O choro do bebê: troque as fórmulas mágicas pela sua forma de criar seu filho

Sobre a quebra das expectativas e as fórmulas mágicas para silenciar o choro do bebê

Antes de um bebê nascer, nasce a expectativa. Ele mama pouco? Ele mama muito? Ele dorme bem? Ele é bonzinho? Chora muito?

Inicia-se, então, a busca por calmantes naturais, abafadores de cólicas promissores e cadeiras que prometem substituir os braços das mães. O desenvolvimento tem seus processos e é importante que saibamos deles. Não existe nenhuma gotinha milagrosa, repito, nenhum remédio mágico que irá silenciar por vez a dor de crescer do seu bebê. (Depois podemos conversar um pouco mais sobre cada uma dessas fases – os temidos picos de crescimento e os saltos de desenvolvimento). Eles acontecem e isso quer dizer que logo nos primeiros meses de vida, seu bebê viverá intensamente processos naturais do desenvolvimento, que vão – sim – te cansar, mas estou aqui para repetir: Está tudo bem. Vai passar. E virão outros, diferentes, mais ou menos intensos.

O amadurecimento do intestino que causa os gases e as terríveis cólicas dará lugar ao início da descoberta do corpo, que causa o incômodo inconsolável da percepção da ausência da mãe, depois virão os dentes e o andar… E está tudo bem. Vai passar.

O bebê, em toda a sua singularidade, sempre tem algo a nos ensinar

Desde o parto até a adaptação à amamentação, o excesso de sono ou a falta dele, o choro alto que atormenta. Muita ou quase nenhuma fome. Tudo isso nos ensina e nos torna a mãe que precisamos ser para o filho que temos. Não podemos sair em busca de um milagre para mudar a natureza do nosso rebento. É dele que nós precisamos e, por sua vez, precisamos também ser a raiz para ele. Para isso, é necessário estar atenta e nos fortalecer diante das repetidas madrugadas despertas. Somos nós e o bebê. Sem calmante milagroso, sem braços artificiais, sem silenciadores de bebês. Precisamos aprender a aprender com a natureza gritante e pura que transborda dos nossos filhos. Eles não precisam ser bonzinhos, não precisam ser silenciosos ou sorridentes, não precisam mamar pouco ou serem independentes, eles precisam da nossa disposição e do nosso amor. Da nossa prontidão em ajudar eles a sobreviver e a viver. Pois o amor é assim, não é? Acontece sem que tenhamos como prever a calmaria ou a tormenta que ele nos traz. Precisamos aceitar, aproveitar e viver isso da melhor forma possível.

Ser mãe é perder o controle, é se adaptar, se readaptar e se encontrar

É necessário nos desapegarmos das nossas próprias expectativas e abraçarmos nossos filhos como eles são, sem julgá-los maus ou bonzinhos. Os dias seguem e cada um é diferente do outro. Não devemos e nem precisamos nos apegar a rótulos e categorizar nosso bebê como normal ou atípico. Por mais fácil ou desafiador que ele seja, ele irá te ensinar cotidianamente sobre suas próprias limitações e sobre suas potencialidades.

Eu sei que o choro dói, mas temos que parar de buscar motivos ou soluções para os desconfortos naturais da infância. Coma bem, beba água e cultive braços fortes o suficiente para segurar a barra (e o peso) do seu pequeno, tenha peito e amor. O resto damos conta. Não desperdice tempo testando fórmulas mágicas, cultive a sua forma de criar seu filho. O que amenizará o choro ou a agitação do seu bebê, só você poderá saber. Descubra a sua forma de acalmá-lo. Seja com muito peito, com banho de ofurô ou homeopatia. Cultive o seu jeito de ser mãe.

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