Quem nunca viu uma criança que não quer interagir ou cumprimentar um adulto desconhecido? Ou, então, se escondendo atrás dos pais na hora de falar com quem não conhece?
Esse tipo de situação é muito frequente e, dependendo da fase de desenvolvimento que a criança está, acaba sendo bastante intensa.
As primeiras experiências sociais e afetivas das crianças são muito importantes na formação do psiquismo infantil, seu desenvolvimento emocional e formação da personalidade, e o respeito nessas interações deve ser um alicerce essencial para construir relações saudáveis e promover o bem-estar das crianças.
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Dicas para quando a criança não quer interagir ou cumprimentar
“Mas e a educação, onde fica?“
É claro que podemos ensinar as crianças desde cedo a importância da educação e da cordialidade no nosso dia a dia, e cumprimentar as pessoas quando chegamos ou deixamos um local é importante. No entanto, podemos estabelecer limites que respeitem a vontade e a disponibilidade dos pequenos.
Algumas dicas:
1. Autonomia e respeito pela intimidade: crianças têm o direito de estabelecer seus próprios limites e decidir quando se sentem confortáveis para interagir com outros. Respeitar sua autonomia contribui para o desenvolvimento saudável da autoestima e da confiança.
2. Atente-se aos sinais não-verbais da criança: expressões faciais, linguagem corporal e gestos podem indicar desconforto ou timidez. Respeitar esses sinais e não pressionar a criança é crucial.
3. Abordagem gradual: quando lidando com adultos desconhecidos, permita que a criança se acostume gradualmente com a situação. Incentive a aproximação gradual e respeite o tempo que ela precisa para se sentir confortável.
4. Ofereça escolhas: permitir que a criança faça escolhas em relação às interações sociais pode ser empoderador. Dar-lhe a opção de como cumprimentar ou interagir, sem pressionar, dá-lhe um senso de controle sobre as situações sociais.
5. Compreenda o medo do desconhecido: crianças, muitas vezes, têm medo do desconhecido. Respeitar esse medo é fundamental. Oferecer informações prévias sobre quem são os adultos desconhecidos e criar um ambiente previsível pode ajudar a reduzir a ansiedade.
6. Comunicação aberta: manter linhas abertas de comunicação sempre é importante. Encoraje a criança a expressar seus sentimentos e preocupações. Isso fortalece a confiança e cria uma base para futuras interações sociais mais positivas.
7. Não force contato físico: é importante que a criança seja educada e respeitosa com os outros, mas isso não significa que ela precisa abraçar e beijar quem não conhece ou não lhe deixe confortável. Entender esse limite demonstra empatia e transmite segurança às crianças.
Lembre-se sempre que cada criança é única e é importante adaptar essas estratégias conforme a personalidade, idade e experiências individuais. Ao respeitar o desejo da criança de escolher como interage com os outros, os adultos contribuem para o desenvolvimento de habilidades sociais saudáveis e promovem um ambiente de respeito mútuo.
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