Como ensinar seu filho a lidar com as emoções?

jan 17, 2022 | 0 - 3 anos, 10+ anos, 4 - 6 anos, 7 - 10 anos, Bebê, Criança

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Felicidade, medo, tristeza, vergonha, raiva e amor. Nojo, ciúme, ansiedade, animação, saudade e frustração. Essas são algumas das emoções e sentimentos que as crianças vivenciam logo nos primeiros anos de vida. E pode ser um verdadeiro desafio aprender a conviver com tantas sensações diferentes! Pensando nisso, você sabe como ensinar seu filho a lidar com as emoções? 🌈 Confira o texto abaixo e descubra como ajudar os pequenos e pequenas a compreender melhor os seus sentimentos!

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Como falar sobre os sentimentos com as crianças?

Para aprender a lidar com as emoções, as crianças necessitam ter conversas sobre seus sentimentos com pais, mães e pessoas responsáveis. Por isso, é importante que os adultos saibam como conduzir esses momentos e apresentar cada uma das emoções para os pequenos e pequenas, de acordo com as fases do desenvolvimento infantil.

Além disso, os adultos podem introduzir esse tema aos poucos no cotidiano das crianças, como por meio dos livros infantis. Afinal, as histórias estimulam que os pequenos identifiquem os sentimentos dos personagens e reflitam sobre eles. 📚❤️

Quer saber mais? Veja abaixo algumas sugestões!

Cara de Quê?

Como ensinar seu filho a lidar com as emoções: Cara de Quê?

O livro Cara de Quê? é um exemplo de obra que fala sobre sentimentos de forma lúdica e adequada ao universo infantil. Isso porque os sentimentos são muito abstratos e, para falar sobre eles, o primeiro passo é reconhecer como eles se manifestam no nosso corpo. 😁 É o caso das expressões faciais, ou melhor, as famosas caras e bocas.

Além disso, o livro explora a rica diversidade cultural: cada personagem, a cada página, está inserido em um lugar diferente do mundo! 🌎 Afinal, apesar das realidades vividas por cada um de nós serem muito diversas e diferentes, há sempre algo que nos une: nossa capacidade de sentir!

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Lembrando de Zaza

Como ensinar seu filho a lidar com as emoções: Lembrando de Zaza

Já para falar sobre amor e saudade, a Leiturinha tem outra recomendação especial: o livro infantil Lembrando de Zaza conta a história de Duda e Zaza, amigas há muitos anos. Certo dia, Zaza desapareceu. Chegara a hora de ela deixar o mundo. Mas Duda não sabia o que isso significava. Apenas tinha certeza de que sua amiga estava no fundo do seu coração para sempre. Nesta história singela, as crianças aprendem com Duda que a verdadeira amizade é um presente que não morre. ❤️

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Entrevista: como ensinar seu filho a lidar com as emoções?

Por vezes, pode ser difícil explicar alguns sentimentos para as crianças. Então, para tirar algumas dúvidas que podem surgir nesse processo, conversamos com Fernanda Marques de Souza Ingarano, psicóloga que atende pela abordagem fenomenológica-existencial.

Na entrevista, Fernanda nos trouxe algumas práticas bastante interessantes para algumas dúvidas essenciais sobre como ensinar seu filho a lidar com as emoções. Acompanhe!

Leiturinha: Por que é importante trabalhar as emoções e os sentimentos com as crianças?

Fernanda: O trabalho e cuidado com os sentimentos das crianças é importante, pois a infância, como todas as fases da vida, é composta por uma paleta de inúmeros sentimentos. A criança vivenciará alegrias, angústias, tranquilidade, tristeza, raiva etc. Um olhar atento para cada um dos variados sentimentos é fundamental.

Leiturinha: A partir de quando podemos começar o trabalho socioemocional com os nossos pequenos?

Fernanda: O trabalho socioemocional deve acontecer de maneira constante, a cada instante da vida das crianças. E o modo como as acolhemos cada vez é significante.

Como eu, enquanto mãe ou pai, percebo o choro do meu filho? Será fome, frio, dor? O que a(o) fez sentir raiva? Foi o que lhe fizeram, o que foi dito, já tinha acontecido algo naquele dia, antes do episódio em que sentiu raiva?

A atenção, e posterior tradução dos afetos pelos responsáveis, deve começar desde o nascimento ou do primeiro encontro com determinada criança, de maneira singular. Compreendemos os inúmeros tons afetivos por diversos canais: pelas palavras, pelo modo que somos tocados, olhados, pelo modo de presença ou ausência, pelo tom da voz, pelas expressões corporais. Mesmo um bebê, é sensível para compreender a seu modo, o afeto das pessoas com ele! Portanto, o trabalho socioemocional deve ser refletido e cuidado a cada momento, desde o início da vida dos filhos.

Leiturinha: Como podemos ensinar os nossos filhos a lidarem com as emoções?

Fernanda: Nosso tempo histórico atual é regido pela lógica da produção: estamos constantemente vivendo sob a sensação de estarmos atrasados em relação ao trabalho, às funções cotidianas, aos exercícios físicos que deveríamos fazer. A cobrança é enorme, em nome de uma vida que deve ser produtiva, saudável, equilibrada e feliz. O filósofo coreano Byung-chul Han aborda mais profundamente esse panorama no livro “Sociedade do Cansaço”.

Com toda essa dinâmica em cena, é comum deixarmos o essencial de lado: o tempo de qualidade com os filhos. Estamos disponíveis para realmente olharmos como a criança se sente, nas mais diversas situações cotidianas? A escola tem a deixado entusiasmada ou triste? Quais situações deixam seus filhos alegres ou entediados? Quais as brincadeiras propostas por seus filhos? Pelo quê os pequenos se interessam?

Para ensinarmos as crianças a lidarem com suas emoções, precisamos percebê-las atentamente e verdadeiramente. Para isso, é preciso tempo de qualidade. E defino como tempo de qualidade, o estar realmente presente durante o tempo despendido com a criança. Muitas vezes, acreditamos que a presença significa estar perto, sendo que na verdade, é a maneira como estamos na relação que importa.

Leiturinha: Quais os benefícios da educação socioemocional para as crianças?

Fernanda: Os sentimentos nos invadem. Os seja, não controlamos, nem escolhemos o que iremos sentir. Eles nos afetam de maneira involuntária.

Apesar da não escolha, um olhar adulto, sintonizado com os afetos das crianças, pode ajudar primeiramente a identificar, depois nomear os sentimentos com elas. E posteriormente, trabalhar junto o que fazer a partir daquilo que ele sente. O que te incomodou? O que você pensa em fazer com isso? Quais as consequências dessa sua escolha?

Uma criança que identifica seus próprios sentimentos, começa a ter espaço para receber o que se sente. E escolher de uma melhor maneira o que se faz com isso que chega. Ela não necessariamente age impulsivamente pela via da destruição, por exemplo. E pode proteger-se mais!

Esse modo de relacionar-se com os filhos, é um canal para a percepção da singularidade, uma via de acesso à criança para entender o que a toca e como.

Leiturinha: Como os pais podem apoiar o trabalho socioemocional com as crianças?

Fernanda: A leitura é um potente caminho de descoberta com as crianças. Através dela, elas se identificam ou não com personagens, aprendem a compreender os outros e com isso, aprendem sobre elas mesmas.

Outro ponto importante em relação ao cuidado com as emoções das crianças, é saber compartilhar dos momentos divertidos e felizes com os filhos, tanto quanto saber identificar frustrações, tristezas, raivas. Isso porque a infância, como qualquer outro período da vida é composta por muitos sentimentos, como já dito anteriormente.

É comum alguns pais estarem pouco presentes durante a semana, ou por poucas horas no dia. Então, em certas situações de frustrações sofridas pelos filhos, os pais acabam obedecendo todos os desejos das crianças. As razões são muitas: por sentirem-se culpados por suas próprias ausências; por acreditarem que a criança deve estar sempre feliz e realizada; por sentirem pena por determinado sofrimento; ou por compreenderem que a criança é incapaz de lidar com determinada situação.

Porém, os filhos precisam de limites e sustentar algumas de suas frustrações, sem obedecer todos os seus desejos é bastante importante (e dá trabalho). Exemplifico com situações comuns cotidianas: querer ficar mais em uma festa, desejar comprar mais de um brinquedo ao mesmo tempo (enquanto os pais só podem comprar um), saber cair e levantar, cumprir combinados etc.

Existem pais e mães que poupam seus filhos nessas situações, e acabam criando pessoas que não terão recursos emocionais para lidarem com as situações difíceis na vida. O não, também é amor. Acolher nos momentos necessários, é da mesma maneira, essencial.

Leiturinha: Quais as consequências do trabalho emocional para a vida adulta da criança?

Fernanda: Na resposta anterior, exemplifiquei como o poupar as crianças de momentos difíceis da vida, protegendo em excesso, e com isso escondendo algumas situações difíceis (como separação dos pais ou a morte de alguém próximo), pode colaborar para o crescimento de alguém que terá muita dificuldade em utilizar dos próprios recursos emocionais para lidar com as situações que enfrentará na vida. Não só na vida adulta, mas na própria infância e adolescência também.

É importante diferenciar aqui momentos pontuais de frustrações de uma percepção constante de algum filho que está frequentemente triste, raivoso(a), e principalmente indiferente. Nesses casos, quando a família percebe que a criança está em sofrimento, em certos casos até restrita, é essencial a ajuda de uma psicóloga(o), profissional que pode identificar e compreender profundamente as questões e desdobramentos de determinados sofrimentos.

Um bom trabalho emocional com as crianças pode fazer com que se relacionem melhor com o mundo, de uma maneira mais livre, com repertório para não serem escravos daquilo que sentem.

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Nathalia Pontes

Mestre em Psicologia da Educação, educadora e escritora, acredita que aprender é uma combinação entre autoconhecimento, troca e curiosidade pelo novo. É apaixonada por educação, desenhos, viagens e literatura.

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