É um mito pensar que as pessoas que são felizes no relacionamento, não se queixam do comportamento do outro. Na verdade, seria quase impossível esperar que dois seres humanos vivessem juntos, sem queixas.
Cada um traz sua bagagem emocional, religiosa, cultural e comportamental. Traz seus sonhos, suas decepções e suas expectativas. E quando falamos de expectativa, a criação dos filhos assume um papel muito importante nesta relação, pois o casal irá juntar todas as suas similaridades e diferenças para criar um novo ser humano. A partir deste momento, terão que entrar em acordo, não importa o que aconteça! Quando os filhos nascem, a responsabilidade de fazer o casamento “dar certo” aumenta. Neste momento é hora de colocar em prática diversas habilidades de relacionamento, que vão além do amor que iniciou essa união.
No vídeo a seguir, produzido pela Phitters, a especialista e Doutora em Psicologia Clínica pela USP, Natasha Bazhuni, fala sobre os desafios após a chegada do bebê.
https://www.youtube.com/watch?v=cwiM8SPr18Y&feature=youtu.be
5 lições para fortalecer seu casamento depois dos filhos
Existem diversos comportamentos que podemos evitar ou adquirir para melhorar a relação amorosa. Destacamos 5 lições que vão te ajudar a vivenciar um relacionamento mais feliz, criando um ambiente familiar mais saudável, para que os filhos cresçam e se desenvolvam da melhor forma possível.
1. Reclamação saudável
Todos nós temos as próprias necessidades e desejos, e essas necessidades podem colidir, produzindo fortes emoções. Com isso, podemos desenvolver um estado de espírito que chamamos de “sentimento negativo”, onde os maus pensamentos sobre o parceiro dominam e anulam qualquer pensamento positivo.
Neste cenário, há dois resultados possíveis: se distanciar emocionalmente para evitar a dor ou atacar. Quando não expressa suas necessidades, mais conhecidas como queixas e reclamações, seu parceiro ou parceira é mantido no “escuro”, reduzindo a probabilidade de atender às suas necessidades, simplesmente, porque não sabe o que há de errado.
Por isso, não deixe de expressar o que incomoda, mas cuidado para não fazer reclamações “nocivas” – aquelas carregadas de crítica, sarcasmo ou raiva. Então, em vez de dizer: “Você está mentindo, eu sei que isso não é verdade”. Diga: “Eu fico triste quando você não me conta tudo, gosto de ter uma relação de confiança”.
2. Conflito saudável
No casamento em que se evita conflitos, os cônjuges preferem se esquivar de desentendimentos ao invés de explorar emoções potencialmente difíceis de lidar. Casais que evitam conflito podem passar anos juntos, simplesmente ignorando ou minimizando suas diferenças.
Pesquisas indicam que é possível ter um casamento feliz nestas condições. O que acontece é que os cônjuges reafirmam o que eles gostam, valorizam seus relacionamentos, acentuam o que é positivo e “aceitam” o resto. Isso permite que eles equilibrem áreas de desacordo e, mesmo resolvendo muito pouco, continuam se sentindo bem um com o outro.
O perigo neste estilo de casamento “emocionalmente distante”, é quando há situações estressantes ou desafiadoras, tais como: o nascimento de um filho, perda de emprego ou a doença de algum familiar.
No meio de tais experiências que alteram a vida, as pessoas precisam de um plano para falar de sentimentos, tais como tristeza, medo ou raiva, e encontrar conforto em seus relacionamentos. Casais que habitualmente esquivam-se de enfrentar esses momentos difíceis, consequentemente, deixam as crises os tornarem ainda mais emocionalmente distantes. Para evitar esse risco, é importante aprender a compartilhar emoções fortes e “falar” sobre sentimentos e insatisfações.
3. Entender a raiva pode mudar a sua relação
Aceite a raiva e use-a como um catalisador para melhorar seu casamento. Uma das chaves é reconhecer a raiva como uma emoção positiva. Imagens de exames cerebrais mostram que experimentamos a raiva no lado esquerdo do cérebro, juntamente com sentimentos de diversão e interesse intenso. Ao contrário da tristeza ou do medo, que são experimentados no lado direito do cérebro.
Como todas as emoções, há uma lógica e um propósito na raiva, ela nos energiza para nos envolvermos com os outros e agirmos mais prontamente. Ao aprender a usar a raiva de forma construtiva, podemos nos inspirar a fazer mudanças positivas a nosso favor. Ao expressar a raiva, de forma que seu parceiro ou parceria entenda melhor sua experiência e ponto de vista, terá menos ressentimento e mais resolução de problemas.
4. Gratidão e reconhecimento
Uma das chaves para um casamento mais feliz é demonstrar carinho e admiração, que são perfeitos antídotos para distanciamento emocional e sentimentos negativos. Quando os casais fazem um esforço consciente para perceber as coisas que eles gostam em relação à personalidade e caráter do parceiro, ao expressar esse carinho em voz alta, seus relacionamentos geralmente melhoram. Portanto, ao invés de encontrar falhas, procure provas de que a pessoa está fazendo algo certo. Então, expresse apreciação. Encontre “desculpas” para oferecer elogios!
5. Problemas perpétuos
Todos os relacionamentos experimentam certo número de conflitos, diferenças que não desaparecem, não importa o que se faça. Conflitos podem diferir de casal para casal; enquanto uns discordam constantemente sobre dinheiro e tarefas domésticas, outros entram em conflito em relação à educação dos filhos. No entanto, questões perpétuas que se tornam conflitos bloqueados, podem prejudicar o casamento.
Para evitar que isso aconteça, ao invés de encontrar a solução perfeita, veja o problema como um terceiro elemento do seu relacionamento; aceite que, talvez, o conflito nunca desapareça, mas que vocês podem viver pacificamente. Para isso, é necessário que continuem falando sobre eles de maneira aberta e produtiva. Procure ter senso de humor em situações de conflito.
E quando a separação chega junto com o filho?
Após muitos planos, preparativos e expectativas, o bebê finalmente chega! O primeiro filho do casal traz uma imensidão de alegria e amor, nunca antes imaginados. No entanto, por outro lado, com a chegada do pequeno, não só a rotina do casal muda, como eles também. Com as responsabilidades e os cuidados com o recém-nascido, o tempo fica curto, os sentimentos à flor da pele, o sono não tem vez e, com isso, é possível que haja o cansaço e o afastamento do casal, resultando algumas vezes na separação após nascimento do filho. Mas quais seriam esses conflitos que, sem um bom diálogo, dedicação e paciência, podem ser tão intensos a ponto de levar à separação após o nascimento do filho?
Continue lendo em: E quando a separação chega junto com o filho?