Ô mãããe!
Dar banho, fazer o almoço, ir às reuniões da escola, ajudar na lição de casa, inventar brincadeiras, colocar para dormir, levar para a aula de inglês, arcar com as despesas da casa… Cuidar dos filhos não é moleza não, viu? Imagine, então, fazer tudo sozinha? É isso o que acontece em quase 40% dos lares no Brasil, onde a principal responsável pela criança é a mãe. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje já são 57,3 milhões de famílias mantidas por mulheres, o que significa 38,7% das casas. Embora esse seja um dado relevante e uma situação comum em nosso país, mães que criam seus filhos sozinhas ainda enfrentam muitos desafios e preconceitos.
A vez das supermães
Com o objetivo de mudar a forma como são vistas pela sociedade, essas mulheres estão tomando, cada vez mais, as rédeas da situação, reivindicando respeito e mostrando sua importância na criação dos pequenos e na manutenção dos lares. Nesse contexto, surge o termo mãe solo, que contrapõe a expressão “mãe solteira”, trazendo em questão o fato de que ser mãe não tem nada a ver com o estado civil da mulher e que “mãe solteira” remete aos tempos em que ser mãe estava automaticamente vinculado ao fato de a mulher precisar estar casada, podendo soar de forma pejorativa.
Mas o que é ser “mãe solo”?
Ser mãe solo significa ser a principal responsável pela criança, seja financeiramente ou por disponibilidade de tempo. Ou seja, essa expressão não tem nada a ver com o estado civil da mulher, pois existem supermães que, apesar de casadas, são as principais ou até mesmo as únicas responsáveis pela educação dos pequenos.
Cada uma à sua maneira, essas mulheres se desdobram em duplas e, até, triplas jornadas para suprir todas as necessidades dos filhos. Da alimentação ao comportamento, são elas que se ocupam e se preocupam para que os pequenos cresçam da melhor maneira possível. Ainda assim, o sentimento de culpa as persegue. Seja porque acham que não são boas o suficiente ou porque recebem olhares e julgamentos alheios por criar os filhos sozinhas.
Mais empatia, por favor!
Seja na hora de fazer uma viagem, nas reuniões do colégio, nos encontros familiares, na hora de encontrar um emprego ou, até mesmo, um novo parceiro: encarar o preconceito, que muitas vezes, parte até mesmo da própria família, ainda é realidade de muitas mulheres. Uma sociedade que acolha as mamães solo e não feche os olhos para os casos de ausência do pai na criação dos filhos é o que precisamos! Devemos valorizar atitudes de pais que se interessam e participam da educação dos filhos, mas precisamos também apoiar e valorizar essas mamães que dão conta de tudo e mais um pouco, sozinhas, não é?
A maternidade não precisa ser algo solitário. Embora o trabalho duro, o empenho, o sentimento de culpa e, também, as recompensas sejam vividos intensamente pelas mamães, isso não impede que todos tentem fazer o exercício de se colocar no seu lugar, buscando julgar menos e ajudar mais. A palavra da vez é: EMPATIA.
Como diz um antigo provérbio africano, “é preciso uma aldeia para educar uma criança”. Seja você amiga(o), avó, avô, irmã(o), colega ou até desconhecido(a), sempre é possível ser solidário. Se você conhece uma mãe solo, saiba que há diversas formas de ajudá-la e apoiá-la para que seus dias sejam mais leves e coloridos. Ficar com o pequeno enquanto a mãe precisa sair ou levar e buscar na escola se necessário, respeitar suas escolhas na educação da criança, a surpreender com elogios e gentilezas, a incentivar a se divertir e a relaxar um pouco, ao invés de julgá-la por querer um tempo com os amigos, com o namorado ou sozinha, mostrar para ela o quanto ela é forte, mas deixando claro que ela não precisa fazer tudo sozinha e que você está ao seu lado para o que precisar, são algumas formas de demonstrar respeito e empatia por essas mulheres que encaram o desafio de educar crianças para um mundo cada vez melhor!
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