Esse período de isolamento que estamos vivendo alterou completamente a nossa rotina. As aulas são online, o trabalho ficou remoto, e o lazer se modificou por completo. No entanto, uma mudança fundamental é em torno do movimento. Uma vez que ficamos em um ambiente restrito, vemos os números de passos diários reduzirem. É comum trocarmos os momentos que ficaríamos em pé em nosso cotidiano normal por momentos sentados. Por isso, precisamos praticar nossa criatividade e resiliência, pensando na nossa saúde e na saúde da nossa família. E como os pequenos também precisam se exercitar, trouxemos algumas dicas de exercícios em casa para crianças.
Como são os exercícios físicos para as crianças, em uma rotina normal?
O exercício físico para as crianças está bastante associado às interações sociais através de brincadeiras, como pega-pega e jogos, como futebol. Frequentemente, esses momentos acontecem no ambiente escolar. Uma vez que esses contatos não estão acontecendo nesse período, vemos as crianças consequentemente reduzirem os seus movimentos.
Correr, pular, saltar são exercícios comuns na vida dos pequenos e muitas vezes não é possível reproduzi-los dentro de casa. Justamente para falarmos sobre isso, conversamos com a fisioterapeuta Taise Carrara Especialista em Método Pilates e RPG, Pós Graduada na Saúde da Mulher (FSP USP) e Gestão Sistemas de Saúde (Oswaldo Cruz). Perguntamos sobre os possíveis perigos da diminuição drástica ou congelamento das atividades físicas e também sobre dicas para que os pequenos continuem se movimentando dentro de casa.
Nathalia: Taise, qual a principal vantagem da prática regular de atividades físicas?
Taise: O exercício físico está ligado a inúmeros benefícios no desenvolvimento infantil e no bem-estar da criança. E no momento em que estamos vivendo é ainda mais importante reforçar os estímulos aos movimentos. Afinal, os exercícios ajudam a aumentar a imunidade dos pequenos, diminuir ansiedade e o estresse. Além de melhorar o desempenho na hora dos estudos, desenvolver melhor coordenação motora, assim como colaborar com desenvolvimento cognitivo e social, e a saúde física e mental.
Nathalia: Qual o perigo da redução das práticas esportivas para crianças?
Taise: A falta das atividades pode impactar negativamente nas questões sociais, físico e mental. Na questão social, pode causar uma dificuldade em estreitar amizades ou fazer parte de grupos diferentes. Na questão física, pode causar um aumento de peso (obesidade) ou até mesmo a uma fraqueza muscular. Essa fraqueza pode levar a alterações posturais importantes. Na questão mental, pode diminuir a memória motora do sistema nervoso central. Além disso, novos gestos e movimentos motores contribuem para a realização dos mais variados tipos de atividades físicas ou esportivas. Também auxiliam na ansiedade e no estresse.
Nathalia: Existe algum sinal ou sintoma que indique que a prática esportiva está abaixo do ideal?
Taise: É preciso avaliar individualmente essa questão, pois existem crianças mais agitadas que precisam gastar essa energia para ter mais qualidade de vida. Essas crianças podem apresentar irritabilidade, falta de sono, ansiedade e passam a ter dificuldades em focar atenção. É importante salientar que o excesso também é prejudicial, podendo gerar sonolência, indisposição, sobrecarga muscular e articular, imunidade comprometida, entre outros problemas de saúde. O ideal é consultar um profissional especializado para avaliar cada caso.
Nathalia: Você teria sugestões e ideias de atividades que podem ser feitas em casa?
Taise: Treinar junto com os filhos e estipular um horário fixo para essa prática em conjunto pode ser um bom hábito para esse período. Afinal, todos precisam se movimentar. Então isso pode ser um estímulo, inclusive para os adultos. Algumas possibilidades são: jogar bola, competição de bexiga com exercícios respiratórios (inspirar profundamente e empurrar bexiga no solo soprando), pular corda, bambolear, fazer circuito com as cadeiras e tapete, modelar com massinhas. Assistir um videoclipe (á escolha da criança) e seguir dançando. Uma dica é criar um cronograma diário, dividindo esse tempo livre para as atividades escolares sugerida pelo colégio. De 30 a 50 minutos para exercícios com foco no bem-estar e saúde (consultar especialista). O restante do tempo livre sugerir atividades de escolha da própria criança como joguinhos, filmes, desenhar, pintar, entre outras opções.
Então, vamos tirar as crianças dos sofás e nos movimentar juntos, esses hábitos são importantes para a saúde de toda a família, e ainda são uma excelente oportunidade para afinar os vínculos e se divertir!
Conta para a gente nos comentários, quais atividades físicas vocês têm feito em família durante essa quarentena!
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