Que as crianças se manifestam o tempo todo, nós já sabemos. Porém, este tema se amplia e os olhares se voltam para a maneira e situações em que os adultos se dedicam a ouvir tais manifestações. E acredite, escutar as crianças vai muito além de emprestar os ouvidos.
Quando falamos em escuta infantil é fundamental considerarmos as diferenças do modo de ser de cada criança. Com suas preferências, particularidades e temperamentos. Falamos então, em múltiplas infâncias, assim, contemplamos a diversidade deste universo chamado infância.
Além da escuta infantil
A escuta infantil, ou melhor, a escuta das múltiplas infâncias, vai muito além do diálogo em que um fala e o outro escuta. Consiste em reconhecer e se conectar com a realidade daquela criança, com suas vivências e experiências. Considerar os contextos familiares, sociais e culturais em que ela está inserida. E ainda, a maneira desta se apresentar e se relacionar com o mundo a sua volta.
Essa escuta sensível e afetuosa, abre espaço e promove o protagonismo da criança. Possibilita que ela tenha voz e cria condições para ela se expressar espontaneamente em seu ambiente.
Vejam bem, não se trata de corrigir ou ceder às vontades da criança e sim, de observar e ouvir suas infinitas maneiras de se expressar. Seja por meio das brincadeiras, desenhos, atividades artísticas, o brincar livre, o brincar em grupo, brincar sozinha, opinar sobre determinado tema. Estar com a criança em qualidade de presença e permitir que ela se perceba e manifeste suas emoções, sentimentos, conflitos e escolhas.
Como fazer?
Escutar as crianças requer: disposição, observação, conexão, distanciamento e, muitas vezes, silêncio. Vale ressaltar que essa escuta é como um “pedir licença”, considerando os limites, o tempo, as possibilidades e as condições da criança falar ou não sobre si. Por isso, é importante estar ao alcance dela, promover um ambiente seguro e confiante, no qual ela possa recorrer caso precise.
Este movimento é um exercício diário e deve partir do respeito às maneiras e conteúdos expressos pela criança. Respeitando assim sua subjetividade que faz desta criança um ator social, o que quer dizer que ela é um sujeito de direitos. Afinal, o pequeno que é escutado, aprende a escutar; o que é respeitado, aprende a respeitar; o que é que é acolhido, aprende a acolher; o que é estimulado a falar sobre si, aprende a narrar a sua própria história.
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