Já parou para se perguntar quem é a profissional que cuida do seu bebê, quando você não pode? Quem é a figura da berçarista ou da cuidadora infantil? Quem é a auxiliar de desenvolvimento infantil (ADI) que troca as fraldas, o alimenta, mas também que lê histórias para seu filho?
Uma profissão que precisa ser mais valorizada e reconhecida
Essas profissionais da educação infantil são tão importantes quanto os professores doutores das universidades. Isso porque seu trabalho impacta diretamente na qualidade do desenvolvimento que se tornará a base para todos os outros aprendizados ao longo da vida. Afinal, os estudos já comprovaram a importância da primeira infância. O período até o terceiro ano de vida é quando o cérebro mais se desenvolve e quando o aprendizado acontece de forma acelerada. De seres que choram, mamam e dormem, passam a andar (e pular muito, rs). Além de falar mais de 1.000 palavras, para citar apenas o básico.
Apesar disso, as berçaristas não são devidamente valorizadas, tanto em termos de salários, como em sua função social. Dados de concursos públicos nos mostram que as elas, especialmente em cargos públicos, ganham cerca de 1 salário mínimo. Muitas não têm formação específica e buscar por esse conhecimento também não é algo fácil. Normalmente ainda é necessário conciliar trabalho e estudo, com uma renda muito restrita.
Os primeiros vínculos com o mundo
O trabalho das berçaristas é muito ligado aos cuidados básicos com os bebês, como alimentação, higiene, estimulação sensorial… Mas, o que não nos damos conta, é que todos esses cuidados são permeados de uma intencionalidade pedagógica. Ou seja, a forma como esse cuidado acontece importa e é pensado, planejado e avaliado.
É através dos vínculos estabelecidos com essa profissional da educação que seu bebê construirá os primeiros vínculos extra familiares. A qualidade desse vínculo influenciará na confiança que seu pequeno terá de se abrir para o mundo. Se esse vínculo é positivo, o mundo lhe soa gentil e aí está o ambiente perfeito para que novos aprendizados e descobertas possam acontecer.
Para refletir…
Em tempos de quarentena, em que todas as escolas e creches estão temporariamente fechadas, vale uma reflexão. Você já conversou com a pessoa que passa a maior parte do tempo do dia com seu pequeno? Conhece sua trajetória profissional? Sabe como ela atua, no cuidado com o seu pequeno e os demais? Como você pode contribuir com seu trabalho?
O foco sempre será a qualidade do ambiente para o bebê
É comum que aconteçam atritos na relação entre as famílias e berçaristas. Isso porque nem sempre as opiniões e modos de educar são compatíveis. Nesses casos, o diálogo franco e aberto entre escola e família é fundamental.
Esses conflitos são também oportunidades de se aproximar da escola e das cuidadoras. Uma oportunidade de a escola repensar o que for necessário e aprimorar suas práticas. Mas também pode ser uma forma de as famílias se abrirem para outras maneiras de lidar com os pequenos. O que importa mesmo, e que todos concordam, é promover o melhor ambiente possível para os bebês.
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