Antes de me tornar mãe eu nunca havia parado para pensar sobre quem eu era, quais meus maiores medos, o que me deixava feliz de verdade ou qual meu papel nesse mundo. É engraçado como a maternidade e paternidade mudam a nossa visão da vida. Eu brinco que é como se passássemos a usar um óculos e assim começamos a ver novas cores, novas formas, novas possibilidades, novos questionamentos na vida.
Muitas perguntas para poucas respostas
Logo que meu filho nasceu eu pensava: a vida não pode ser só isso, alimentar, trocar a fralda, dar banho, colocar o bebê para dormir. Tem que haver algo mais. Então comecei a me questionar sobre qual o meu verdadeiro papel como mãe. Essa reflexão me levou a um universo de diferentes respostas, onde cada porta nova que eu abria acabava me gerando mais perguntas. Como fazer o bebê dormir melhor? Como organizar a rotina de mãe, esposa, filha, amiga, profissional? Como descobrir quem era essa nova pessoa que se olhava no espelho, com o corpo desajeitado, o cabelo bagunçado e o rosto cheio de olheiras? Essas foram as primeiras perguntas que eu me fiz depois de me tornar mãe.
Eu sentia que precisava entender meu papel no mundo. Por que estou aqui? Buscar essas respostas me fez olhar para dentro de mim mesma. Com uma criança pequena em casa, eu queria lembrar como era quando fui criança. O que eu sentia? Só assim eu poderia compreender melhor meu filho.
Conforme Rafael foi crescendo as perguntas foram mudando. Castigo resolve? Devo dar uma palmada de vez em quando? Por que ele parece não me ouvir às vezes? O que fazer para ele comer melhor? Como ensiná-lo a gostar de ler? O que eu faço se ele tem medo de escuro? Dessas simples dúvidas passei a me questionar: sou feliz na minha profissão? Tenho orgulho do que faço? Afinal, o que me faz querer acordar todas as manhãs?
Quando abrimos espaço para as perguntas, nos tornamos pais melhores
Os filhos tem esse poder sobre os pais: fazem-nos querer ser melhores, nos fazem acreditar que somos super heróis! E somos mesmo! A vida ficou mais simples depois que meu filho nasceu. Um dia, uma pessoa me disse assim: “você precisa entender que seu filho veio ao mundo para te mostrar que a vida pode ser leve e não para você mostrar a ele que a vida é dura.” Achei essa frase tão linda, fez tanto sentido que nunca mais a esqueci. Até hoje, sempre que enfrento algum desafio eu penso: o que eu preciso aprender com isso? Dessa forma, a vida fica mais leve.
Os filhos nos enchem de questionamentos que nunca pensamos antes de nos tornarmos pais. Alguns podem dar medo. Mas na maioria das vezes, quando nos permitimos, crescemos com eles. Eu sempre digo que o segredo da vida não está na resposta certa e sim em saber fazer a pergunta certa. Quando abrimos espaço para as perguntas, nos tornamos pais melhores, mais conectados com nossos filhos.
E você? Quais questões a maternidade/paternidade lhe trouxe?
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