Jogo Dota: um guia para pais e educadores

set 2, 2019 | 10+ anos, Criança

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Entre os sucessos atuais no mundo dos games, está o jogo Dota, que recentemente chegou à nona edição do seu campeonato mundial, com um total de R$ 141 milhões de premiação. Isso evidencia a popularidade do jogo que vem conquistando cada vez mais adultos e, claro, adolescentes. 

Para orientar pais e educadores sobre o teor e as recomendações do jogo, conversamos com o jogador assíduo Leo Amaral, da Equipe de Conteúdo da PlayKids, e preparamos essa matéria completinha com tudo o que você precisa saber sobre o jogo Dota.

Como funciona o Jogo Dota?

Dota é um jogo eletrônico que contempla partidas, com cinco em cada equipe. Cada jogador controla um herói. Os heróis acumulam experiência, conforme avançam de nível. Lançado em 2013, o jogo desenvolvido pela Valve é bastante popular mundialmente, principalmente pelas premiações multimilionárias que atraem diversos atletas e equipes. Fazendo do Dota 2 um dos mais relevantes no e-sports.

Por se tratar de um jogo em forma de partidas, estilo RPG, Leo ressalta que os pontos mais interessantes do jogo são: “A flexibilidade e o fato de ser um jogo que une mecânica e estratégia em tempo real. A flexibilidade pois a quantidade de personagens é enorme (são quase 120) e dificilmente um personagem funciona para uma única função em uma equipe.” – Afinal, cada jogador escolhe um herói dentre as 120 possibilidades. – “Ou seja: maior complexidade e variedade nas partidas. Somado a isso, existem várias formas de se escolher habilidades e itens para os personagens.”. 

Dota é adequado para crianças e adolescentes?

Estes pontos de combinação reforçam uma parte estratégica no adolescente, que deve prever alguns passos futuros para uma melhor tomada de decisão. No entanto, similar à Fortnite, Dota também conta com uma comunidade de jogadores, que, como em qualquer outra comunidade, requer atenção dos pais e educadores. Afinal, não se pode controlar a natureza das trocas que podem ocorrer nesses ambientes. Aqui, cabe conversas sobre o falso anonimato da internet, que muitas vezes, estimula o cyberbullying, que é o bullying feito nas redes, tão prejudicial quanto o que ocorre em outros ambientes. 

Nesse ponto, Leo comenta que “Não existe um filtro no chat. Pode-se bloquear a comunicação de jogadores individualmente, mas o padrão é sempre estar livre para falar qualquer coisa, e essa liberdade também pode trazer danos. O jogador conta que sua esposa, por exemplo, desistiu de jogar depois de passar por preconceitos por ser mulher. Um movimento recente tem punido severamente jogadores profissionais e/ou famosos que são tóxicos dentro do jogo, mas esse tipo de situação também deve ser acompanhada de perto por pais e cuidadores, já que a comunidade de jogadores é bastante ampla.

Ou seja, percebemos que, como em qualquer outro meio virtual, ainda estamos engatinhando em termos de proteção e punição a ofensas. A comunidade é um ponto que precisa ser frequentemente conversado, para que os adolescentes não se sintam ofendidos e não repitam atos ofensivos com os outros.

Também cabe conversas com as jogadoras, que muitas vezes se sentem intimidadas e se afastam de alguns esportes ou e-sports, por estes serem considerados espaços exclusivamente o majoritariamente masculinos. Cabe empoderar e reforçar para as meninas que elas podem e devem ocupar os espaços que desejarem, pois só assim conseguiremos cavar as mudanças, para que estes esportes sejam cada vez mais democratizados. 

Dota é um jogo violento?

Quanto à violência, a pontuação do jogo é marcada em número de mortes. Ou seja, o jogo tem uma natureza violenta, por mais que essa seja de certa forma fantasiosa e diferente da praticada fora das telas. Leo explica: “Os personagens estão envolvidos em uma batalha e possuem golpes e magias ofensivas. A maior parte da violência é bem fantasiosa, facilmente distinguível do mundo real. O jogo é muito popular na China e as leis sobre violência em games por lá são bastante severas. Por conta disso, existe uma versão Low Violence por lá, para menores de 18 anos, em que qualquer referência/apresentação de sangue, ossos ou caveiras é atenuada. 

Mas aqui temos acesso apenas à versão original do jogo, de forma gratuita, sem indicativo de idade. No entanto, de acordo com a classificação indicativa que temos no Brasil, o jogo se enquadra em 12 anos, cujas cenas podem conter agressão física, consumo de drogas lícitas e insinuação sexual.

Outro ponto de atenção aos pais e educadores é o tempo despendido em frente às telas. Pois é recomendado que o adolescente desfrute de estímulos distintos ao longo do dia, como práticas esportivas, leituras, estudos, conversas, entre outras. Então o legal seria acordar em família quais momentos do dia ou da semana serão destinados ao jogo. 

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Nathalia Pontes

Mestre em Psicologia da Educação, educadora e escritora, acredita que aprender é uma combinação entre autoconhecimento, troca e curiosidade pelo novo. É apaixonada por educação, desenhos, viagens e literatura.

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