Se para nós, adultos, muitas vezes parece difícil entender, nomear e lidar com o que sentimos, imagine para os pequenos que chegaram a pouco no mundo e ainda estão no processo de se entenderem e aprenderem a conviver socialmente. Como esse aprendizado não vem da barriga, é preciso muito diálogo e vínculo entre pais e filhos, para que a criança se desenvolva emocionalmente e aprenda a viver bem consigo mesma e com as pessoas à sua volta. Pensando nisso, a Curadoria da Leiturinha selecionou para os Pré-Leitores do Clube um livro sobre sentimentos para ler e conversar em família!
O descobrimento do eu na infância
Na medida em que o processo de desenvolvimento dos pequenos progride, o ego se integra, e a sensação de que a criança tem um corpo e habita si própria se torna mais forte. A separação com a mãe/cuidador e o mundo externo acontece e se inicia o princípio da realidade, em que o psicólogo e estudioso do desenvolvimento infantil Winnicott nomeia como “desilusão gradual”.
Saber o que sou X Nomear o que sou: a importância do desenvolvimento socioemocional
Para além do reconhecimento das próprias características, uma parte bastante importante no emergir da personalidade e da identidade dos pequenos é a nomeação dos próprios sentimentos. Nossas emoções estão diretamente relacionadas à imagem que temos de nós mesmos. Segundo o psicólogo e analista do comportamento Skinner, os sentimentos são sensações corporais próprias dos seres humanos; porém, a nomeação desses sentimentos é algo aprendido e possui origem social. Ou seja, há uma distinção entre sentir e nomear sentimentos. Para aprendermos a reconhecer e agir diante desses sentimentos, sejam eles nossos ou do outro, precisamos aprender seu significado e, consequentemente, aprender a nomeá-los.
A socialização nesta etapa do desenvolvimento infantil
É também por volta do terceiro ano de vida que os pequenos passam a ter a real necessidade de encontrar outras crianças, grupos para, por fim, mais adiante, passar a integrá-los. Embora viva ainda o momento do egocentrismo, ou seja, uma fase em que o eu, a individualidade e o mundo pessoal reina sobre tudo, é nesta etapa que, geralmente, os pequenos passam a ir à escola. É a partir deste contato inicial que a criança se insere na sociedade e se torna membro dela, significando os elementos culturais e sociais do contexto em que está inserida. Este contato já se dá anteriormente com a família e demais pessoas presentes na rotina da criança. Mas, na idade escolar, o processo de socialização se intensifica com a presença de membros deste contexto, como professores e colegas escolares. E a literatura pode ser facilitadora neste processo!
Pinguinauta: um livro infantil sobre sentimentos para ler em família
Considerando a complexidade que esta fase do desenvolvimento requer, diferente dos dois primeiro anos de vida, o conteúdos dos livros selecionados para os Pré-leitores do Clube Leiturinha necessitam de uma linguagem mais elaborada, um vocabulário ampliado, contando com pequenas narrativas tanto reais, quanto imaginárias. As histórias são compostas por temas que possibilitam a ampliação da capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesmo. É o caso do livro Pinguinauta, de Marcie Collen e Emma Yarlett, traduzido por Fernando Nuno!
Este Lançamento Exclusivo Leiturinha conta a história de Murilo, um pequeno pinguim disposto a viver grandes aventuras ao lado dos seus maiores amigos!
Com uma narrativa envolvente, Pinguinauta traz aspectos socioemocionais importantes, como o autoconhecimento, a autoestima e a realização pessoal por conquistar algo com o próprio esforço. Os Pré-Leitores, em fase de construção de sua personalidade, muitas vezes se vêem frente a questões semelhantes às do pequeno Pinguim: aderir ao grupo, sempre ter ajuda ou buscar seus próprios feitos? Em meio a essa tarefa nada simples, uma narrativa que mostra que tudo pode ser mais leve do que imaginamos e, sim, podemos ter os dois: fazer as coisas sozinhos às vezes, mas sempre dividir os feitos com os amigos!
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