Educar não é tarefa fácil, longe disso aliás. Por mais que existam diversos livros, conselhos e perspectivas, nem sempre conseguimos colocar as “regras” em prática. Afinal, cada um é cada um e, por consequência, responde de um jeitinho individual aos estímulos. Por isso é importante que achemos o nosso estilo parental, a nossa forma de encarar a realidade e o nosso filho.
Mas e se meu filho não gostar de mim?
Basicamente ser pai/mãe é confrontar todos os medos e toda a sua história de uma vez só. Uma verdadeira avalanche de sentimentos e reencontros: “E se eu não for uma boa mãe ou pai?”, “E se meu filho ou filha não se der bem na vida?”, “Como vou conseguir ensinar valores sólidos para ele ou ela?”, entre outros. No entanto, em geral, eles se resumem à relação pai e filho, e aí vem um grande medo, “E se meu filho não gostar de mim?”.
Essa é uma pergunta bastante válida, afinal não há uma família que não tenha um caso de algum pai e filho que não se falam. Assim como não há uma sessão de terapia em que você não se refira à sua infância e à relação com seus pais. Sendo assim, o medo de não ser gostado pode ser muito real sim, e por isso é importante que falemos um pouco sobre isso.
Relacionamento é construção.
Toda boa relação é construída, inclusive a relação pai e filho. Acreditar que a relação pai e filho é garantida é de fato um erro. Toda relação exige troca, confiança, lealdade, amizade e respeito. E assim é. Isso é um alívio para alguns e um medo para outros, pois dá mais trabalho do que apenas ter o “título” de pai ou mãe. Para que isso exista, é importante que você e seu pequeno passem tempo de qualidade juntos, se conheçam, troquem ideias e perspectivas e se ouçam. Além disso, para que essa relação tenha base sólidas, é necessário que você também imponha seus limites de tempos e tempos. Ensine, eduque, fale seus nãos, afinal, crianças com limites, que conhecem os seus sentimentos, conseguem desenvolver as habilidades de certo e errado, de lealdade, de saber esperar e, principalmente, de enxergar o outro e, portanto, entender suas limitações e seus momentos.
Chamar a atenção?
Já ouvi várias revelações de pais que evitam dar bronca, chamar a atenção ou até mesmo falarem para o filho esperar um pouco, pois estão ocupados no momento. Tudo isso, por causa daquele sentimento que talvez de forma subconsciente se manifeste: “Ixi, se eu chamar a atenção dele, ele pode não gostar mais de mim”. Bom, esse medo atrapalha muito a função de educar.
Seu filho deve aprender a lidar com a frustração, a respeitar os outros, e a ter empatia, a entender que nem sempre ele será o centro das atenções. Afinal, é muito mais fácil construir uma relação sólida e duradoura com alguém que conseguiu aprender esses traços de convivência. Ou seja, isso ajudará você no futuro, quando seu pequeno não for tão pequeno assim, acredite!
Perfeição é sua inimiga.
Sinceramente, essa é uma palavra que deveria apenas existir no vocabulário de poetas, artistas e filósofos. Afinal, perfeição está muito longe de qualquer humanidade. Tentar ser perfeito é uma utopia e só trará cobranças excessivas e infundadas. Tente ser mais gentil com você, não se cobre tanto, troque o ser perfeito por dar o que você pode naquele momento.
Até dar o seu melhor é impossível sempre. Às vezes estamos cansados, de mau-humor ou com fome, e não existe melhor que sobressaia a algumas adversidades. Permita-se errar e acertar, a vida é esse equilíbrio mesmo. E ao fazer isso, você está mostrando a humanidade das relações ao seu filho, que é ok se sentir mal de vez em quando, faz parte.
Conversas francas
Acredito que a maior parte dos maus entendidos poderiam ser solucionados com uma boa comunicação. Afinal, são tantos desencontros, interpretações e subjetividades, que não é à toa, que a comunicação passe por alguns percalços.
Uma dica é tentar expor suas expectativas antes das atividades com seu filho. Lembre-se que se você contar o que você quer é mais fácil que seu filho se esforce para atender a sua necessidade. Muitas vezes, esperamos determinados comportamentos, e aí nos frustramos. Tente manter um canal aberto e harmonioso para o diálogo. Equilibre as vontades e o ceder, e principalmente conte o que você espera e reconheça as intenções positivas do seu filho.
Fazer só o que o seu filho quer
Você já teve algum amigo ou relacionamento com pessoas mandonas, que querem tudo do jeito delas? Em geral, essas pessoas não são tidas como as mais amáveis e agradáveis de se conviver, certo? Ou seja, não estimule seu filho a ser assim, é importante que ele aprenda que nem sempre terá todas as suas vontades satisfeitas. Assim, componha uma rotina que contemple as suas atividades favoritas também, abra espaço para que seu pequeno te conheça um pouco e compartilhe das coisas que você gosta. Isso trará mais leveza para a sua rotina.
Assim, lembre-se equilíbrio, leveza e troca são a base para um relacionamento agradável e de longo prazo. Invista nisso!
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