7 coisas que você não deveria falar para uma recém-mãe

maio 28, 2019 | 0 - 3 anos, 10+ anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos

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Esse não é um texto sobre frases clichês. A maternidade talvez seja um dos eventos de maior transformação de uma mulher. Porque altera não somente nosso corpo, mas também nossa mente. Logo que o bebê nasce, a mulher passa por uma desestruturação física e emocional. Perdemos um pouco da nossa identidade para passar a ser a pessoa responsável por atender as demandas do filho. Laura Gutman, escritora argentina, fala que a chegada do primeiro filho produz na mulher uma perda de identidade semelhante a uma mudança de país, ou melhor, de planeta!

E por que eu estou escrevendo isso? Para te explicar porque ficamos tão frustradas e, às vezes, furiosas, com comentários, palpites e sugestões que escutamos. Sofremos uma pressão social para, logo depois que nos tornamos mães, voltemos à normalidade o mais breve possível. Querem que sejamos a mesma pessoa de antes, quando ainda não éramos mães. Mesmo peso, mesmo trabalho, mesma disposição para o sexo, mesmo cuidado com nós mesmas. Em verdade, nunca mais seremos as mesmas pessoas. E é preciso aprender a lidar com essa nova identidade.

Então, se você não quer irritar, magoar ou chatear uma recém-mãe, entenda que ela está vivendo um período de adaptação a um novo mundo e evite emitir falas do tipo:

1. Nossa como você está diferente!

Sim, acabei de ter um filho. A última coisa que precisamos nesse momento é da nossa imaginação criando ideias do que significa esse “estar diferente.” Será que é bom? Será que é ruim? Então, evite emitir esse tipo de comentário.

2. Você parece bem cansada!

Se você encontrar uma recém-mãe que não esteja cansada, me apresenta. O bebê acorda, mais ou menos, de duas em duas horas. Você precisa de energia para produzir leite, cuidar da criança e, muitas vezes, de todas as coisas da casa. Então, sim, estamos cansadas.

3. Agora que você tem esse tempo sem trabalhar (licença maternidade) terá tempo para ler, assistir filme…

Sério? Tempo é o que uma mãe de primeira viagem menos tem. E quando tem, sabe o que ela faz com ele? Dorme!

4. Dizem que para o bebê dormir melhor é bom…

O que mais abala uma recém-mãe, entre tantas coisas novas, é o sono. Portanto, evite dar sugestões sobre como fazer o bebê dela dormir. Deixe essa tarefa para o pediatra, ok? A criança tem seu tempo para aprender a dormir, ela não nasce sabendo. Podemos ajudá-la nesse processo? Sim! Mas deixe isso para quem entende desse assunto. Caso contrário, transformamos nossos filhos em cobaias adotando inúmeras estratégias que muitas vezes só geram mais ansiedade para a criança e para a mãe.

5. Você vai querer ter mais um?

A pessoa acabou de ter um bebê! Está se descobrindo no meio de tantas coisas novas. Sério, duvido que ela, nesse momento, esteja pensando sobre isso.

6. Ele parece tão magrinho… Será que seu leite é forte o suficiente?

Uma das maiores inseguranças da mãe é não estar conseguindo suprir a fome da criança. Amamentar não é tão simples quanto parece e para algumas mulheres pode ser bem difícil. Então, evite fazer qualquer tipo de comentário sobre o leite que a mãe está produzindo, pois isso só gera mais insegurança.

7. Você não viu nada ainda… Quando seu filho tiver X anos, aí você vai ver o que é difícil.

Cada fase da maternidade tem os seus desafios. O melhor que você pode fazer é viver um dia de cada vez, um desafio de cada vez. Quando alguém está te contando sobre uma dificuldade e você chega falando que existe coisa muito pior, sabe o que acontece? Quebra completamente a conexão com a pessoa. Não existe empatia quando tentamos fazer uma disputa de quem está na pior situação.

Certo, entendi o que não devemos falar com uma recém-mãe. Então sobre o que posso falar?

Mães precisam de acolhimento. Muitas vezes, o melhor é não falar nada, apenas ouvir. Ouvir sobre o quanto nos sentimos cansadas, frustradas por não dormir, com medo por não saber o que fazer, sobre o quanto não nos reconhecemos, sem precisar romantizar a maternidade. Ouvir sem julgar. Isso, muitas vezes, ajuda mais do que qualquer coisa que você possa falar. Se, ainda assim, você acreditar que precisa falar, pergunte como essa mãe está se sentindo, se ela está precisando de algo que você possa fazer.

Uma recém-mãe precisa de companhia. Alguém que não interfira no seu maternar, que não abuse da sua autoridade, não a julgue, que se faça presente para apoiá-la. E no fim das contas, isso é o que menos encontramos quando nos tornamos mães. Por isso, se preocupe em ouvir e acolher mais e falar menos. Você perceberá a diferença no olhar da nova mamãe.

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Gabriela Braun

Consultora educacional, educadora parental e mãe do Rafael. Ajuda mães e pais a lidarem com comportamentos desafiadores dos filhos através da educação consciente. *Gabriela é especialista em educação parental e foi convidada pelo Blog Leiturinha para compartilhar sua opinião com as nossas famílias leitoras.

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