mais uma necessidade, mas sim uma tentativa de obter conforto, acolhimento. Sempre que se sente sozinha, ansiosa, angustiada diante de uma situação desagradável, ou deseja sanar a sua curiosidade natural, a criança recorre a esse hábito antigo e coloca o que estiver mais perto na boca, seja um brinquedo, o dedo ou a chupeta, procurando esses recursos para sentir maior segurança.
Por volta dos 3 anos, a criança começa a ter outros interesses e satisfações que acabam diminuindo naturalmente esse comportamento. Mas, algumas delas não esquecem dos velhos companheiros tão fácil assim.
Nesses casos é importante observar o que a criança tenta dizer com a continuidade dos hábitos antigos. Ela pode estar passando por algum momento mais difícil, que gere maior estresse e ansiedade, como a entrada na escola ou o nascimento de um irmãozinho, por exemplo. Esse comportamento provavelmente será transitório e irá desaparecer à medida que se sinta segura.
Contudo, caso isso não ocorra, é preciso que os pais intervenham de maneira mais assertiva. Conversem com a criança de maneira delicada, deem espaço para ela se expressar, façam atividades que a distraiam. É preciso também muita paciência, dedicação e compreensão, pois a criança nunca deve ser repreendida por estar chupando o dedo ou a chupeta.
Para as crianças que chupam chupeta, essa pode ser uma tarefa mais fácil, pois não as carregam em qualquer lugar. Aquelas que chupam o dedo têm uma missão mais difícil, pois a “tentação” está presente o tempo todo.
É certo, porém, que essa pode ser uma ótima oportunidade para dar às crianças mais atenção e oferecer bastante carinho, trazendo a segurança e confiança necessárias para dar mais um passinho em seu desenvolvimento emocional.
Ah, e vale lembrar também que na maternidade e na paternidade pouca coisa funciona na base do certo e errado… o que conta realmente é aquilo o que melhor se encaixa na família de cada um.
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