Por que precisamos falar sobre amamentação em público?

Você já amamentou seu filho em público? Quantas vezes se sentiu constrangida por fazer isso? Eu já me senti inúmeras. Já recebi cantadas diretas e indiretas, e olhares constrangedores vindos de homens e mulheres. Pode parecer estranho que, embora a amamentação em público seja um direito garantido às mulheres, ainda existam pessoas que se oponham a isso, pedindo que as mães se cubram. Por isso, ainda precisamos falar sobre esse assunto.  

A importância do aleitamento materno

Aqui no Blog já falamos diversas vezes sobre os benefícios do aleitamento materno nos três primeiros anos de vida. Mas sempre é válido reforçar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam amamentados exclusivamente no peito até o sexto mês e continuem mamando até pelo menos o segundo ano de vida. 

Além dos costumes, opiniões e mitos que estão por trás do tão pouco engajamento na amamentação, o constrangimento com os olhares diversos que as mães recebem ao praticar a amamentação em público integra a enorme lista de fatores desfavoráveis à amamentação no Brasil. 

A reclusa da recém-parida

Sabemos que a recomendação de pediatras e obstetras para um período do pós-parto é de ficar em casa. No entanto, também é importante que mãe e bebê façam pequenos passeios que não comprometam sua saúde e segurança. Como nesses primeiros meses de vida, o pequeno precisa mamar quase o tempo todo, quando saímos de casa precisamos, muitas vezes, amamentar em público. 

Com a volta da rotina – e, muitas vezes, o fim da licença maternidade – é comum, e necessário, que mãe e bebê se encontrem em alguns momentos do dia justamente para a amamentação. Pode acontecer de esse momento se dar em lugares como restaurantes, praças ou, até mesmo, o ambiente de trabalho, e não é justo que a mulher precise “se esconder” ou que tenha o direito de amamentar em público negligenciado por razão qualquer. 

A sociedade como adversária?

Uma sociedade que não entende a importância do aleitamento ou que sexualiza um ato tão legítimo e importante para o desenvolvimento das crianças, não funciona. Peitos existem e sempre existiram. Aliás, não é difícil vê-los por aí, seja na praia, na piscina, na revista ou na televisão. No entanto, a objetificação do corpo da mulher, leva a sociedade a sexualizar um ato que não tem nada de sexual. Pelo contrário, é um ato de cuidado, carinho e amor entre mãe e filho. 

É Lei!

Embora para muitas pessoas isso seja algo muito claro, ainda precisamos colocar esse assunto em discussão até que toda a sociedade esteja madura o suficiente para compreender que amamentar é um direito da mãe e do bebê. 

O direito à amamentação é garantindo a lactentes seja em qual espaço for, público ou privado. Segundo a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, “É assegurado à lactante o direito de amamentar a criança em todo e qualquer ambiente, público ou privado, ainda que estejam disponíveis locais exclusivos para a prática”. Quem proibir ou constranger as que decidirem alimentar seus filhos terá que pagar multa.

A luta é nossa

Nós, mulheres, mães e lactentes, somos peças-chave para quebrar os preconceitos e garantir nosso lugar de direito. É preciso denunciar olhares impróprios, praticar a amamentação em público e falar sobre ela, sem restrição de lugar ou, pelo menos, não julgar outras mulheres que o fazem. É importante estarmos certas deste direito e colocá-lo em prática na nossa vida. É dessa forma que aos poucos contribuímos para uma sociedade mais ética, justa e coerente. 

Leia mais: 

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn

Posts relacionados:

Acompanhe nossas redes sociais